30 de abril de 2012

Oficinas para escritores em Brasília e no Rio de Janeiro

migos!
    Começa nesta sexta-feira o II Workshop de Escrita de Ficção, promovido por mim e pelo escritor Oswaldo Pullen em Brasília.  Temos ainda umas poucas vagas, quem se interessar pode saber mais pelo site http://workshop.EscritaCriativa.net/, ou diretamente comigo pelo telefone 8112.2415. Até a semana que vem estarei profundamente envolvido com a 4a Flipiri e com este curso, mas fiquem à vontade para registrar seus comentários e sugestões de novos assuntos a serem explorados.
     Segue a divulgação das oficinas e minicursos no Rio de Janeiro, promovidas pela colega Cyana, da Sala de Leituras.

O público-alvo dos cursos da Sala de Leituras é composto por escritores e profissionais  das áreas  de leituras, línguas e literatura, interessados em novos olhares sobre os paradigmas tradicionais; melhores resultados em suas aulas; preparação e revisão de textos; desenvolver novas formas de contar histórias; traduzir literatura do inglês para o português, sem sotaque nem 'traições' ao original.  
"A leitura é uma necessidade biológica da espécie. Nenhuma tela e nenhuma tecnologia conseguirão suprimir a necessidade de leitura tradicional "
Umberto Eco, escritor, linguista, filósofo, semiólogo...
Conteúdo 
1. INVISIBILIDADES LITERÁRIAS
Leitura de textos literários relevantes
Reflexão sobre preceitos excludentes
Análise dos princípios de exclusão canônica
Apresentação de grandes autoras excluídas do cânone

26 de abril de 2012

Persistência, Motivação e Foco

O
  estabelecimento de um novo hábito requer principalmente persistência e motivação. E se você deseja escrever um livro, precisa estabelecer uma rotina de trabalho, o que não foge a esta regra.
Persistência, que fique bem claro, não é a capacidade (quase) inumana de definir uma nova rotina e se ater a ela sem falhas, desde o primeiro momento. Persistência é, basicamente, nossa capacidade de não desistir frente aos primeiros obstáculos, ou aos seguintes, pois muitos obstáculos aparecem ou são inventados por nós quando queremos mudar algo. Persistência é esta capacidade de continuar tentando, de voltar à nova rotina cada vez que, por um motivo ou outro, falhamos.  E é justamente aí que a motivação faz toda a diferença, pois é ela quem nos dá uma razão para tentar novamente.
Por isso, se você quer escrever um livro, a primeira pergunta que você deve responder é: estou escrevendo por que? Estou procurando fama? Quero ganhar dinheiro com isso? Tenho uma história, quem sabe de família, que preciso registrar? É para minha satisfação pessoal?  Pense sobre o assunto com calma, e uma vez que você saiba qual sua motivação, escreva-a em uma folha e cole-a em um lugar onde você a verá TODOS os dias - por exemplo, na parte de dentro da porta de seu armário.
Mas uma motivação, digamos, "abstrata e distante", normalmente não é suficiente para manter nosso interesse por muito tempo.  Por isso, é essencial que você estabeleça metas de médio prazo, e objetivos de curto prazo para se manter motivado. 
“Uns escrevem para salvar a humanidade ou incitar lutas de classes, outros para se perpetuar nos manuais de literatura ou conquistar posições e honrarias. Os melhores são os que escrevem pelo prazer de escrever”
Lêdo Ivo, escritor, poeta e jornalista brasileiro
 Por exemplo, para uma motivação como "conseguir viver apenas da renda dos livros", a meta poderia ser "concluir o livro XXXX até o agosto", e os objetivos de curto prazo podem ser algo como "Capítulo 1 -  4 de maio, Capítulo 2 - 8 de maio" ou, de repente, "Chegar à página 10 - dia 2 de maio", "Chegar à página 20 - dia 7 de maio".
O importante aqui é

19 de abril de 2012

III Jornada de Estudos Sobre Romances Gráficos

M
ais um post rápido, divulgando a abertura das inscrições para um evento sobre narrativas gráficas, vulgarmente conhecidas como quadrinhos.
E amanhã estarei na Bienal Brasil, às 10h30, na Arena Cecília Meireles para um "Encontro com o autor", e depois vou para o stand da Arco-Íris.  Nos vemos lá!


III JORNADA DE ESTUDOS SOBRE ROMANCES GRÁFICOS

Data: 24 e 25 de setembro de 2012.
Local: Auditório 1 do Instituto de Ciências Biológicas – Universidade de Brasília

O Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea convida para a terceira edição da Jornada de Estudos sobre Romances Gráficos. Dando prosseguimento e ampliando as discussões sobre as narrativas gráficas, suas relações, alcances e disputas no campo literário, o evento consistirá de apresentação de trabalhos, palestras com convidadas(os), oficinas e lançamento de publicações sobre o tema. O público alvo é composto de pesquisadoras(es), estudantes, profissionais da área e interessadas(os) em geral, que poderão participar com a apresentação de trabalhos ou como ouvintes.

18 de abril de 2012

5a FestiPoa, a Festa da Literatura em Porto Alegre

Dica rápida: Começa hoje a FestiPoa, a Festa da Literatura em Porto Alegre, que até o dia 28 de abril trará debates, leituras, lançamentos, oficinas, exposições, shows, espetáculos de teatro, filmes, saraus, performances: tudo realizado para festejar e brindar a literatura, com a participação de dezenas de escritores e artistas convidados.
Esta 5ª edição do evento traz como escritor homenageado o dramaturgo, tradutor e ficcionista Ivo Bender.
Um dos principais eventos culturais da cidade, a FestiPoa reúne no mesmo tempo e local uma programação artística variada e uma diversidade de escritores – desde autores que acabaram de estrear até nomes consagrados e premiados, nacional e internacionalmente – para debater e refletir sobre a produção literária contemporânea.  Apareçam!

E não esqueçam: nesta sexta, dia 20 de abril, estarei na Bienal Brasil às 10h30 na Arena Cecília Meireles para um "bate-papo com o autor", e das 11h30 em diante no stand da Arco-Íris.

16 de abril de 2012

1a Bienal Brasil do Livro e da Leitura e Prêmio Brasília de Literatura

omeçou nesta sábado, dia 14 de abril, a 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, em Brasília, no canteiro central da Esplanada dos ministérios em Brasília.  
A cerimônia de abertura contou com a participação de pensadores, políticos e curiosos e incluiu o anúncio dos vencedores da primeira edição do Prêmio Brasília de Literatura (veja os resultados aqui) - sem grandes surpresas, a meu ver, mas não vamos entrar neste mérito ou teremos vários posts só sobre concursos literários! :)

O evento impressiona tanto pelo porte - são 158 estandes e diversas arenas culturais, em 14.000 m² galpões de área coberta montados especificamente para o evento - quanto pela qualidade e quantidade de convidados, entre autores de diversos estados e estrangeiros, ilustradores, músicos, sociólogos, filósofos e outros.  Também me impressionou a participação do público nos primeiros dias, que não só encheu os corredores como também povoou as arenas culturais - não vi uma só palestra que estivesse com pouca gente, como aconteceu algumas vezes na Feira do Livro do ano passado.  

Esta semana estou por conta da Bienal, mas semana que vem retorno com os posts de assuntos solicitados por vocês nos comentários.  E quem quiser aproveitar a Bienal para uma conversa, estarei na Arena Jovem Cecília Meireles no dia 20, às 10h30, e a partir das 11h30 no stand da Arco Íris.

Vejam mais detalhes sobre a bienal no site do evento, em http://www.bienalbrasildolivro.com.br/; seguem algumas informações da divulgação oficial.
A Bienal Brasil do Livro e da Leitura oferecerá intensa programação cultural desenvolvida para despertar o gosto pela leitura nos 500 mil visitantes, entre crianças, jovens e adultos. Serão 200 livros lançados, 20 filmes exibidos, 10 seminários, 3 exposições de artes visuais, 20 mil cartões para professores, 2 homenagens a escritores, 17 shows musicais, 20 apresentações teatrais, 20 contações de histórias, além de recitais e palestras. O evento se configura, portanto, como o maior acontecimento cultural de Brasília para 2012."Conversa com o autor"
Estarei na Bienal Brasil do Livro e da Leitura
no dia 20, sexta-feira, às 10h30
na Arena Jovem Cecília Meireles.  Apareçam!
Programação cultural:

11 de abril de 2012

Vilões: os verdadeiros heróis dos escritores!

N
ão é exagero algum dizer que uma história é tão boa quanto seu vilão.
Exemplos não faltam, em qualquer mídia: o Batman seria interessante se apenas espancasse ladrões de carteira e assaltantes "comuns" de banco? Imaginem, então, o super poderoso Super-Homem sem um desafio à altura. Ou um Harry Potter sem um Voldemort, apenas sofrendo bullying dos coleguinhas bruxos na escola. Ou um louco Capitão Arab sem uma Moby Dick para caçar.  Ou um Robert Langdon sem uma sociedade secreta para o perseguir enquanto ele procura desvendar segredos que abalam as fundações de uma ou mais religiões.
Mas, afinal o que define um "bom" vilão?
Uma das principais regras para a criação de antagonistas é que o antagonista precisa ser derrotável. Inimigos imbatíveis, como por exemplo a idade, não dão boas histórias, exceto em raras e honráveis exceções.
Um segundo ponto, mas tão importante quanto o primeiro, é que bons antagonistas são personificados, ou sejam, são homens ou de alguma forma humanizados, e não simplesmente situações, fenômenos da natureza ou grupos.
"A força de uma história é exatamente igual  à força de seu antagonista."
Dwight V. Swain, escritor e roteirista americano,
autor do excelente livro "Techniques of the Selling Writer"
Hollywood leva esta segunda "regra" à risca em seus filmes - por mais que a situação seja extrema, sempre consegue-se um antagonista humano. Por exemplo, em "Twister", os antagonistas não são os furacões, mas a equipe concorrente de caçadores de furação. Em "Titanic", o antagonista não é o afundamento do navio, mas o ricaço que luta pelo amor da senhorita Rose. "Speed Racer" não é um filme de um corredor que quer vencer uma corrida, ou de um corredor contra o cartel que controla os resultados de corridas, mas sim o filme de um corredor contra um representante do cartel que controla as corridas.

5 de abril de 2012

Retratos da Leitura no Brasil - Conheça quem quer conhecer seus livros!

emana passada, no dia 28 de março, o IPL - Instituto Pró-Livro divulgou os resultados da 3ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, o mais aprofundado estudo do mercado dedicado a conhecer o perfil do leitor brasileiro.
Bem... E daí?
Daí que, como já falei em outros posts, no "mundo ideal" o escritor poderia se trancar em uma saleta, escrever seu livro, enviar à editora e se trancar novamente para escrever o próximo.  Na vida real, feliz ou infelizmente, todo escritor que deseja ser lido precisa conhecer não apenas conhecer seu público, mas também o mercado editorial.   Vejamos então um pouco desta pesquisa, de maneira bem resumida.

A pesquisa do IPL entrevistou 5012 pessoas em 311 municípios de 27 unidades federativas; em uma amostra estatística que representa 92% da população brasileira, com uma pequena margem de erro.
Nesta pesquisa, é considerado "leitor" todo aquele que declarou ter lido pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses.
A primeira reação aos números da pesquisa pode parecer animadora para nós escritores: os leitores são 55% da população estudada, ou 95,6 milhões de pessoas  .  
Outro número que pode parecer animador é o crescimento do número de livros lidos por ano, que em 2.000 era de 1,8 livros por leitor, em 2007 era de 3,7 livros por leitor e, em 2011, chegou a 4,7 livros - ainda muito abaixo dos padrões europeus, por exemplo, que é de 7 livros por ano (15 na Suécia e Dinamarca), mas ainda assim um crescimento.
O "problema" aparece quando começamos a olhar com mais cuidado os detalhes da pesquisa, procurando avaliar quantos destes quase 96 milhões são possíveis leitores de nossos livros.
De cara, a pesquisa já indica que 47,4 milhões (50%) dos leitores são estudantes que lêem livros indicados pelas escolas (inclusive livros didáticos).  Além disso, dentre os leitores há mais 6,9 milhões (7%) que só leram a Bíblia.  Chegamos, então, a 41,3 milhões de possíveis leitores.  Ainda é muito, quatro vezes a população de Portugal.  Pena que ainda não é o tamanho de nosso público alvo.
"Não acredito que a venda por internet (hoje, em torno de 2%) chegará tão cedo à maioria da população brasileira e que, chegando, suprirá a
necessidade da livraria 'física'."

Maria Antonieta Antunes Cunha, professora e fomentadora de diversos projetos culturais e de fomento à leitura
Mais adiante na pesquisa, vemos que o significado da leitura para a maioria da população, quando respondido de forma espontânea, é "Conhecimento" - ou seja, lêem para estudar.  Depois, "Algo importante", o que para mim soa como uma resposta genérica, que não diz nada. O leitor que nos interessa, aquele que lê por prazer, aparece em sétimo lugar nesta avaliação, o que corresponde a um grupo de 6,8 milhões de pessoas.  Quando a resposta é estimulada (e, portanto, não é a primeira coisa que vem na mente do leitor) este número sobre para 13,9 milhões.
Isso se reflete na lista de "passatempos" dos brasileiros: ler é o 5o  passatempo em ordem de preferência para fazer em horário livre, perdendo, inclusive, para "descansar"... Durma-se com um barulho destes!
Um ponto que vale destacar é o perfil (muito bem definido) destes 60 milhões de brasileiros que dizem gostar de ler em seu tempo livre - embora apenas 38 milhões o façam com frequência: