18 de abril de 2012

5a FestiPoa, a Festa da Literatura em Porto Alegre

Dica rápida: Começa hoje a FestiPoa, a Festa da Literatura em Porto Alegre, que até o dia 28 de abril trará debates, leituras, lançamentos, oficinas, exposições, shows, espetáculos de teatro, filmes, saraus, performances: tudo realizado para festejar e brindar a literatura, com a participação de dezenas de escritores e artistas convidados.
Esta 5ª edição do evento traz como escritor homenageado o dramaturgo, tradutor e ficcionista Ivo Bender.
Um dos principais eventos culturais da cidade, a FestiPoa reúne no mesmo tempo e local uma programação artística variada e uma diversidade de escritores – desde autores que acabaram de estrear até nomes consagrados e premiados, nacional e internacionalmente – para debater e refletir sobre a produção literária contemporânea.  Apareçam!

E não esqueçam: nesta sexta, dia 20 de abril, estarei na Bienal Brasil às 10h30 na Arena Cecília Meireles para um "bate-papo com o autor", e das 11h30 em diante no stand da Arco-Íris.

16 de abril de 2012

1a Bienal Brasil do Livro e da Leitura e Prêmio Brasília de Literatura

omeçou nesta sábado, dia 14 de abril, a 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, em Brasília, no canteiro central da Esplanada dos ministérios em Brasília.  
A cerimônia de abertura contou com a participação de pensadores, políticos e curiosos e incluiu o anúncio dos vencedores da primeira edição do Prêmio Brasília de Literatura (veja os resultados aqui) - sem grandes surpresas, a meu ver, mas não vamos entrar neste mérito ou teremos vários posts só sobre concursos literários! :)

O evento impressiona tanto pelo porte - são 158 estandes e diversas arenas culturais, em 14.000 m² galpões de área coberta montados especificamente para o evento - quanto pela qualidade e quantidade de convidados, entre autores de diversos estados e estrangeiros, ilustradores, músicos, sociólogos, filósofos e outros.  Também me impressionou a participação do público nos primeiros dias, que não só encheu os corredores como também povoou as arenas culturais - não vi uma só palestra que estivesse com pouca gente, como aconteceu algumas vezes na Feira do Livro do ano passado.  

Esta semana estou por conta da Bienal, mas semana que vem retorno com os posts de assuntos solicitados por vocês nos comentários.  E quem quiser aproveitar a Bienal para uma conversa, estarei na Arena Jovem Cecília Meireles no dia 20, às 10h30, e a partir das 11h30 no stand da Arco Íris.

Vejam mais detalhes sobre a bienal no site do evento, em http://www.bienalbrasildolivro.com.br/; seguem algumas informações da divulgação oficial.
A Bienal Brasil do Livro e da Leitura oferecerá intensa programação cultural desenvolvida para despertar o gosto pela leitura nos 500 mil visitantes, entre crianças, jovens e adultos. Serão 200 livros lançados, 20 filmes exibidos, 10 seminários, 3 exposições de artes visuais, 20 mil cartões para professores, 2 homenagens a escritores, 17 shows musicais, 20 apresentações teatrais, 20 contações de histórias, além de recitais e palestras. O evento se configura, portanto, como o maior acontecimento cultural de Brasília para 2012."Conversa com o autor"
Estarei na Bienal Brasil do Livro e da Leitura
no dia 20, sexta-feira, às 10h30
na Arena Jovem Cecília Meireles.  Apareçam!
Programação cultural:

11 de abril de 2012

Vilões: os verdadeiros heróis dos escritores!

N
ão é exagero algum dizer que uma história é tão boa quanto seu vilão.
Exemplos não faltam, em qualquer mídia: o Batman seria interessante se apenas espancasse ladrões de carteira e assaltantes "comuns" de banco? Imaginem, então, o super poderoso Super-Homem sem um desafio à altura. Ou um Harry Potter sem um Voldemort, apenas sofrendo bullying dos coleguinhas bruxos na escola. Ou um louco Capitão Arab sem uma Moby Dick para caçar.  Ou um Robert Langdon sem uma sociedade secreta para o perseguir enquanto ele procura desvendar segredos que abalam as fundações de uma ou mais religiões.
Mas, afinal o que define um "bom" vilão?
Uma das principais regras para a criação de antagonistas é que o antagonista precisa ser derrotável. Inimigos imbatíveis, como por exemplo a idade, não dão boas histórias, exceto em raras e honráveis exceções.
Um segundo ponto, mas tão importante quanto o primeiro, é que bons antagonistas são personificados, ou sejam, são homens ou de alguma forma humanizados, e não simplesmente situações, fenômenos da natureza ou grupos.
"A força de uma história é exatamente igual  à força de seu antagonista."
Dwight V. Swain, escritor e roteirista americano,
autor do excelente livro "Techniques of the Selling Writer"
Hollywood leva esta segunda "regra" à risca em seus filmes - por mais que a situação seja extrema, sempre consegue-se um antagonista humano. Por exemplo, em "Twister", os antagonistas não são os furacões, mas a equipe concorrente de caçadores de furação. Em "Titanic", o antagonista não é o afundamento do navio, mas o ricaço que luta pelo amor da senhorita Rose. "Speed Racer" não é um filme de um corredor que quer vencer uma corrida, ou de um corredor contra o cartel que controla os resultados de corridas, mas sim o filme de um corredor contra um representante do cartel que controla as corridas.

5 de abril de 2012

Retratos da Leitura no Brasil - Conheça quem quer conhecer seus livros!

emana passada, no dia 28 de março, o IPL - Instituto Pró-Livro divulgou os resultados da 3ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, o mais aprofundado estudo do mercado dedicado a conhecer o perfil do leitor brasileiro.
Bem... E daí?
Daí que, como já falei em outros posts, no "mundo ideal" o escritor poderia se trancar em uma saleta, escrever seu livro, enviar à editora e se trancar novamente para escrever o próximo.  Na vida real, feliz ou infelizmente, todo escritor que deseja ser lido precisa conhecer não apenas conhecer seu público, mas também o mercado editorial.   Vejamos então um pouco desta pesquisa, de maneira bem resumida.

A pesquisa do IPL entrevistou 5012 pessoas em 311 municípios de 27 unidades federativas; em uma amostra estatística que representa 92% da população brasileira, com uma pequena margem de erro.
Nesta pesquisa, é considerado "leitor" todo aquele que declarou ter lido pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses.
A primeira reação aos números da pesquisa pode parecer animadora para nós escritores: os leitores são 55% da população estudada, ou 95,6 milhões de pessoas  .  
Outro número que pode parecer animador é o crescimento do número de livros lidos por ano, que em 2.000 era de 1,8 livros por leitor, em 2007 era de 3,7 livros por leitor e, em 2011, chegou a 4,7 livros - ainda muito abaixo dos padrões europeus, por exemplo, que é de 7 livros por ano (15 na Suécia e Dinamarca), mas ainda assim um crescimento.
O "problema" aparece quando começamos a olhar com mais cuidado os detalhes da pesquisa, procurando avaliar quantos destes quase 96 milhões são possíveis leitores de nossos livros.
De cara, a pesquisa já indica que 47,4 milhões (50%) dos leitores são estudantes que lêem livros indicados pelas escolas (inclusive livros didáticos).  Além disso, dentre os leitores há mais 6,9 milhões (7%) que só leram a Bíblia.  Chegamos, então, a 41,3 milhões de possíveis leitores.  Ainda é muito, quatro vezes a população de Portugal.  Pena que ainda não é o tamanho de nosso público alvo.
"Não acredito que a venda por internet (hoje, em torno de 2%) chegará tão cedo à maioria da população brasileira e que, chegando, suprirá a
necessidade da livraria 'física'."

Maria Antonieta Antunes Cunha, professora e fomentadora de diversos projetos culturais e de fomento à leitura
Mais adiante na pesquisa, vemos que o significado da leitura para a maioria da população, quando respondido de forma espontânea, é "Conhecimento" - ou seja, lêem para estudar.  Depois, "Algo importante", o que para mim soa como uma resposta genérica, que não diz nada. O leitor que nos interessa, aquele que lê por prazer, aparece em sétimo lugar nesta avaliação, o que corresponde a um grupo de 6,8 milhões de pessoas.  Quando a resposta é estimulada (e, portanto, não é a primeira coisa que vem na mente do leitor) este número sobre para 13,9 milhões.
Isso se reflete na lista de "passatempos" dos brasileiros: ler é o 5o  passatempo em ordem de preferência para fazer em horário livre, perdendo, inclusive, para "descansar"... Durma-se com um barulho destes!
Um ponto que vale destacar é o perfil (muito bem definido) destes 60 milhões de brasileiros que dizem gostar de ler em seu tempo livre - embora apenas 38 milhões o façam com frequência: