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31 de outubro de 2011

Realidade ou Ficção? Dicas para escrever biografias.


á mais biografia nas obras de ficção que realidade nas biografias.
A frase não é minha, e não vou lembrar de quem é, mas a repito aqui porque realmente acredito nisso.  Até porque, a meu ver, você só consegue escrever, ou pelo menos você só consegue escrever bem, a respeito daquilo que conhece. 
Apenas como ilustração, estou lendo "On Writing", de Stephen King, e ele conta que após ter a ideia central da história "Carrie, a estranha", escreveu uma primeira versão de poucas dezenas de páginas, não acreditou na história, não se envolveu com os personagens, e a jogou fora. Tabitha, sua esposa, pegou o original do lixo, leu e devolveu ao escritor, dizendo que a história era boa.  King só conseguiu escrever a história, que se tornou seu primeiro sucesso, depois de se aprofundar em todas as lembranças que tinha de colegiais oprimidas pelas amigas em sua época de highschool (o nosso ensino médio), inclusive visitando antigas colegas de classe para conhecer mais sobre suas vidas.  Mais impressionante que isso é saber que ele escreveu "O Iluminado", cujo protagonista era um escritor alcoólatra, em uma época em que era viciado em álcool, mas que ele só percebeu todas as semelhanças entre personagem e autor anos depois.
A ficção, portanto, nasce de nossas experiências pessoais, sejam elas reais ou apreendidas de livros. Podemos até ampliar esta frase para incluir experiências capturadas de outras mídias, como TV, cinema, quadrinhos e internet, mas acredito que as experiências recebidas dos livros se aprofundam mais em nosso inconsciente (e portanto são mais úteis aos escritores), dadas suas características únicas como maior detalhamento da história e o tempo que levamos para lê-los.
De qualquer forma, não vim aqui hoje para falar sobre ficção, mas atender a uma solicitação de Luciana Marques, seguido de meus posts e responsável pelo blog http://letrismo.blogspot.com/, que me pediu que falasse sobre a produção de livros sobre baseados em experiências reais.  Como escrever algo cativante, sem faltar com a verdade?"Há mais biografia nas obras de ficção que realidade nas biografias"
Devo confessar que a Luciana me colocou em uma situação complicada: não há resposta fácil para esta questão, até porque há muitas respostas possíveis, e muitos assuntos correlatos que merecem ser aprofundados. Vou tentar tocar em diversos pontos que podem interessar aos escritores de textos não-biográficos, e podemos aprofundar para um ou outro lado conforme vocês desejem.