29 de fevereiro de 2012

Bloqueio de escritor...

D
entre as diversas formas que o chamado "bloqueio de escritor", provavelmente a mais difícil de se combater é a auto-sabotagem: O escritor inventa mil desculpas para não começar a escrever, protela, descobre prioridades outras. Neste auto-engano passam-se os dias, as semanas, os meses, e ao fim do ano ele se promete: Ano que vem, termino este livro!
Uma dica simples para saber se você está sofrendo deste bloqueio: Se você não teve tempo para escrever por uma semana inteira, pode estar passando por alguma emergência no trabalho ou em casa. Passou duas semanas sem escrever? Isso acontece eventualmente, em momentos em que sua vida esteja excepcionalmente complicada... Três semanas? Você está bloqueado!  Largue o medo e pegue a pena!

Esta semana, estou ocupado, não bloqueado. Semana que vem volto para falarmos sobre Divulgação!

22 de fevereiro de 2012

Distribuição e Divulgação para escritores independentes e pequenas editoras - parte 1

R
etornando aos nossos posts "normais", vou hoje falar do primeiro dos "dois Dês", Distribuição e Divulgação, os maiores calos dos escritores.
Escrever é fácil, mas como fazer o livro chegar às livrarias? E, vencendo esta barreira, como fazer com que os leitores se interessem por seu livro, escutem sobre ele e/ou descubram seu livro entre as dezenas ou centenas de milhares de livros da livraria?

Quisera eu ter uma resposta fácil ou pronta para vocês. O fato é que existem muitas respostas, nenhuma delas plenamente satisfatória.
Mas uma das poucas coisas que posso dizer com certeza é: se você não tem dinheiro para investir na distribuição e na divulgação, então vai precisar gastar tempo: Bons resultados estão diretamente associados à quantidade de dinheiro e de tempo que você está disposto a investir.
Quanto à distribuição, o primeiro ponto a definir é o "suporte" de seu livro: seu livro será impresso ou virtual? Estou incluindo aqui os áudio-livros, que podem ser vendidos impressos em CD, ou virtualmente para download.

Se for virtual, a sua distribuição estará diretamente associada à plataforma que você escolher. Se o livro for para Kindle, será vendido pela própria Amazon, fabricante do dispositivo (detalhes em https://kdp.amazon.com/). Se for para iPad, você precisará de um publisher que venda seu livro, como a IndiaNic (detalhes em http://www.indianic.com/publish-books-on-ipad.html) ou a FastPencil . Se for vendido para tablets com Android, ainda assim você precisará de um publisher como a Kobo (detalhes em http://www.kobobooks.com/companyinfo/authorsnpublishers.html) como o ou uma editora comum, como a Siciliano.  Se você lè em inglês, há um interessante artigo de Michael Ashley para o Gizmodo sobre este assunto.
"Não se limite - publique em múltiplos formatos em cada canal!"
Michael Ashley, autor e fundador da FastPencil
A grande vantagem de escolher este suporte é que você provavelmente não gastará nada com a produção, mesmo que opte pela auto-publicação, e o problema da distribuição deixa de existir - você estará atingindo apenas os leitores de livros digitais, é claro, mas esta é uma fatia do mercado que está crescendo assustadoramente, e com a entrada da Amazon no Brasil com um Kindle com custo provável abaixo de 200 reais, a tendência é que cresça ainda mais rápido. Em compensação,

17 de fevereiro de 2012

Pensamentos e sentimentos

A
 minha não é uma cabeça de muitas certezas.
As perdi quando, em passos vacilantes, pela primeira vez larguei a mão de minha mãe e saí tropeçando pelo mundo.
Em busca de descobrir-me, pedi ao mundo todo o seu tempo.  Ele me algemou a um relógio de pulso.
E assim perambulei, perdido de e preso em mim, procurando-me em outros.
Minha cabeça não é de muitas certezas.
Mas algumas as tenho, como não ter?
Quebrei o relógio e hoje tenho quantas horas desejo, em um segredo escondido do mundo.
De tanto me procurar em outros, me achei em um espelho.
"A minha não é uma cabeça de muitas certezas..."
E assim, liberto e descoberto, saí pelo mundo, pernas firmes pela primeira vez.
Ou assim me iludi.
Pois se o mundo me ensinou prosa, e a aperfeiçoei no suor e nos livros, ele me negou a poesia, esta arte misteriosa.
E naquele restaurante, quando meu olhar pousou pela primeira vez sobre os olhos verde-azulados da poesia, com tremores nas pernas eu soube.
Soube que a minha não é, nem poderia ser, uma cabeça de muitas certezas. 
As poucas que tenho, as resgatei da dor e do silêncio.
Mas se alguma certeza tenho, tão inabalável quanto única, é esta.
A certeza de que meu desejo repousa em apenas um sorriso, e que, se velho ficar, só serei pleno com este sorriso em meus beijos.
Este sorriso de olhos esverdeados e ferrugem no nariz, de pinceladas destras e opinião forte.
Minha cabeça é vazia de certezas.
Mas há uma que me sustenta e me orienta.
Sem poesia, pois como eu disse o mundo ma negou.
A certeza que tenho é que TE AMO, e quero ficar com você até ficarmos velhinhos, e nada mais nos restar a não ser esta certeza.

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16 de fevereiro de 2012

Concursos de contos, poesias, crônicas... aproveitem!

N
otícias rápidas sobre concursos literários - alguns encerram as inscrições no fim de fevereiro, corram!

Sugiro também visitarem o blog do Gian Danton, que dedica diversos posts a estas e outras antologias de contos: http://ivancarlo.blogspot.com/search/label/Antologias
"Competir, cair, levantar, Perder, tentar de novo.
Vencer, talvez.

Desistir jamais."

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13 de fevereiro de 2012

Dúvidas de Escritores: Dúvidas comuns entre escritores: Registro de livros, participação em associações etc

P
arabéns! 
Você acaba de escrever a palavra "FIM", colocando um ponto final a longos (e quiçá dolorosos) meses de trabalho, concluindo assim seu primeiro livro!
Ou será que não?
O alívio da conclusão é seguido pela angústia do "e agora"?
Juntando diversas questionamentos levantados nos comentários, vamos esclarecer pelo menos alguns pontos a este respeito.
Bem, vou assumir que todos já sabemos que, após terminada a primeira versão do livro, precisamos controlar nossa ansiedade e deixá-lo "dormir" na gaveta por no mínimo três semanas, ou pelo tempo suficiente que seja necessário para começarmos a nos interessar por outro projeto - seja um conto ou poesia para um concurso, seja um novo romance.  Depois deste tempo, devemos reler o livro com a meta de retirar tudo o que é supérfluo (como informações que não contribuem para a história, trechos incluídos para homenagear amigos ou parentes etc), corrigir erros, melhorar diálogos, incluir mais referências aos 5 sentidos, revisar e ajustar o ritmo de leitura.  No final, a meta é ter um livro melhor, e pelo menos 10% menor.  Depois?  Refazer este processo, pelo menos mais uma vez."Meu sonho de vida é recolher-me para escrever, enviar a criação para a editora e voltar à reclusão"
Salman Rushdie, premiado romancista, ensaísta indo-inglês e utopista
Já que sabemos disso, passemos ao que não sabemos: preciso registrar meu livro na BN - Biblioteca Nacional?  Ou devo registrar em um cartório de títulos? Devo me filiar a alguma associação de escritores? Preciso ter um livro publicado para fazê-lo?  Meu livro é o primeiro de uma série, e tem uma "marca", um logotipo que identifica o livro ou os personagens, devo registrar isso também?  Como?  Como consigo uma editora? E depois que conseguir, posso voltar para escrever meu próximo livro?

6 de fevereiro de 2012

Como conseguir contatos - ou o seu espaço - no mercado editorial

E
 m 1998, estimulado pelo escritor Ronaldo Cagiano, tirei meus originais da gaveta, revisei-os, organizei-os e preparei-me para publicar meu primeiro livro: "A Caixa de Pandora e Outras Histórias", um livro de contos recheado de histórias que ainda hoje mexem com minhas emoções. 
Animado com o volume em minhas mãos, enviei o trabalho para um monte de editoras, algo entre vinte e trinta.  No correr de muitos e angustiantes meses de espera, colecionei cerca de uma dúzia de educadas e padronizadas cartas de recusa.  Apenas uma destas foi um pouco mais personalizada, com um atencioso editor falando que gostou do trabalho, mas infelizmente ele "não se enquadrava em sua linha editorial", e sugerindo que eu procurasse por certa pessoa em uma outra editora, que poderia estar interessada.  Resumindo a história: ela não estava.
Resolvi então mudar de abordagem: eu confiava que o trabalho era de qualidade, então iria vendê-lo olho-no-olho, nada de cartas.  Liguei para São Paulo, agendei reuniões com cinco editores que achei que poderiam se interessar pela obra.  Qual não foi minha surpresa, 1.000km de estrada depois, quando só fui recebido por dois dos cinco editores, e apenas um deles quis efetivamente ficar com meu livro para avaliação.
Retornei à minha cidade natal, e novamente o Cagiano veio a meu socorro, apresentado-me uma editora de confiança que tinha uma linha para novos autores, onde os autores custeavam a edição, e a editora entrava com os trabalhos de diagramação, revisão, capa, registro na BN, distribuição e venda.  O livro foi publicado, então, no ano 2000, com uma edição de 1000 exemplares e uma segunda (já custeada integralmente pela editora) de 500 exemplares alguns anos depois.
De lá para cá aprendi muito sobre o mercado, e inspirado pelo exemplo do Ronaldo Cagiano venho passando este aprendizado para frente.   Mas algumas coisa sempre me incomodaram: O mercado editorial brasileiro é realmente tão menos "profissional" (no sentido de organizado) que o americano, ou isso é uma ilusão? E seria verdade que só é possível entrar neste mercado com algum tipo de indicação?  E se isso for verdade, como conseguir esta indicação?
Estas questões rendem um livro inteiro, mas vou tentar resumir alguns pontos mais importantes - como sempre, fico aberto a aprofundar qualquer ponto, conforme seus pedidos nos comentários.
Não desanime na procura por uma editora, pois
"Existem mais porcarias publicadas do que gênios incompreendidos nunca descobertos pelo mercado editorial"
Lya Luft, romancista, poeta, tradutora, mãe e avó, em palestra no CCBB
Começando pelo profissionalismo: Pela minha experiência, a organização mercado americano é com certeza maior, muito maior, o que não necessariamente é bom para o escritor.  Raramente um escritor fala direto com uma editora, o "filtro" prévio de um agente literário é obrigatório.