Só lembrando
do que se trata: Como parte de seu trabalho o Yan Patrick está conduzindo entrevistas com diversos escritores que promovem oficinas de escrita criativa pelo Brasil, e tive a honra de ser um dos entrevistados. Este é o segundo post de uma série de três, com as questões levantadas na entrevista que, acredito, podem ajudar a quem quer entender melhor este mundo. Leia aqui o primeiro post. |
“Todo autor precisa montar sua 'caixa de ferramentas' particular, adequada ao seu modo de escrever. E para tanto, precisa conhecer as ferramentas disponíveis.” |
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17 de dezembro de 2015
Afinal, o que são e como funcionam as Oficinas de Escrita Criativa? - Parte 2
ontinuando a série de posts sobre oficinas literárias, seguimos com as
respostas às perguntas do trabalho de Yan Patrick Brandemburg Siqueira , mestrando
do curso de Estudos Literários pela Universidade Federal do Espírito Santo
(Ufes), que está produzindo uma tese sobre oficinas literárias de escrita
criativa.
4 de dezembro de 2015
Afinal, o que são e como funcionam as Oficinas de Escrita Criativa? - Parte 1
ecentemente fui procurado por Yan Patrick Brandemburg Siqueira , mestrando do curso de Estudos Literários pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que está produzindo uma tese sobre oficinas literárias de escrita criativa.
Antes de mais nada, desejo muito sucesso ao Yan e espero que sua tese se transforme em um livro, que já estou na fila para adquirir! ;)
Como parte de seu trabalho, Yan Patrick está conduzindo entrevistas com diversos escritores que promovem oficinas de escrita criativa pelo Brasil, e tive a honra de ser um dos entrevistados. Com a devida autorização, inicio com este post uma série com as diversas perguntas e respostas da entrevista, que pode ajudar a todos os que querem entender melhor este mundo. |
“Uma oficina (seja de carros ou de textos) só é útil se prover ferramentas realmente úteis para o trabalhador. Sem isso, nada se cria, nada se conserta” |
Yan Patrick: Como entrou em contato com a Escrita Criativa / Oficinas
Literárias / Workshop de ficção? Há diferença entre esses conceitos
para você? Alexandre Lobão, pelo Vida de Escritor: Os termos são utilizados indistintamente no Brasil, muitas vezes para descrever eventos bastante distintos. O termo “Oficina de Escrita Criativa” é o mais extensivamente utilizado, e entrei em contato com ele há pouco menos de uma década atrás, através das “oficinas” apresentadas por Sonia Beloto e James McSill. Antes disso, até mesmo a literatura sobre o tema era escassa no Brasil. Se coubesse a mim definir, eu definiria estes termos como: • Oficina de Escrita Criativa: Oficina (apresentação e exercícios) com foco em desenvolver a criatividade de escritores e roteiristas. • Oficinas Literárias: Oficinas com foco no estudo de grandes obras da literatura e na beleza estética de autores consagrados. • Workshop de Escrita de Ficção: Oficina com foco em apresentar ferramentas de trabalho que ajudam escritores a produzirem obras de ficção. YP: Na apresentação de sua oficina (disponível em seu site), você cita que utiliza autores como J. K. Rowling e Dan Brown, escritores pouco “abordados” em outras oficinas pelo país, com o propósito de identificar técnicas da “arte de contar histórias”. Gostaria que comentasse mais sobre isso, já que, de fato, outras oficinas parecem mais preocupadas com a “estética” do texto. AL: Há toda uma linha de estudos de ferramentas de produção de textos que vão muito além da estética do texto. Embora tais ferramentas tenham sido objeto de estudo nos Estados Unidos e Inglaterra desde a década de 50, infelizmente no Brasil elas são pouco conhecidas e divulgadas. O resultado disso é uma grande diferença de “qualidade” (sentida instintivamente pelos leitores) em livros de autores daqueles países, o que resulta em termos, por exemplo, 10 milhões de livros vendidos em um best-seller de Dan Brown no Brasil, contra os 20.000 exemplares vendidos para que a CBL considere um livro como best-seller. Cabe um livro inteiro sobre a tal “qualidade”, entre aspas, e não é o caso de estender o assunto aqui, mas vale dizer que falo aqui apenas do lado técnico da escrita: coesão, coerência, ritmo, desenvolvimento da trama, etc. YP: Qual seria o objetivo maior de uma Oficina Literária? AL: Para mim, toda Oficina Literária deveria ensinar ferramentas objetivas que um escritor possa usar em seu trabalho. Se faço uma oficina de pintura, por exemplo, saio efetivamente sabendo pintar um pouco mais, não só conhecendo mais teorias sobre o assunto. Uma oficina que só se discuta literatura não é “oficina”, é um ciclo de debates ou algo semelhante. Além disso, ele apresenta uma conclusão com os principais aspectos acima que chamaram sua atenção, dando sua opinião sobre o que falta – caso falte algo – ao original para que fique “pronto para ser entregue” a uma editora. |
E
você, já participou de alguma oficina de escrita criativa?
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24 de novembro de 2015
Resultado do 26o. Concurso de Contos Paulo Leminski
migos,
Estou retornando de férias e tentando me reinventar, sem pausa para respirar. Vida de escritor que ainda tem que trabalhar em outra coisa é assim mesmo: você precisa consertar o motor do carro com o carro andando. A 100 km/h. E você é quem está dirigindo.
Felizmente, você não esquece como a coisa funciona. Como em qualquer trabalho, mesmo sem inspiração (se você já treinou o suficiente), é só sentar e ir em frente. Tão simples quanto andar de bicicleta - você nunca esquece como fazer.
Enquanto termino de me organizar, aproveito para divulgar os resultados
do Concurso de Contos Paulo Leminski, um dos mais prestigiados do país.
Informe-se e não perca a próxima edição, no ano que vem. Para quem não sabe, Paulo Leminski foi um escritor, poeta e músico curitibano com uma bibliografia ampla e de qualidade. Morto em 1989, a beleza de sua escrita continua influenciando as novas gerações, especialmente de poetas e músicos. O concurso de contos, que se iniciou no ano da morte do escritor e mantém a periodicidade anual, é promovido pela Unioeste – Universidade Estadual do Oeste do Paraná/Campus de Toledo – e Prefeitura Municipal de Toledo, através da Secretaria de Educação - Biblioteca Pública Municipal. |
“Ser um escritor é fácil. É como dirigir uma bicicleta. Só que a bicicleta está pegando fogo. Você está pegando fogo. Tudo está pégando fogo. E você está no inferno!” |
Segundo a comissão organizadora, o Concurso de Contos Paulo Leminski "surgiu com o objetivo de estimular e divulgar a literatura local, mas desde seu início, estendeu-se para outros estados e há muito, extrapolou as fronteiras do nosso Brasil." "Nesta 26ª edição de 2015 do concurso, inscreveram-se 724 contos, provenientes de vários Estados do País, como São Paulo 226, Rio de Janeiro 105, Paraná 93, Minas Gerais 65 e Rio Grande do Sul 64 e 19 contos do exterior: Argentina, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Portugal e Suiça. Destacamos que no decorrer das 26 edições do concurso recebemos um total de 12.019 contos inscritos." "Agradecemos a todos os inscritos no 26º Concurso de Contos Paulo Leminski pela participação, demonstrando assim, confiabilidade neste Concurso que já tem raízes muito profundas. A marca dessa premiação é o equilíbrio entre os autores das mais diversas localidades do Brasil. E hoje, o Concurso de Contos Paulo Leminski oferece um painel muito representativo do que se escreve atualmente em nosso país e está entre os maiores concursos literários no gênero “Conto Nacional”. E principalmente aos milhares de escritores que ao longo dessas 26 edições, enviaram seus trabalhos, acreditando que a literatura é possível, tornando-se assim os verdadeiros protagonistas do Concurso." Os quatro premiados no concurso foram: 1º LUGAR: Sobre a terra seca dos meus olhos Autor: Rita de Cássia Zuim Lavoyer – Araçatuba/SP 2º LUGAR: Jovelina Autor: Luiz Rogério Camargo – Curitiba/PR 3º LUGAR: Verde-cidró Autor: Fátima Jussara Pinto Parodia ¬– Porto Alegre/RS MELHOR CONTO TOLEDANO: A fuga do maestro Autor: Valdinei José Arboleya As menções honrosas e demais informações sobre o concurso podem ser consultado no site da Prefeitura de Toledo, nesta página |
Personagens? Diálogos? Ferramentas de revisão? Comente e
sugira assuntos para os próximos posts!
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10 de novembro de 2015
Para que serve e o que é avaliado em uma leitura critica?
á faz alguns anos que falei sobre este tema, então resolvi trazer minha visão atualizada sobre o assunto.
Avaliar um original, seja um quadro, uma composição musical ou um livro, é sempre uma tarefa subjetiva. Por mais que tentemos objetivar a análise, dividindo a obra e analisando-a sobre diferentes aspectos, ainda assim sempre resta uma grande dose de subjetividade, sendo portanto o resultado, em última instância, uma visão pessoal do avaliador.
O que torna uma leitura crítica valiosa é ter uma posição de um leitor que não dará sua opinião simplesmente para agradar o autor, pelo contrário, ele estará procurando falhas que possam comprometer original.
Leitura crítica não é revisão: O leitor crítico não irá apontar todos
erros ortográficos e gramaticais da obra, e muito menos corrigi-los,
como é feito em uma revisão de texto. Leitura crítica não é copidesque / cirurgia de texto: O leitor crítico indica problemas e eventualmente sugere melhorias, mas não irá alterar o texto original nem sugerir todas as alterações necessárias a tornar a obra mais chamativa para o leitor e/ou editoras. |
“Quer elogios sobre seu original? Então nunca o mande para um leitor crítico!” |
Leitura crítica é apenas isso: uma opinião de um (bom) leitor
sobre o que está certo e, principalmente, sobre o que está errado em
seu livro. Obviamente, as opiniões do leitor crítico se baseiam em sua experiência como leitor e, inevitavelmente, podem ser influenciadas por seu gosto pessoal; de forma que sua opinião não é um atestado de qualidade (ou de falta desta); mas sim pontos de partida para que o autor veja sua obra por outros olhos e possa, caso desejado, burilá-la para torná-la mais palatável ao leitor. Cada leitor crítico faz a sua avaliação de forma única, mas de uma maneira ou de outra ele irá produzir um “Laudo de Leitura Crítica” que tomou como base a análise em diferentes dimensões, podendo este detalhamento variar conforme as necessidades de melhoria do original. Usualmente o leitor crítico avalia pontos como: |
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