22 de dezembro de 2014

Um presente de Natal antecipado: Quadrinhos para adultos!

Se você nunca falou, já deve ter ouvido alguém falar umas destas frases: "Não gosto de quadrinhos!" e "Quadrinhos são coisa de criança".
Sei que, para a maior parte das pessoas versadas em cultura pop, qualquer post sobre isso já nem faz mais sentido, mas como este é, digamos, um "nicho" da cultura pop ainda pouco explorado, acho que vale a pena falar a respeito - até porque estou oferecendo um presente de Natal antecipado neste post, e esta pequena digressão é necessária para que ele valha à pena.

Quanto à primeira frase, "Não gosto de quadrinhos", para mim ela é tão incoerente quanto "não gosto de ler", "não gosto de TV", "não gosto de teatro" ou "não gosto de cinema". 
Digo isso porque foi-se o tempo (se é que já existiu tal tempo...) em que as histórias contadas no formato de quadrinhos se restringiam a um ou dois temas. Hoje, temos tantos gêneros de histórias em quadrinhos quanto tipos de atrações televisivas.
Raciocine comigo: Você provavelmente gosta de novela, mas não de futebol; ou gosta de futebol, mas não gosta de documentários; ou não gosta de nada disso mas gosta de seriados policiais. É muito difícil uma pessoa não gostar de nada que passe na televisão, pois a gama dos assuntos é tão variada que dizer "não gosto de TV" é quase o mesmo que dizer "não gosto de nenhum tipo de informação ou história que queiram mostrar para mim".
"Quadrinhos utilizam dois dispositivos de comunicação fundamentais: palavras e imagens. No emprego hábil de palavras e imagens reside o potencial expressivo do meio."
Will_Eisner
, roteirista, desenhista e baluarte da nona arte
Portanto, é comum você ouvir alguém comentando que não gosta desta ou daquela atração na TV, mas não que "não goste de TV", porque TV é apenas um suporte, um formato para se contar histórias, verídicas ou não.  Ora, o mesmo se dá com os quadrinhos: Você gosta de novelas ou comédias românticas, esportes, filmes de ação, de terror, infantis ou documentários?  Seja bem vindo aos quadrinhos, aqui você também encontra toda esta variedade!
Quanto à segunda frase, "Quadrinhos são coisa de criança", além do que já ficou óbvio, basta completar com a menção a alguns títulos, com ligeiros comentários:
  • Gen Pés Descalços - Série de títulos escritos por Keiji Nakazawa que conta a história de diversas pessoas após o bombardeio atômico de Hiroshima e Nagazaki, tendo como protagonista o menino Gen, alter ego do autor. O título é leitura recomendada para escolas ensino médio em diversos estados americanos.
  • Maus, de Art Spiegelman, foi o primeiro título de quadrinhos a ganhar o prêmio Pulitzer, em 1992, com a história de sobreviventes ao holocausto nazista, apresentando judeus como ratos e os nazistas como gatos, em uma história tensa e emocionante.
  • Persépolis, é outro título premiado internacionalmente e conta a história autobiográfica de Marjane Satrapi, começando por sua infância em um Irã de governo laico, passando por uma adolescência longe de casa, fugindo das as mudanças no país devido à ascensão dos aiatolás ao governo; até o retorno a um país que pouco tinha a ver com aquele de sua infância.
Há muitos outros exemplos de quadrinhos para adultos, estes três foram os primeiros três que me vieram à mente simplesmente por serem facilmente reconhecidos como "sérios"

Mas o que eu queria falar hoje é sobre um presente de Natal antecipado para os leitores do Vida de Escritor: o lançamento de uma versão digital da história Fiat Voluntas Tua (seja feita a Tua Vontade, em latim), com roteiro escrito por mim e desenhos do E.C.Nickel, grande mestre dos quadrinhos nacionais.  Apesar do título que evoca algo religioso, trata-se de uma história de ficção científica, baseada no conto de mesmo título publicado em meu primeiro livro, "A Caixa de Pandora e outras histórias".  Neste novo formato, e com as contribuições do E.C.Nickel - que foram muito além de meramente desenhar a história - o conto adquiriu uma nova dimensão, e o resultado ficou tão bom que me inspirou a escrever um romance baseado neste álbum de quadrinhos.  Se você gosta de histórias como as de Philip K. Dick (que inspiraram filmes como Blade Runner, Minority Report, O Vingador do Futuro, Agentes do Destino e outros blockbusters), você precisa ser esta história!
Update: Falei tudo, mas esqueci de dar o endereço do blog do E.C. Nickel!  Falha minha, confiram em: http://quadroid.blogspot.com.br  
E depois, obviamente, comentar o que achou aqui!

E você, tem algum quadrinho em especial que lhe inspire? Comente e compartilhe!

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10 de dezembro de 2014

Inspiração, homenagem ou cópia descarada? - com Flávio Batista


V
ocê já leu algum livro, ou quem sabe viu algum filme, e teve aquela sensação de déjà-vu, aquele incômodo de achar que a ideia havia sido copiada de outro lugar?
Bom, antes de mais nada vale destacar que um engano comum é achar que, legalmente falando, ideias podem ter dono.  Não tem.  Você pode registrar uma marca, um logotipo ou uma obra, mas não pode registrar uma ideia.  Dois escritores, partindo da mesma premissa inicial, com certeza produzirão obras totalmente diferentes, e nenhum poderá processar o outro por plágio.
Nesta linha, o escritor e amigo Flávio Batista enviou-me um e-mail que achei tão rico que valia a pena compartilhar com vocês.  Vejamos, então, os comentários do Flávio.

Esse assunto é interessante para nós escritores. Mostra que, em matéria de narrativas, às vezes pode ser produtivo "fazer tributos" a histórias alheias. Leia-se: copiar declaradamente (para não dizer "descaradamente"). Então, lá vai:

A cena final do primeiro filme da série Guerra nas Estrelas (o episódio IV, de 1977), em que as naves dos rebeldes destroem a Estrela da Morte, é assumidamente um tributo a um filme de 1955, denominado The Dam Busters (baseado em uma história real, e com certa acurácia histórica). Parece que o próprio George Lucas já declarou isso. Eis o contexto
"Quando você tem talento próprio, é um prazer dar crédito para o talento dos outros."
Criss Jami, escritor filósofo e poeta
Durante a Segunda Guerra Mundial, a força aérea britânica desenvolveu um método para destruir represas dos nazistas. Seguindo os cálculos de um engenheiro aeronáutico, os aviões britânicos lançariam uma carga de profundidade, mas precisariam fazer a bomba cair com um ângulo específico. O explosivo deveria quicar na água várias vezes, depois afundar. A detonação sob a água produziria uma onda de choque e derrubaria a represa. Entretanto, os aviões correriam grande risco, pois voariam em uma altitude bastante baixa.

A cena do filme é mesmo bem parecida com Star Wars. O vídeo que encontrei no YouTube é meio longo (dez minutos) mas basta ver alguns minutos para percebermos as semelhanças:

https://www.youtube.com/watch?v=lCRIsjJFRNo

Se você quiser visitar as páginas da Wikipédia anglófona, colocarei os links abaixo. Os textos são longos mas valem uma olhada rápida. A página sobre a "Bouncing Bomb" tem uma pequena animação mostrando como a bomba agia.

Verbete sobre o filme:
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Dam_Busters_%28film%29

Verbete sobre a bomba:
http://en.wikipedia.org/wiki/Bouncing_bomb

O diretor Peter Jackson (de O Senhor dos Anéis) detém os direitos para refilmar The Dam Busters, e começou a produzir o novo filme, porém interrompeu o projeto para se empenhar na trilogia do Hobbit. Parece que o Peter Jackson gosta de aviões antigos e tem até mesmo uma empresa que restaura velhos aeroplanos.

O principal tema musical do filme The Dam Busters é até hoje executado regularmente no Reino Unido. Havendo interesse confira (não gosto do tema introdutório, mas a marcha principal é bonita):
https://www.youtube.com/watch?v=wDpdPjf2aSE

Sobre Flávio Batista: Nascido no Rio de Janeiro, em 1968, Flávio Batista é autor da saga Oazo, no gênero fantasia e aventura, em seis volumes que estão sendo publicados semestralmente no formato digital. Os livros encontram-se disponíveis na Amazon:


Afinal, quais os limites entre "inspiração", "homenagem" e "cópia"?  Comente e compartilhe suas ideias!

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26 de novembro de 2014

Dúvidas de Escritores - Ilustrações, graduação e best-sellers nacionais



Bem vindos a mais um post da série Dúvidas de Escritores, aqui no Vida de Escritor!
É preciso ilustrar os livros infantis que escrevemos? Para um escritor, faz diferença ter cursado a universidade? Há best-sellers genuinamente nacionais? Estas são algumas das perguntas que me chegaram nas últimas semanas, e cujas respostas compartilho nesta edição.
A regra vocês já conhecem: Se têm alguma dúvida, confiram os posts anteriores da série, e se não acharem a resposta não se acanhem: podem perguntar!
Questão: Livros infantis devem ser entregues já com ilustração?
Resposta: Usualmente não. A editora tem seus próprios ilustradores e normalmente deseja manter uma identidade visual em todos seus livros, então o ideal é mandar apenas os textos.
Agora, se você tem algum ilustrador que goste muito e queira sugerir ele para seu livro, encaminhe algumas ilustrações do portfólio dele para a editora, apenas como sugestão.
"Seja humilde. Escritores mais velhos, mais experientes ou convincentes podem dar conselhos diversos. Mas não considere que estão sempre certos"
A.L. Kennedy, escritora e comediante escocesa

Questão: Escrevi um livro e quero mesmo publicá-lo, mas na verdade acho que sou desfavorecida
com minha falta de experiência e graduação. Acha que o fato de não ter cursado uma faculdade me impede de conseguir o que eu quero?
Resposta: Quanto a "ser desfavorecida", vou lhe pedir um favor: nunca mais use tais palavras! Todos temos pontos fortes e pontos de melhoria, e não é uma graduação que vai fazer a diferença. Lembre-se que Mozart compôs sua primeira sinfonia aos 7 anos de idade!
É claro que a experiência e o estudo ajudam a melhorar qualquer trabalho, e nunca devemos parar de estudar e procurar nos aperfeiçoar (eu mesmo estou fazendo uma pós-graduação, depois de 25 anos longe da academia...); mas o mais importante para um escritor é a vontade de escrever, a ânsia por fazer bem feito, porque sem isso não adiantam títulos ou estudos.
Dito

Questão: Não sei se é ceticismo meu ou ignorância mesmo, por isso gostaria de saber sua opinião a respeito das editoras nacionais.
Você acredita que um livro publicado em nosso país, possa vir a se tornar um best seller?
Resposta: Com certeza, temos inclusive muitos exemplos de best-sellers nacionais; começando pelo autor mais traduzido e mais vendido DO MUNDO: Paulo Coelho.
Agora, falando seriamente no assunto, se sua meta é viver da arte de escrever esqueça os "best-sellers", não são eles que sustentam o autor. Você precisa é de ter vários livros, de preferência que vendam constantemente, mesmo que não seja em grandes quantidades (os chamados "back list"), que a editora continua republicando pois sempre tem saída.
Quando você chegar um público cativo de 1000 leitores, que sempre compram suas obras, você estará quase chegando à autonomia financeira como escritor, pois estes mil garante o giro a a divulgação constante dos próximos livros.
Para tal, é necessário publicar sempre para o mesmo público-alvo, e com um intervalo ideal de um ano entre uma obra e a próxima, de forma a garantir a fidelidade do público.
É difícil? Sim, claro.

Mas nunca falei que viver de escrever era fácil. Só é BOM DEMAIS, e, para ser sincero... para quem quer ser escritor, não outra alternativa!

E você, tem dúvidas sobre personagens, trama, capas, diagramação...? Envie sua dúvida!

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19 de novembro de 2014

Workshop de Escrita de Ficção - Pré-Inscrições abertas!

A
migos!

               É comum assistirmos a filmes onde um escritor coloca um papel em branco na máquina de escrever (ou abre um novo documento no computador), digita: "Capítulo 1" e já sai escrevendo.

               Nada mais ilusório – ninguém escreve um livro assim!  Na verdade, há ferramentas muito práticas que ajudam a organizar o processo de criação de um livro, que praticamente guiam o trabalho dos iniciantes e ajudam os experientes a tirarem o máximo de si.

               Pois bem: Estou começando a organizar a próxima edição do Workshop de Escrita de Ficção, onde apresento algumas destas ferramentas, e para poder verificar a melhor data, estou realizando uma pequena pesquisa de opinião com os interessados.

               Segue uma breve descrição sobre o que é o workshop; e a pesquisa está em: https://pt.surveymonkey.com/s/8DYKTJT

               Se puderem ajudar a divulgar, eu agradeço!



Quando nos deparamos com algum mega-sucesso de vendas, em sua esmagadora maioria de autores estrangeiros, nos perguntamos o que é que estes autores têm que torna seus livros algo excepcional. Seguramente seu caminho não foi fácil, e o sucesso só foi conquistado com muito esforço e talento. Mas, a não ser em casos excepcionais, o talento e a persistência não foram os únicos ingredientes na receita de sua escrita.

Nos trabalhos de J. K. Rowling, Dan Brown, Stieg Larsson, James Patterson e outros, que venderam milhões de exemplares de seus best-sellers, é possível identificar a utilização de técnicas bem determinadas que tornam a obra coesa e a leitura ágil.

Estas técnicas, que incluem ferramentas para a construção de premissas, desenvolvimento e sustentação da trama, definição dos personagens e construção das cenas, entre outras, são ensinadas fora do Brasil em cursos de graduação em Storytelling - e com certeza foram praticadas intensamente por estes autores, que as dominaram e se aperfeiçoaram em seu uso.

Apesar dos cursos acadêmicos e independentes existirem e estarem em contínua melhoria há décadas no exterior, somente agora os autores brasileiros vêm acordando para a importância de aplicá-las em seu trabalho. Mais importante ainda, os editores nacionais cada vez mais buscam autores que tenham absorvido estas técnicas, que aumentam as chances de suas obras tornarem-se sucesso de vendas.

Para atender aos autores que estejam à procura de aperfeiçoar seu trabalho, o Workshop de Escrita de Ficção apresenta estes conceitos de forma clara e objetiva, aliando palestras teóricas com exercícios para reforçar as técnicas apresentadas. Além disso, a experiência dos facilitadores como escritores, palestrantes e condutores de oficinas de escrita criativa é agregada à experiência de cada aluno, criando um ambiente criativo de alta sinergia e intenso aproveitamento do aprendizado.

Como acontece: Nós acreditamos que somente a prática pode levar ao aprendizado e é este o enfoque didático que damos ao treinamento. Assim, o peso das oficinas equivale ao das palestras, e todos os tópicos abordados são objeto de exercícios individuais ou em grupo.

O que tem de diferente: A não ser em raros casos, os workshops realizados no Brasil não envolvem as técnicas de escrita de ficção, sendo muito mais voltados para o lado da estética da escrita, ou seja, seu lado literário. O foco deste workshop é em prover ferramentas práticas, úteis e simples para organizar o trabalho de produção de um livro.

Pré-requisitos: Não é requerida nenhuma experiência anterior como escritor ou roteirista.

Duração: 16 horas (8h por dia, em um fim de semana)

13 de novembro de 2014

Dúvidas de Escritores - Contratos, Financiamento e Liberdade de escrita


E

m meio às correrias de sempre, com pós-graduação, leituras críticas, encomendas de editoras (que foram muitas este ano, ainda bem!) e outras, consegui uma brecha para consolidar perguntas que recebi por e-mail ou como comentários aqui no Vida de Escritor, em mais um post da série Dúvidas de Escritores.
A regra vocês já conhecem: Se sua pergunta não está aqui, nem em nenhum dos posts anteriores da série, não se acanhem, podem perguntar, que se eu não souber a resposta me comprometo a descobri-la para você!
Nesta edição e nos próximos posts (são muitas perguntas...), escolhi os mais variados assuntos, espero que gostem!
Questão: Queria saber se menores de idade podem mandar um livro para editora, precisa de alguma coisa extra?
Resposta: As editoras não fazem restrições sobre quem envia os originais para elas, na maior parte das vezes.  No entanto, como menores não podem assinar o contrato de edição caso o livro seja aceito, o ideal é deixar sempre um responsável ciente para que ele possa ajudar quando necessário.
"Nunca reclame por ser mal compreendido. Você escolhe ser compreendido, ou não."
David Hare, escritor inglês de peças de teatro, TV e cinema

Questão: Como consigo algum tipo de financiamento para ajudar na publicação de meu livro?
Resposta: Esta questão de publicação é muito complicada, e em especial para quem vive longe das grandes editoras (leia-se São Paulo, e em segundo lugar Rio, BH e Porto Alegre). Quanto ao financiamento, procure pelo Fundo de Apoio à Cultura (ou algo semelhante) da Secretaria de Cultura de Curitiba, normalmente toda Secretaria de Cultura tem fundos para apoiar a publicação, e são bem menos burocráticos do que a lei Rouanet, que não só é um pesadelo burocrático como também depende de você, depois de conseguir ser seu projeto aprovado, precisar achar empresas que queiram gastar dinheiro nela (porque o projeto basicamente permite que a empresa tire parte dos seus impostos para financiar ações culturais, mas pelo que me lembro não é uma relação 1-1, é algo do tipo “A cada X que você investir em cultura, tem Y de isenção”, com Y < X. Ou seja, a empresa vai efetivamente desembolsar dinheiro para seu projeto, e achar empresas dispostas a isto nunca é muito fácil.

Questão: (Acredito que) somente os escritores de peso e renome tem uma liberdade absoluta para escreverem o que desejam sem muitas restrições. Gostaria de conhecer sua opinião e que falasse mais sobre isto
Resposta: A questão da liberdade de expressão realmente é instigante. Acredito que o escritor deve ter sempre em mente seu público alvo, afinal, ele escreve para este público. Nesta linha, o escritor, mesmo famoso, só é totalmente livre se seu público alvo for composto apenas por uma pessoa: ele mesmo. Se não, ele sempre vai pensar no QUE DEVE ou não deve escrever; em COMO DEVE ou nçao deve escrever; no QUE INTERESSA este público, e por aí vai.
Se você escreve um livro estilo biografia para sua familia, ele pode ser chato para outras pessoas e interessante para a família, que conhece os personagens ao vivo.
Se você escreve um livro para acadêmicos, ele pode ser complexo, difícil de ler, e ainda assim ter grande aceitação.
E se você escreve para "o grande público", então cai nesta linha que você falou: o filtro inicial vai ser o editor; e se você publicar sem editor, então o próprio publico será o filtro. O editor sugere o que acha que vai aumentar a chance de seu livro interessar mais gente, então não deve ser visto como um "castrador", mas como um "orientador". Pelo menos é o que eu penso.

Afinal, livros são feitos para serem lidos, e como escritor quero que meus trabalhos sejam lidos pela maior quantidade possível de pessoas!

E você, o que você gostaria de saber mas não tem para quem perguntar? Fale conosco!

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23 de outubro de 2014

Terra da Magia, Somnium e Divulga Escritor!


L
á comentei diversas vezes que a publicação do livro está cada vez mais fácil, com opções como publicar em papel ou e-book por uma editora, pagar você mesmo para publicar em papel, publicar como e-book gratuitamente ou contratando alguém para fazê-lo (há muitos intermediários oferecendo serviços nesta linha), realizar um projeto de crowdfunding para custear a impressão ou conversão para e-book, utilizar serviços de "editoras" que imprimem sob demanda (o livro só é impresso quando pago), alguns destes gratuitos, outros pagos, e ainda outros modelos mistos que vocês podem vir a lembrar.  
Tendo alternativas variadas e até sem custo para a publicação, a maior dificuldade que resta ao escritor é a divulgação. 
Nesta linha, vou iniciar este post com duas breves divulgações de publicações mais ou menos recentes de que estou participando, mas que ainda não tive oportunidade de divulgar aqui, e na sequência vou trazer informações sobre um recente projeto (começou a um ano e meio) de apoio à divulgação de escritores."É cada vez mais fácil publicar - e, com o aumento da oferta de livros, mais difícil fazer seu livro ser notado pelos leitores!"



Terra da Magia
Terra da Magia
Para começar, gostaria de falar brevemente sobre o "Terra da Magia", um projeto sensacional do mestre roteirista e escritor Gian Danton. Trata-se de uma coletânea de uma grande equipe de autores, resultado de um concurso organizado pelo Gian, que reúne contos que misturam a mitologia clássica da fantasia com a realidade e a cultura brasileira.  O resultado, como vocês podem imaginar, vai do hilário ao tenso, mas sempre curioso.  Vale à pena conferir.
O livro foi publicado em formato de e-book, e está gratuitamente disponibilizado no GoodReads, comunidade internacional de leitores, e no site do próprio Gian Danton, o Ideias de Jeca-Tatu.
Em tempo: meu conto é o "Ensombração", que além do folclore nacional bebe de fontes como o seriado Supernatural e o personagem de quadrinhos Constantine, em uma instigante história de mistério.

Somnium 109
Somnium 109
A segunda dica de leitura é a Somnium 109, revista do CLFC, Clube de Leitores de Ficção Científica com uma longa tradição de publicações de qualidade.
A Somnium 109 traz oito contos de autores nacionais, além da chamada para o Prêmio Argos 2014 e diversos textos em homenagem à escritora Ursula Le Guin, que celebrará 85 anos de idade no dia 21 de outubro.
Minha contribuição neste caso é o conto "Asas", um conto estilo policial investigativo que acontece em um futuro próximo, e que foi premiado na última edição do concurso de Contos de Ficção Científica - FCdoB. Gostei muito das "sacadas" que tive quando escrevendo este conto, que conseguiu ficar (na minha modesta opinião) tanto instigante quanto inesperado.

Por fim, como prometido, a divulgação do "Divulga Escritor", projeto criado em 26 de março de 2013 pela jornalista e escritora Shirley M. Cavalcante, hoje administradora do projeto.  Não conheço a fundo o trabalho do grupo, e gostaria muito de ouvir as opiniões de quem já teve algum contato com eles.
O texto de divulgação a seguir é de autoria da Shirley:
O Divulga Escritor tem como objetivo buscar ferramentas de divulgação para divulgar Escritores de todos os segmentos,  autores de todas as Editoras, independentes... todos podem participar, tudo começou com uma página no Facebook, hoje o projeto conta com:
  • Página no Facebook Divulga Escritor  Objetivo: Divulgar os links de páginas de todos  os escritores, as páginas divulgadas podem ser: site, blog,  FaceBook, página em recanto das letras, luso poemas.... desde que os escritores o atualizem sempre com textos de sua autoria.  
  • Grupo Divulga Escritor -  Livros no Facebook  Objetivo:  Divulgar livros de todos os escritores, desde que os livros sejam postados por seus respectivos autores.  
  • Grupo Divulga Escritor – Eventos Literários no Facebook  Objetivo: Divulgar eventos literários da Lusofonia, mobilizando o pessoal que participa do grupo a compartilhar os eventos que forem próximos a sua localização para que mais pessoas tenham conhecimento, e participem!  
  • Revista digital Divulga Escritor – Revista Literária da Lusofonia   Objetivo: Divulgar Escritores, livros, artigos literários.  
  • Entrevistas   Objetivo: Apresentar escritores de diferentes segmentos, para que todos tenham a oportunidade de conhecer melhor o seu trabalho, sua história, sua forma de pensar, suas ideias, seus livros e serviços oferecidos pelos entrevistados. Já são mais de 100 escritores entrevistados do Brasil, Portugal e África em 8 meses de projeto. As entrevistas são elaboradas pelo projeto e divulgadas através de parceiros, site, em sua página e grupos no FaceBook.
 Em breve estaremos com a livraria Divulga Escritor, terá como objetivo disponibilizar mais um canal de vendas de livros para os escritores que fazem parte do projeto.  

Para que possam conhecer melhor o projeto Divulga Escritor disponibilizamos nosso site: www.divulgaescritor.com

Muito obrigada a todos que fazem parte do projeto Divulga Escritor, obrigada a todos os administradores e divulgadores do Brasil e Portugal. Todos escritores e leitores são bem vindos ao projeto Divulga Escritor.

E você, o que tem feito para divulgar seu trabalho? Alguma outra dúvida? Compartilhe com seus colegas escritores!

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17 de outubro de 2014

7 Coisas que aprendi, com Amâncio Siqueira

Em uma iniciativa conjunta* entre os blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, T.K. Pereira e Alexandre Lobão convidam escritores e outros profissionais do mercado livreiro e literário para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje. 
Sempre é bom lembrar que em maio deste ano lançamos um e-book com 61 contribuições de escritores e profissionais do mercado.  E estamos agora juntando contribuições para a próxima edição!  Então, se você é escritor iniciante ou veterano, se escreve poesias, contos, romances ou biografias, se é editor, capista, ilustrador, revisor, agente literário ou mesmo um leitor ávido com algo para compartilhar, não perca tempo e envie sua contribuição para esta série de artigos!
Neste post temos três novas participações para a série. 
No Escriba Encapuzado há duas novas contribuições, ambos de escritores que se destacaram nos concursos literários do SESC: Maurício de Almeida e André Timm.
E aqui no Vida de Escritor, os insights do escritor Amâncio Siqueira, aproveitem!
  1. Leia muito, o tempo todo, desesperadamente, e sinta dor na consciência por não poder ler tanto quanto deveria e gostaria. Um escritor que não lê passa a mesma credibilidade de um médico fumante ou um nutricionista gordo, com o agravante de que os outros podem saber muito, embora não utilizem pra si, enquanto o escritor que não lê não sabe escrever e não tem a mínima noção da escrita como profissão.
  2. Tenha disciplina. Esse é um conselho que tento dar a mim mesmo todos os dias, embora raramente eu o acolha. Disciplina é fundamental. Sentar e escrever (ou escrever em pé, ou deitado, se for melhor pra você). Quando não conseguir dar continuidade ao livro, pesquisar, ler, fazer resumo dos próximos capítulos, detalhar diálogos.
  3. Estude muito sobre tudo. Consulte dicionários de várias línguas, enciclopédias. Não escreva sobre uma flor antes de saber tudo sobre ela. Estude muito para escrever, e principalmente depois de ter a obra pronta, para as revisões. Mas tente sempre esconder o quanto estudou. O leitor não precisa saber que você leu dez mil páginas para escrever um capítulo. O livro tem que fluir diante do leitor de forma natural, como se não tivesse exigido nenhum esforço de sua parte. Estude ainda mais sobre o mercado editorial.
  4. Depois de concluída a primeira versão do livro, deixe-o na gaveta um bom tempo, entre seis meses e um ano. Você poderá perceber com mais facilidade os erros gramaticais e as inconsistências quando tiver esquecido o texto escrito. Não deixe por um tempo muito grande, ou esquecerá os objetivos do que escreveu, a essência que queria dar ao texto.
  5. Procure leitores críticos e agradeça cada crítica recebida. Muitos pretensos escritores não querem submeter seus textos sequer à crítica do próprio editor. São esses que enchem o mundo de péssimos livros e geram a noção em grande parte acertada de que edições autopublicadas são ruins.
  6. Pense no leitor. Não escreva apenas para si mesmo. Se você quer ter a escrita como profissão, deve entender que nenhum profissional visa a si mesmo. O médico deve fazer o que é melhor para o paciente, e não para si. Pensar no leitor não significa escrever livros da moda e tentar virar bestseller escrevendo qualquer porcaria. Significa saber que a comunicação exige compreensão e retorno. Se o leitor que você quer é inteligente, escreva livros inteligentes, mas evite ser pedante. O leitor não se emocionará com um parágrafo que não passa de um jogo de palavras vazio. O máximo que acontecerá será um sorriso sarcástico ou seu livro jogado contra a parede.
  7. Procure uma editora que ganhe dinheiro vendendo seus livros para leitores, e não para você mesmo.

Sobre o autor: Amâncio Siqueira é suicida não praticante.  Obras: O Evangelho de São Pecador (ArtExpressa, 2010) e Quebra Cabeças (lançamento previsto para 2015)
* Projeto inspirado pela coluna “7 Things I’ve Learned So Far”, da revista Writer’s Digest.

Veja a opinião de outros autores no  Vida de Escritor e no Escriba Encapuzado.
Até a semana que vem - e enquanto isso pensem em SUAS 7 coisas e enviem suas contribuições

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2 de outubro de 2014

A arte de conquistar editores - e leitores!


Os dois maiores desafios de um escritor, pelo menos no que se refere àqueles que estão dentro de sua capacidade de atuação, são conseguir uma editora para seu livro e, depois de publicá-lo, fazer a divulgação adequada para que os leitores saibam que seu livro existe.
No caso de livros auto-publicados, em papel ou digitais, você escapa do primeiro desafio - mas o segundo (acreditem!) torna-se proporcionalmente maior. 
Curiosamente, "o caminho das pedras", ou pelo menos um deles, é o mesmo para superar estes desafios: conversar, aparecer, dar-se a conhecer, networking, relacionar-se...  Chame como quiser: O escritor não pode escrever seu livro e voltar para sua caverna e começar a escrever o próximo, ele precisa ter uma vida social ativa, nem que esta vida seja estritamente profissional."Escrever um livro é fácil! Os difícil é, primeiro, chegar à editora, e depois aos leitores."


Vamos aprofundar a questão com dois exemplos, começando com o lado das editoras.
Felipe Colbert e eu
Felipe Colbert e eu
No último mês estive com o escritor Felipe Colbert, em São Paulo, trocando experiências e aprendendo muito (Obrigado, Felipe!). Nossa conversa confirmou algo que eu já sabia faz tempo: quem faz contato direto com editores consegue um retorno bem maior do que quem faz este contato remoto, mesmo que seja por telefone.

Belleville, de Felipe Colbert
Belleville, de Felipe Colbert
Conseguir uma editora é, obviamente, algo que depende da qualidade de seu trabalho, mas até mesmo receber um "não" às vezes é difícil quando a editora não lhe conhece.  Pode parecer um absurdo falar isso, mas este mercado ainda é movido muito por contatos e paixões particulares dos editores. Não é que falte profissionalismo, mas se você está na gestão de uma editora e precisa apostar em um livro (uma publicação é quase sempre uma aposta...), especialmente de um autor que ainda não é reconhecido, obviamente você vai escolher a aposta com mais chance de ganhar.  E entre os muitos bons livros que chegam todas as semanas, se você vai apostar, é claro que você apostará em um autor que conheceu e em quem percebeu a postura de alguém que vai ajudá-lo a vender seu livro.

Chocolate Literário na EC02 de Ceilândia
Chocolate Literário na EC02 de Ceilândia
Como fazer isso? O melhor lugar para encontrar editores é nas bienais e em grandes feiras de livro (como a Flip). Prepare seu portfólio, imprima uma cópia de seu trabalho, treine seu discurso de apresentação, e bom trabalho!
Na hora de vender seu livro não é diferente.
O Felipe esteve todos os dias no stand da Novo Conceito na Bienal de São Paulo, autografando e apresentando seu trabalho para qualquer possível leitor que tivesse a curiosidade de folheá-lo. Resultado? Seu livro Belleville foi o segundo mais vendido da Novo Conceito, ficando atrás apenas de um best-seller internacional cujas boas vendas já eram esperadas. (Em tempo: Li o Belleville e recomendo, é um livro bem escrito, emocionante e imaginativo, vale a pena!).

Fliníquel - Feira Literária de Niquelândia
E se você não tem como viajar para a bienal ou estas grandes feiras?  Comece em sua cidade!  Visite escolas, feiras literárias em sua região e encontros de escritores. Monte sua base de leitores aos poucos, mas continuamente, se você realmente pretende viver de escrever algum dia.
Ainda mês passado estive na Escola Classe 02 de Ceilândia, que promoveu a nona edição de seu "Chocolate Literário". Além do delicioso chocolate para os autores convidados, passamos uma manhã assistindo apresentações dos alunos e acompanhando os trabalhos que eles fizeram, nos diversos murais espalhados pela escolha.   Foi muito divertido e emocionante, vejam as fotos em meus álbuns públicos, junto com outras dezenas de eventos de que participei nos últimos anos.
E aproveitando o ensejo: Estarei participando da Fliníquel, a Feira Literária de Niquelândia, no fim deste mês e início do próximo. Se você mora por perto, apareça para trocar ideias!
Afinal, não basta escrever: há que relacionar-se para ser um escritor completo!  :)

E você, o que tem feito para divulgar seu trabalho? Alguma outra dúvida? Compartilhe com seus colegas escritores!

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10 de setembro de 2014

Dicas para criar melhores aberturas em seus livros


Há muitas formas de se iniciar - e se terminar - uma história.
As histórias de Neil Gaiman, eventualmente, começam com uma música e terminam com uma pequena dança à beira-mar.
Markus Zusak já começou - e terminou - uma história com uma cor.
Suponho que as histórias de Jean Angelles comecem com um sonho, e terminem com um sorriso.
E que as de André Vianco comecem com um pesadelo, e terminem com um nó na garganta ou um grito de triunfo.
Já as histórias de Felipe Colbert começam com uma desafio à imaginação, e terminam com um suspiro de alívio.
Como disse, há muitas formas para se iniciar e terminar histórias.
O curioso é que todo escritor sabe o final de sua história antes mesmo de começá-la.

Curioso, mas verdadeiro:
saber o fim do caminho dá a direção do primeiro passo.
Minhas histórias, normalmente, começam com imaginação regada a fatos e ideias, e terminam após muita pesquisa e paixão.
"Não acredite no que vê em filmes hollywoodianos: a maioria dos escritores só escreve a primeira linha após ter uma boa noção de qual será a última"
O ponto importante é que a abertura de seu livro é o que "vende" o livro para seu leitor - às vezes literalmente, pois é a partir dela que você pode ganhar (ou perder) o leitor, ainda na livraria.
Para isso, é importante que você tome especial cuidado com o primeiro parágrafo do livro, de forma a trabalhá-lo para garantir o máximo de impacto possível.  Alguns exemplos muito bons:
  • “No dia em que o matariam, Santiago Nasar levantou-se às cinco e meia da manhã para esperar o navio em que chegaria o bispo." ("Crônica de uma Morte Anunciada", de Gabriel Garcia Marques)
  • "É muito difícil – ou inútil – datar o início desta história. Ela está começando hoje, aqui e agora, talvez só comece realmente amanhã, mais tarde ainda, ou nunca, talvez. Sei que esta história existe, está escrita e inscrita em minha carne, mas creio que ela não teve um início preciso, nem mesmo no dia em que resolvi dar nome ao meu pau.” ("Pilatos", de Carlos Heitor Cony)
  • “Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.” ("Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis)
O segredo é o autor colocar uma cena de impacto já nas primeiras linhas, de forma a provocar a curiosidade do leitor de maneira imediata. 
Mas e quando seu livro começa, digamos, "meio devagar"? O que fazer se você precisa apresentar os personagens e seu status quo, para que sua posterior destruição provoque um maior impacto no leitor.
Nestes casos, há dois truques que podem ajudar.
O primeiro tem o sofisticado nome em latim "en media res", que basicamente significa "começar pelo meio": ao invés de começar se livro pelo primeiro capítulo, coloque uma cena de alto impacto em primeiro lugar, para depois iniciar a história.  Por exemplo, ao invés de iniciar a história com o casal feliz tomando café da manhã, comece pela cena que vai acontecer dez capítulos depois, quando ele entra em casa e encontra uma frase escrita em sangue na parede mais próxima.  O leitor levará um choque, e quando começar a ler o próximo capítulo, com a adrenalina a mil, vai entender que ela se passa algum tempo antes do capítulo anterior, uma vez que a vida ainda está normal.
O segundo truque é, simplesmente, incluir um spoiler do que virá para gerar tensão no leitor.  Por exemplo:
  • Sem spoiler: "Beijou sua esposa e saiu para o dia belo e ensolarado. Antes de entrar no carro, olhou para ela com carinho e acenou, com um sorriso."
  • Com spoiler:: "Beijou sua esposa e saiu para o dia belo e ensolarado. Antes de entrar no carro, olhou para ela com carinho, como se fosse a última vez que a veria. E realmente era."
Os exemplos obviamente são simplistas e um pouco forçados, mas deixam bem claro o ponto: comece com uma abertura de impacto, e garanta o engajamento imediato leitor - especialmente se sua história não inicia de maneira muito empolgante.
E, obviamente, a partir daí garanta a tensão crescente na obra - cuidado com as quebras de ritmo que derrubam o leitor! - e conclua sua obra de forma retumbante!
Mas isso é assunto para um próximo post...

E você, alguma dica sobre aberturas? Alguma outra dúvida? Pode perguntar!

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19 de agosto de 2014

O muito comum lugar-comum, por J. B. Oliveira

Quem acompanha o Vida de Escritor sabe que não é comum que eu publique artigos de outros escritores... As honoráveis exceções são realmente isso, honoráveis... E me perdoem pelo lugar comum...
Com vocês, um texto do incomparável  J.B.Oliveira!


lugar-comum. S. m. 1. Fonte de onde se podem tirar argumentos, provas etc., para quaisquer assuntos. 2. P. ext. Fórmula, argumento ou ideia já muito conhecida e repisada. 3. Trivial; trivialidade. [Sin., nas acepções 2 e 3: chapa, chavão, clichê. Pl.: lugares-comuns.]
 
É o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa que assim define o verbete lugar-comum. A primeira acepção é branda, amigável. As duas outras são mais severas, condenatórias, indicando que sua utilização não é recomendável por traduzir redundância ou irrelevância. Em outras palavras: ou consiste na repetição de fórmulas muito conhecidas e repisadas – na acepção número dois – ou se refere a banalidades, vulgaridades mesmo, no sentido número três.

Por representar uma forma de empobrecimento da língua, o lugar-comum torna-se um vício de linguagem, ao lado de tantos outros, igualmente condenáveis, como: pleonasmo, plebeísmo, barbarismo, solecismo e que tais, todos comprometedores da beleza e estética do idioma.

O interessante é que, às vezes – e felizmente – alguns deles caem em desuso e acabam no esquecimento. Até porque outros vêm ocupar seu lugar nas mensagens da mídia e dos comunicadores (querem a aplicação de um lugar-comum? Então aí vai: “dos comunicadores de plantão!”).

5 de agosto de 2014

7 Coisas que aprendi - com Ben Oliveira e Max Velati !!

7 Coisas que aprendi
Em uma iniciativa conjunta* entre os blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, T.K. Pereira e Alexandre Lobão convidam escritores e outros profissionais do mercado livreiro e literário para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje. 

Em maio deste ano, lançamos um e-book com 61 contribuições, entre escritores e profissionais do mercado.  E estamos agora juntando contribuições para a próxima edição!

Então, você já sabe: Não interessa se você é iniciante ou veterano, se escreve poesias, contos, romances ou biografias, envie sua contribuição para esta série de artigos!

Esta semana temos duas novas participações para a série. 

No Escriba Encapuzado Ben Oliveira, escritor e jornalista, dá sua contribuição.

E aqui no Vida de Escritor, o escritor veterano e ilustrador Max Velati apresenta uma das mais inspiradas e com certeza a mais original contribuição para a série!
Com vocês, Max Velati!

23 de julho de 2014

Dúvidas de Escritores sobre livros infantis e de terror, como desenvolver personagens secundários e processo de escrita


C
omo recebi muitas dúvidas nas últimas semanas, o jeito foi publicar dois posts seguidos da série Dúvidas de Escritor.

Então, você já sabe como funciona: Envie suas dúvidas para o Vida de Escritor, por email ou comentando aqui no blog, e terei prazer em responder - e ainda mais prazer em descobrir a resposta, caso eu não saiba!

Vamos, então, a mais uma compilação de perguntas e respostas neste post da série Dúvidas de Escritor.

Pergunta: Quando escreve seus livros você pensa em determinada faixa etária para a criança? É diferente escrever para uma criança de 7 e para outra que tenha 11 anos...
Resposta: Sim, isso é essencial. A história precisa ter CONTEÚDO e FORMA/LINGUAGEM adequados à faixa etária, senão o livro não funciona. Uma possível organização é:
Nível de leituraDescrição
pré-leitores Livros sem texto para antes da alfabetização
leitores iniciantes Livros para o período de alfabetização
leitores autônomos Livros curtos para leitura independente
leitores críticos Livros juvenis para pré-adolescentes
leitores críticos e independentes Adolescentes, jovens e adultos
Veja que não é bem por faixa etária, mas por nível de leitura; usualmente as coisas estão associadas: uma criança com nível de leitura avançado para sua idade provavelmente também tem maturidade mais avançada.


Pergunta: Estou escrevendo onde busco abordar nos poemas temas que as crianças gostam: imaginar, tecnologia, animais, etc. Tento escrever os poemas de forma que as crianças utilizem bastante a imaginação. Você acha que estou no caminho? Pela sua experiência, do que você acha que as crianças gostam?
Resposta: Já ouvi dizer de um escritor experiente que “as crianças são mais poesia do que prosa”, elas pensam de maneira mais livre, então acredito que a poesia tem mais apelo para elas, desde que não seja surrealista a ponto de ser incompreensível. Então, sim, acho que você está no caminho certo.
Quanto ao que as crianças gostam... Depende muito! Meninos gostam de meleca, rolar na lama, brincar e brigar, misturando as duas coisas, correr na chuva, subir em árvores, gritar e dominar o mundo. Meninas gostam de casinha, de bonecas, de se vestir de mãe e de conversar com seus animais de pelúcia. Ou não, de repente tudo isso é só clichê... Mas pelo menos com meu filho e minha filha – tenho um casal – foi assim!!
"Escrever é pensar. Escrever bem é pensar claramente. Por isso é que é tão difícil escrever"
David McCullough, autor e historiador americano
Pergunta:
Preciso de fazer um livro em que o tema é o a morte de alguém, sendo que precisa se passar em um acampamento. Teria alguma dica ?

16 de julho de 2014

Dúvidas de Escritores: Processo de escrita, produção de livros infantis, estilos e editoras...


S
abe aquela duvidazinha que fica ali, incomodando, e você não sabe para quem perguntar?
Seus problemas acabaram!  Envie suas dúvidas para o Vida de Escritor, por email ou comentando aqui no blog, e terei prazer em responder - e ainda mais prazer em descobrir a resposta, caso eu não saiba!
Vamos, então, a mais uma compilação de perguntas e respostas neste post da série Dúvidas de Escritor.

Pergunta: Você acha que 25 poemas são suficientes para um livro de literatura infantil?
Resposta: Na boa? Até um poema já é suficiente! Já vi livros infantis, para a primeira infância, com 16 páginas e 16 versos, então acho sim que 25 poemas são um número suficiente. Na verdade, o ideal talvez seja até que você corte alguns deles: é melhor publicar 20 poemas em que você REALMENTE acredite, do que 25 com “altos e baixos”.
 
Pergunta: Lendo pela internet vi que é a editora que faz a capa e diagramação, e me perguntei se mesmo que eu mandasse o livro todo pronto se eles mudariam tudo...
Resposta: A resposta, que provavelmente não vai te satisfazer muito, é: depende.
Elaborando um pouco mais: Sendo um projeto gráfico interessante, com certeza a editora vai querer aproveitá-lo, especialmente se for uma editora que não tenha uma linha de design gráfico rigidamente definida. Para aumentar suas chances, sugiro que você visite as alas infantis de algumas livrarias e procure livros que tenham, primeiramente, assuntos semelhantes ao do seu livro; e em segundo lugar, livros que tenham um visual semelhante ao seu. Envie sua proposta editorial primeiramente para as editoras que tenham tanto assuntos quanto design semelhantes, que suas chances serão as maiores.
Pergunta: Existem no Brasil boas editoras de ficção/suspense-terror para iniciantes?
Resposta: Praticamente não há “boas editoras para iniciantes”, independente do estilo. Faça um trabalho de qualidade e procure as editoras que publicam seu gênero, que as portas vão se abrindo aos poucos.
 
Pergunta: Em todos os blogs que vi me falaram coisas do tipo "faça sua história toda do começo ao fim em um parágrafo, depois vá aumentando, dando detalhes e cores à obra", mas isso parece deixar a escrita um pouco menos divertida. Só tem esse jeito?

10 de julho de 2014

A Copa do Mundo e a Síndrome do Herói


ão, este não é mais um dentre tantos milhões de posts, tweets e curtidas sobre a copa.
Mas não pude deixar de escrever sobre as reflexões que me foram praticamente impostas pelas (impensadas) divagações de comentaristas oficiais e populares, na TV e na web.
Assim que o jogo acabou, ou provavelmente antes disso, os vários "donos da verdade" começaram a estabelecer de quem era a culpa do suposto vexame - usualmente do técnico da seleção, como se o técnico estivesse não apenas orientando o time, mas também chutando, driblando, cabeceando, defendendo o gol e por aí vai.
Ora, não vou entrar nesta armadilha de debater sobre o mérito da mistura que o brasileiro faz entre futebol, política, patriotismo, orgulho e até mesmo vida particular, o que quero destacar aqui é a relação deste comportamento com a processo de criação literária!
"A estrutura de um romance não pode ser um trilho que prende a criatividade do autor, mas sim uma trilha que a guia"
Ora, se algo deu errado, e aparentemente deu, a culpa não é de um ou de outro, mas de toda a equipe.
No entanto, parece ser natural ao brasileiro procurar sempre UM indivíduo para glorificar ou crucificar, um herói ou um vilão responsável pelo sucesso ou fracasso de qualquer empreitada. É o que chamo de "Síndrome do Herói".

Isso funciona muito bem no mundo mítico e literário, onde as histórias são sobre ALGO que aconteceu a ALGUÉM.  E embora você possa - e deva - escrever romances com diversas tramas intercaladas, sem um único protagonista aparente, a premissa continua sendo a mesma: cada trama é uma história única, com seu protagonista particular.

Isso ficou bem claro nos estudos de Joseph Campbell, que em 1949 lançou seu livro "O Herói de Mil Faces" onde ele, a partir da análise de diversos mitos, apresenta não apenas um conjunto de arquétipos (ideais para apoio na construção de personagens...) comuns, mas também uma estrutura comum a todos os grandes mitos da humanidade, que ele batizou de "A Jornada do Herói".

Quase meio século depois, Christopher Vogler (curiosamente nascido em 1949), então trabalhando para os Estúdios Disney de cinema, fazia o trabalho de avaliação de roteiros candidatos a produção quando teve contato com o trabalho de Campbell. Com o objetivo de facilitar seu trabalho, a partir dos escritos de Campbell produziu um guia sobre como avaliar roteiros, de apenas sete páginas, mas que trazia sua visão da essência da "Jornada do Herói" e seus arquétipos.  Este trabalho evoluiu e, alguns anos depois, transformou-se no livro "A Jornada do Escritor", onde ele apresenta uma versão simplificada da Jornada do Herói e dos vários arquétipos do estudo de Campbell.

Estes trabalhos são, a meu ver, um primeiro e importante passo para quem deseja conhecer um pouco mais sobre como estruturar melhor uma história, o que é essencial para torná-la não apenas mais interessante para os leitores, mas também mais coesa para o escritor e mais atrativa para possíveis editores.

Pois é, chamem-me de esquisito, mas foi isso que me veio à cabeça quando vi a grande quantidade de brasileiros que procuram um único culpado para a derrota em um jogo de equipes, sem nem ao menos perceberem o absurdo de suas ponderações.  Diferente do mundo literário, o real é feito de infinitas interações, e portanto (quase?) nunca a responsabilidade de algo que acontece pode ser atribuída a apenas uma pessoa.

E para quem estiver se perguntando se isto de "procurar um culpado" não seria um comportamento natural de todo ser humano: não, não é. Na Suécia e na Dinamarca, por exemplo, um indivíduo que assume sobre si o ônus ou missão de tentar salvar o mundo sozinho não é um herói, é simplesmente um burro, pois os melhores resultados são sempre atingidos em equipe.  E não sou apenas eu que tenho experiências que comprovam isso: Christopher Vogler comentou a mesma coisa, após palestrar naqueles países apresentando sua "Jornada do Escritor".

Então, esqueçamos a busca por culpados e procuremos a busca por heróis - mas apenas em nossos livros, onde isso faz sentido!

E você, estrutura suas ideias antes de escrever? Como é seu processo de escrita? Comente e compartilhe com os colegas de profissão!

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6 de julho de 2014

Já pensou em desistir de escrever? Pense melhor!


Amigos!
Como todo escritor precisa fazer, saí de férias para ampliar meu arsenal de experiências de vida que sirvam de bagagem para novas histórias.
Não me decepcionei: em três semanas escalei o Pico da Bandeira (seis horas de trilhas morro acima e abaixo...), visitei deslumbrantes praias no Espírito Santo, participei de uma Bike Fest com alguns milhares (literalmente!) de motociclistas, andei de Maria-Fumaça... Bom, vou parando por aqui senão o post vira uma entrada de diário, mas, resumindo: valeu a pena!  Viagem sempre que possível, sempre faz bem ao corpo e à alma.
Pois bem: retornando à rotina, recebi um e-mail de uma jovem escritora que me disse que ama escrever, que não se vê fazendo mais nada na vida, mas que estava pensando em desistir do sonho por enquanto, uma vez que as dificuldades são muitas, e sua família falava (com toda razão) que é muito difícil viver de escrever.
Como sei que muitos escritores passam pelos mesmos dilemas, sejam eles jovens ou não, iniciantes ou experientes, achei que seria legal compartilhar um pouco da minha resposta a ela com todos. Espero que apreciem!
"Escrever é uma vida de cão... mas é a única que vale a pena ser vivida"
Gustave Flaubert, escritor francês e um dos maiores romancistas do século XIX
Quando tocam neste assunto comigo, sempre lembro da frase do grande escritor brasileiro Lêdo Ivo: “Uns escrevem para salvar a humanidade ou incitar lutas de classes, outros para se perpetuar nos manuais de literatura ou conquistar posições e honrarias.  Os melhores são os que escrevem pelo prazer de escrever”.
Acredito piamente nisso e, sendo assim, acho que não podemos abrir mão justamente daqueles que são, ou que serão, os melhores escritores! Se você não ama escrever e tem estas crises, então provavelmente você realmente está na direção errada: descubra o que você ama fazer, e vá atrás deste sonho!
Agora, se você ama escrever, então lhe dou meus parabéns e minhas condolências, porque os melhores escritores são aqueles que amam o que fazem por um bom motivo: eles não conseguem fazer mais nada além disso!  :)  hehehe...
É bem como Gustave Flaubert disse certa vez: “Escrever é uma vida de cão, mas é a única vida que merece ser vivida”.
O problema, como em TODAS as artes, é que escrever não dá dinheiro; pelo menos a princípio.  Se você reparar bem, Drummond, Rui Barbosa e outros escritores famosos foram servidores públicos; raros são aqueles que não tiveram (ou têm, para quem ainda está na ativa...) outra profissão.  Como, então, unir o sonho com a realidade?
O que recomendo é simples: NÃO desista nunca de seu objetivo, até porque de nada vale uma profissão que lhe dê dinheiro mas não te dê satisfação.  CONJUGUE as duas coisas; por exemplo, de dia estude e trabalhe, de noite escreva.  Descubra outros interesses.  Eu, por exemplo, também gosto de programação de computadores e planejamento/gerenciamento de projetos; e é isso que faço durante o dia e o que garante meu sustento e o da minha família.  Nas horas vagas, escrevo, sempre.
Se eu não trabalhasse em outras coisas, poderia ter alguns livros a mais, e quem sabe uma carreira de escritor mais estabilizada, mais reconhecida. 
No entanto, a própria experiência de estudar e trabalhar é material de aprendizado para o escritor, que, afinal, só pode escrever das coisas que aprendeu e viveu.  E uma coisa que percebi: nas oportunidades em que tive muito tempo para escrever, rapidamente me cansava e não aproveitava a maior parte do tempo; minhas melhores produções e minhas maiores produtividades aconteceram em períodos “de aperto”, quando tinha uma data para entregar um livro e precisava trabalhar no mínimo oito horas por dia.
Então, não desista; na verdade nem mesmo adie seu sonho: só mude a velocidade. 
Estude, trabalhe, e escreva muito.  Só se aprende a escrever melhor de uma forma: escrevendo.
Quando você tiver um livro pronto, procure editoras, conselhos, leituras críticas, etc, e comece a escrever o segundo.  E continue assim.  Alguma hora as coisas começam a deslanchar, desde que você não desista antes.

Vou ser bem sincero com todos vocês: Escrever muitas vezes é cansativo.
Não conseguir editoras (já passei quatro anos com um livro na mão sem conseguir publicar!) é desanimador.
Ouvir comentários ruins de parentes, amigos ou estranhos é uma pancada difícil de assimilar.
Ser um escritor, ao contrário do que muita gente pensa, não é fácil.

Mas, cá entre nós: é impossível viver de outra forma!  :)

Qualquer um que já teve o prazer de concluir um livro e tê-lo em suas mãos, mesmo que em cópia única, impressa em uma gráfica de conveniência, pode confirmar isso.

Então, se você realmente ama escrever, junte-se a nós, e sofra, e rejubile-se, e viva! :)

Agora, um convite: como é a sua experiência como escritor ou aspirante? Compartilhe suas dificuldades, suas glórias, e ajude os outros a continuar neste caminho!

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13 de junho de 2014

IV Congresso Luso Brasileiro de Autores e Convidados de James McSill


migos do Vida de Escritor,
   Neste 31 de maio passado ocorreu em São Paulo o IV Congresso Luso Brasileiro de Autores e Convidados de James McSill, um encontro de escritores com profissionais de várias áreas do mercado editorial e cultural em geral.
   Como infelizmente não pude ir, pedi que a escritora Noscilene Santos escrevesse um breve relato sobre o evento para o Vida de Escritor.
   Com vocês, então, o texto de Noscilene.
O objetivo desse evento foi, na realidade, um carinho do James para seus autores e convidados, visando oferecer aos participantes informações literárias e network.

 
“Desde tempos imemoriais, a estória é utilizada como instrumento para ensinar, informar, entreter, reforçar crenças e dominar! Desde então, quem contou a melhor estória, provavelmente venceu”
James McSill, consultor literário internacional, assessor, cirurgião de texto (story doctor), palestrante e representante de autores.
Durante o evento, os autores já publicados ou em vias de serem publicados compartilham experiências sobre o desenvolvimento de sua obra, como apresentaram o projeto a uma editora, quais as melhores estratégias para atrair leitores, tipos de mídia a serem utilizadas, dicas para se tornar best-seller e outras.
Na visão de James, qualquer pessoa pode escrever e publicar um livro, entretanto, para ser lido é necessário cumprir regras que dão vida aos personagens e engajam o leitor.
Dia 31 de maio de 2014 foi um dia daqueles!

4 de junho de 2014

Concursos Litrários do SESC - Resultados de 2013, inscrições abertas para 2014!


E
ste ano tem sido um ano cheio de (boas) surpresas!
Não vou entediá-los com uma lista completa, mas de cara basta dizer que assinei contrato com uma editora para a publicação de uma coleção de três livros; uma segunda editora se interessou em publicar meu (ainda em etapa de finalização) livro sobre técnicas de escrita de ficção; uma terceira encomendou um original infantil; uma quarta quer publicar um livro paradidático que escrevi ano passado e a Franco Editora (esta posso falar o nome, já que está tudo consumado) republicou "Uhuru, uma história de liberdade", lançado originalmente em 2009 e que estava esgotado.
Além de todos estes sucessos, ainda por se consolidar, fui chamado para ser jurado no concurso da Bienal Brasil do Livro e da Leitura, uma honra que só me "custou" avaliar cerca de 100 livros em um período de poucos meses... :)  Uma experiência única, e muito instrutiva sobre a qualidade do que se tem publicado no Brasil na área juvenil (11 a 16 anos) nos últimos dois anos...
Também, e na mesma época, fui chamado para ser jurado do concurso Machado de Assis do Sesc de 2013; o que me deu uma boa visão do que estão escrevendo por aí na área de contos adultos.
A "cerejinha do bolo", (bolo tem cereja?) só para não fugir dos clichês, foi a entrega dos prêmios do prêmio Machado de Assis, ontem à noite. Fui convidado, na hora, para entregar os prêmios aos ganhadores.  Sim, eu sei, entregar prêmios não tem nada de mais, mas foi a primeira vez que me convidaram para tal, e lógico que me senti prestigiado!
Os premiados foram:
1º lugar – Um Homem Prudente – Caroline dos Santos Rodrigues (São Paulo)
2º lugar – Lonjuras – Andreia Fernandes Soares Leite (Rio de Janeiro)
3º lugar – Para quem tem filha gêmea – Lúcio Gondim da Silva (Fortaleza)
Uhuru é um menino comum, que vive na periferia de uma pequena cidade e sofre bullying na escola. Ao descobrir a história por trás de seu estranho nome, contada por seus pais e que remonta à época da escravidão no Brasil, Uhuru consegue forças para vencer seus problemas e se orgulhar de suas raízes africanas. Adquira em um distribuidor perto de você.