25 de junho de 2016

8 Workshop de Escrita de Ficção

Amigos Escritores,

Estamos a duas semanas do 8o Workshop de Escrita de Ficção do Vida de Escritor, ainda temos algumas vagas.
Estou organizando os últimos detalhes para o evento, e será um prazer poder contar com alguns de vocês nesta edição - a última no Brasil pelos próximos dois anos.  
 Seguem informações resumidas sobre o evento, e qualquer dúvida é só entrar em contato ou escrever um comentário neste post.

8º Workshop de
Escrita de Ficção
Brasília, dias 9 e 10 de julho, no Pro+Offices, Setor Comercial Sul


O conteúdo:
Técnicas práticas, trazidas de cursos de storytelling americanos e ingleses, para estruturar o trabalho do escritor ou roteirista desde a produção da premissa, que organiza e valida a ideia inicial, até artifícios para prender a atenção dos leitores, passando por técnicas de estruturação da trama, desenvolvimento de personagens e das cenas. O workshop conclui com dicas sobre o mercado editorial brasileiro e como melhorar suas chances de conseguir a editora perfeita para seu trabalho.
Como acontece:
O workshop são dois dias de imersão (das 9:00 às 18:00) em teorias e práticas que reforçam o aprendizado das ferramentas apresentadas. Além do coffe-break, os participantes receberão uma cópia do "A Bíblia do Escritor", de Alexandre Lobão, antes de seu lançamento oficial em Brasília.  
Público-alvo:
Escritores e roteiristas iniciantes ou em qualquer ponto da carreira que tenham interesse em aprender técnicas utilizadas por autores profissionais.
Informações e inscrições: http://alexandrelobao.com/workshop
ou direto com o facilitador: Alexandre Lobão, contato@alexandreLobao.com, (61) 98112.2415


Forte Abraço a todos, e até lá! :)

21 de junho de 2016

Quem são e o que fazem os editores?


A
ntes de mais nada, gostaria de lembrar que as inscrições para a 8a edição do Workshop de Escrita de Ficção do Vida de Escritor estão abertas!  Esta será a última edição no Brasil pelos próximos dois anos, então, veja detalhes no site do evento e se programe para participar, nos dias 9 e 10 de julho!
É difícil explicar em poucas palavras, mas basta dizer que o editor é o “pai adotivo” do livro, é ele quem transforma um rascunho em uma obra digna de ser lida.

Obviamente há todos os tipos de editores, desde aqueles que são meros negociantes até aqueles que não só amam os livros, mas que também participam de sua construção.

Os “editores negociantes” só veem o livro apenas como uma fonte de renda e têm o foco em descobrir livros que fazem sucesso lá fora ou, no máximo, descobrir autores nacionais que escrevem livros “da moda” ou na mesma linha de livros internacionais de sucesso. Estes editores, inclusive, são mal vistos no mercado justamente por delegarem ou deixarem de lado questões importantes, associadas à escrita do livro em si.
Já os editores “de verdade” têm um papel primordial na criação do livro. Um bom editor conhece o mercado literário atual e suas tendências, em especial o público alvo das obras que ele produz, e com este conhecimento sobre “o que funciona e o que não funciona” para este público, além de uma boa visão sobre o que ele considera literatura de qualidade (perceba que não estou falando em termos absolutos...), ele orienta o escritor sobre possíveis ajustes no livro. Só com um bom editor um livro atinge o seu potencial máximo.
Vale a pena contar uma história real, para que fique claro até que ponto esta intervenção pode chegar.

Um escritor brasileiro, de quem prefiro não contar o nome, enviou um livro para a Bloomsbury, editora inglesa que publicou o Harry Potter no final da década passada. O livro foi bem recebido, e o editor percebeu que a obra tinha um bom potencial, mas que a conclusão da obra era insatisfatória, ou pelo menos não era a melhor possível, para seus leitores. Entrando em contato com o autor, o editor propôs que a editora contratasse outro escritor para escrever o último terço do livro, de forma a entregar algo com mais apelo aos leitores. O nome do segundo autor não sairia nos créditos (seria um “ghost writer”), então para todos os efeitos a obra continuaria sendo 100% do autor original. O autor aceitou, e o livro fez bastante sucesso, abrindo as portas do mercado internacional para este escritor.

Da minha parte, toda vez que vou escrever um livro sob encomenda (sim, bons editores também fazem isso; encomendam livros para atender a determinados nichos de mercado que percebem que estão pouco atendidos), escrevo apenas as linhas gerais da obra, entregando ao editor uma proposta em alto nível do que será o livro. O editor avalia, sugere, modifica, e quando fechamos a visão geral da obra, começo a produzir o trabalho. No caso de livros técnicos (como “Quilombos e Quilombolas”, livro que escrevi sob encomenda lançado pela editora Mazza ano passado), o editor muitas vezes participa ainda mais ativamente, recebendo capítulo por capítulo da obra e indicando ajustes a cada passo.

É, isso pode ser um choque para quem ainda imagina que escrever é uma atividade solitária, que o escritor espera a musa chegar, e quando a inspiração chega o autor coloca sua alma no papel e ninguém mais mexe.

Mas, por mais que exista este lado “romântico” da escrita, todo escritor precisa lembrar que ele só se torna realmente um escritor se sua obra for publicada. E sem a participação do editor, o ciclo não fecha, e o original fica na gaveta.

Obviamente, estou falando apenas das versões impressas por editoras. Textos autopublicados, sejam virtuais ou físicos, existem aos montes. E é talvez nestes textos que o público em geral perceba a importância do editor: Fora as inevitáveis exceções, o que vemos são obras mal acabadas, textos fracos, pouco profissionais.

Porque, no fim, é este o trabalho maior do editor: garantir que cada livro atinja todo seu potencial, não apenas comercial, como também artístico. E todo autor profissional procura justamente isso: alguém que lhe aponte os caminhos a seguir para melhorar seu trabalho.

E você, gostaria de completar com alguma informação sobre os editores com quem já trabalhou? Comente e compartilhe com os colegas!

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3 de junho de 2016

Como evitar atalhos que enfraquecem seu texto


H
oje temos no Vida de Escritor um texto muito elucidativo da amiga escritora Daniele Ribeiro.
Em breve voltamos com novidades!
Quem já se aventurou no mundo da escrita criativa já deve ter escutado a orientação “mostre ao invés de contar”. O escritor mostra o que está acontecendo em sua história quando, em vez de simplesmente descrever um personagem, permite que a própria reação dele a algum acontecimento permita que o leitor conheça um pouco mais de sua personalidade. Mostrar um personagem tendo um ataque de fúria ou uma atitude educada é mais efetivo do que explicar pro seu leitor que ele é uma pessoa de pavio curto ou uma pessoa gentil. É claro que usar uma frase pra descrever alguém ou alguma situação é mais rápido e torna o texto mais sucinto, mas tomar esse atalho pode enfraquecer e muito o impacto que você quer causar no leitor. “Achar que você precisa explicitar tudo é o melhor caminho para entediar o leitor.
Um atalho muito comum é o uso dos advérbios. Os advérbios são aquelas palavrinhas que explicam o verbo. Isso é considerado um recurso pobre e até mesmo preguiçoso porque o próprio desenrolar na narrativa deveria suprir essa função. É como aquele comediante que explica a piada, só pra ter certeza de que a plateia entendeu. O contexto da história é que deveria evocar na mente do leitor as emoções e intenções do personagem. É muito mais instigante pro leitor poder captar essas informações nas entrelinhas do que receber o texto “mastigado”.

Então como fugir da tentação de tomar esses atalhos? Um recurso muito interessante é o uso de metáforas e comparações. Além disso, é sempre válido lembrar que as atitudes dos personagens falam por si só. Na vida real, as nossas expressões faciais, posturas e gestos são responsáveis por 55% de toda a comunicação. Então, uma dica é: Deixe que seu leitor leia também as expressões e a linguagem corporal dos seus personagens.

No livro “Extraordinário”, de R. J. Palacio, as atitudes de August logo no início da história mostram muito de sua personalidade infantil. Como o personagem-narrador é uma criança, a linguagem simples é o que predomina o texto. Além disso, as atitudes e falas da mãe demonstram o afeto e o instinto de proteção dela pelo filho, sem que isso precise ser explicado ao longo da narrativa. Leia o trecho abaixo em que seus pais tentam convencê-lo a começar a frequentar uma escola e perceba como o escritor mostra a dinâmica do relacionamento entre eles sem precisar recorrer a advérbios como “gentilmente”, “afetuosamente”, ou simplesmente explicar o carinho e zelo que a mãe tem por August:

“— Querido — disse a mamãe. Ela se virou para trás no banco do carona e segurou minha mão. — Você sabe que, se não quiser, não tem que fazer isso. Mas conversamos com o diretor da escola sobre você e ele quer muito conhecê-lo.
— O que vocês disseram sobre mim?
— Falamos de como você é divertido, gentil e inteligente. Quando contei que você leu O cavaleiro do dragão aos seis anos, ele disse: “Uau! Tenho que conhecer esse garoto.”
— Você disse mais alguma coisa? — perguntei.
Mamãe sorriu e seu sorriso foi como um abraço
.”

Daniele Ribeiro nasceu no Rio de Janeiro, mas mora em Brasília desde 2011 onde é servidora pública. Apaixonada pela literatura, participou de uma das edições do “Workshop de Escrita de Ficção” ministrada por Alexandre Lobão e de uma oficina de escrita onde produziu diversos contos, além de possuir um romance em produção.

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