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25 de fevereiro de 2011

Mar Ignóbil, poesias para navegar em si

olegas que acompanham o blog,
  
Vocês sabem que não costumo falar muito sobre livros aqui, e especialmente não falo sobre poesia.
Hoje, no entanto, vou abrir uma exceção para "Mar Ignóbil", à venda em http://www.editorialpaco.com.br/, pois um exemplar me veio às mãos e gostei muito como leitor.
Tecnicamente falando poesia é uma arte que não domino, então avalio o livro apenas pela (boa) impressão que me causou - e espero que cause em vocês. 
Segue uma imagem da capa e a resenha que recebi do autor do livro, Fábio Daflon.

A Poesia se dá no momento preciso em que o poeta, partindo do particular alcança o universal. Foi por isso que Aristóteles disse que a Poesia é mais próxima da Filosofia do que a História, e Nietzsche disse que o filósofo é um eremita que habita o cume de uma montanha e tem por vizinho mais próximo o poeta que, igualmente só, habita o cume da montanha ao lado. No vale, entre as duas montanhas, habita o humano.

Neste livro, Fábio Daflon consegue esse movimento do particular para o universal, mas avisa de saída que pagou o preço: “foi com dor dos meus infernos que escrevi algo no céu - Inferno.”

Não é de admirar. Quem já o conhece sabe que Fábio é matéria prima de si mesmo. É do doloroso processo de se revirar pelo avesso, como alguém que sai do atoleiro puxando-se pelos próprios cabelos, que brotam versos intensamente trabalhados, quase ruminados “sempre muito mais lento do que intento – Esperança”.

Nesse processo, a catarse é nítida: a dor dos infernos é fermentada: “Eu sou quem não perdoo, sou quem sofro - Em honra da flor impura”, e digerida: “tudo que for demais eu esqueço - Amnésia”

Daí resulta um amadurecimento que, como o poeta já alerta, “Nasce o sábio; mas quem ignorante,/ vai buscar algo além na experiência,/ fará do amor mera insistência. Aos esperançosos”, não é para todos.