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24 de agosto de 2010

Dicas a um jovem escritor - Você não gosta de mostrar seus textos?


screver é como falar. Você escreve listas de compras, e-mails, comentários em blogs, receitas etc. Por que seria diferente escrever histórias?
Desde que aprendemos a falar, a maioria de nós não pára: são as brincadeiras na escola, as aventuras com os amigos, os comentários dos filmes que vimos. Os temas evoluem com a idade, mas estamos sempre contando histórias. Por que, então, para muitos é tão difícil escrever?
Minha opinião é que, em algum momento de nossa vida escolar, entregamos uma redação que achamos maravilhosa e o professor a devolveu cheia de riscos vermelhos, destacando nossa incompetência ao invés de ressaltar nossas qualidades. Para mim, só algum episódio deste tipo, esquecido nas gavetas empoeiradas da memória, pode explicar esta dificuldade.
Com certeza vem daí também o medo que alguns (quase todo mundo) têm de mostrar o que escreveram. É muito comum eu ser convidado a ler um blog ou texto que "não foi  mostrado a ninguém porque não sei se tem valor".
Bem, já está na hora de deixarmos de lado estes medos arraigados desde nossa infância e começarmos a fazer algo a respeito para mudar.
 Qual é a sua desculpa para ser um escritor, e não escrever?
Erros de português são resolvidos com um corretor ortográfico e um bom revisor, e com a prática estes erros vão ficando cada vez menos numerosos - mais um motivo para escrever, cada vez mais! 
"Somos todos escritores. Só que uns escrevem, outros não."José Saramago, Nobel e escritor dos que Escrevem.
Outra desculpa muito comum é

16 de março de 2009

Gestação: Incrementando sua ideia

Temos até 2012 para remover o acento de "idéia", mas para acostumar, vamos deixar sem acento pelo menos no título ... :)
Antes de mais nada, "Gestação" é um nome cunhado por mim; até onde eu sei outros autores que escreveram sobre este assunto ("a arte de escrever"...) eventualmente mencionam esta etapa da produção literária, mas não a "batizaram" desta forma. O nome "gestação" vem justamente da forma que trabalhamos para fazer a idéia crescer, evoluir, até se tornar uma história completa. Atenção para este ponto, que é bastante importante: uma idéia não é uma história! A idéia, também chamada de "premissa" ou "tema", é o cerne da história, é aquilo que os leitores irão responder quando alguém perguntar: "sobre o que é a história?". Já a história é um conjunto complexo que envolve ambiente, personagens, tramas, e muitos detalhes mais - inclusive outras idéias - que se unem para desenvolver aquele tema. Para transformar a idéia em história precisamos, basicamente, saber mais sobre ela. Nesta etapa de gestação, as principais dicas seriam:
  • Pesquise sobre sua idéia. Leia diversos livros sobre o assunto, até ter sua opinião própria, e sempre, sempre tenha um lápis e um papel à mão nestas leituras. Por exemplo, para os 5 capítulos de "O Nome da Águia" que envolvem de alguma forma o ditador Adolf Schicklgruber Hitler, um dos livros que li foi "Albert Speer: sua luta pela Verdade", de 1008 páginas; que resultaram em 3 páginas de anotações: a música preferida de Hitler, condições climáticas da Alemanha na época do fim da Segunda Grande Guerra, diversas referências geográficas, etc.
  • Entreviste ou converse com especialistas. O fim do livro "O Nome da Águia" mudou três vezes antes que eu começasse a escrevê-lo (ainda na etapa de gestação...), pois minhas conversas com estudiosos da história Judaica e pessoas que passaram por experiências de quase-morte me levaram a modificar algumas das concepções que eu tinha para o livro.
  • Conte sua idéia! Sempre que possível, reuna seus amigos (de preferência, escritores ou leitores contumazes...) e conte a idéia em seu ponto atual, indicando o que ainda não está claro e o que você acha que pode ser melhorado. As idéias coletivas que surgem sempre são excelentes pontos de partida para incrementar sua idéia, ou eventualmente descobrir que ela não vale à pena! O curioso é que, cada vez que você conta sua idéia (mesmo que ninguém contribua com nada), sua mente se exercita para povoar com detalhes o esqueleto básico que está se formando, assim, a idéia vai evoluindo naturalmente.
  • Anote, rabisque, desenhe, lembre. Eu, particularmente, não esqueço de uma história quando estou trabalhando nela, e até o fim da etapa de gestação só tenho anotadas as referências dos livros e conversas. Mas conheço autores que anotam as idéias principais, os "pontos focais" da(s) trama(s) de diversas formas. Uma forma particularmente interessante de registro é na forma de grafos, onde um ponto se liga a outro por setas - com a vantagem que você consegue anotar de maneira visual diversas possíveis variações da história que está tomando forma, antes de decidir qual seguir.

Em algum momento, você irá perceber que a idéia começa a se tornar uma história completa. Obviamente ainda há muito a burilar, mas neste ponto você já poderá avaliar se a história que tem em mãos efetivamente vale à pena ser contada, ou se é melhor abandoná-la e começar tudo do zero.

E não se intimide em recomeçar quantas vezes for necessário: além disso ser normal, é muito melhor do que continuar investindo tempo em uma história na qual você não acredita 100%. Se você não está empolgado com sua quase-história ao fim da gestação, então como vai conseguir empolgar seus leitores?