o fim de semana passado, de sexta de noite até às 17h00 do domingo, aconteceu o I Workshop de Escrita de Ficção organizado por mim e Oswaldo Pullen, responsável pelo site Escrita Criativa.
Foram dois dias e duas noites de aprendizado intenso, com muitas palestras "objetivas e de uso imediato", conforme tínhamos planejado, entremeadas por exercícios onde os participantes puderam verificar na prática o uso das técnicas para produção literária.
Durante os intervalos de almoço e janta, aproveitamos para conversar com cada um dos participantes, avaliando expectativas, impressões e conhecendo um pouco mais sobre cada um.
O evento foi muitíssimo interessante e, obviamente, bastante cansativo para nós que estávamos o tempo todo de pé, e falando. E como é normal nestes encontros de escritores, grandes amizades foram iniciadas.
Foi tudo assim, tão superlativo, que qualquer coisa que eu escrevesse seria necessariamente incompleta. Mas talvez baste dizer que, para mim, algumas frases ouvidas nos intervalos resumem tudo o que senti na primeira vez que tive contato com as técnicas contemporâneas de escrita de ficção, e que fiquei muito feliz por ter conseguido, na mesma medida, passar adiante:
"Este workshop mudou minha vida. Abriu meus olhos para novas possibilidades e deu as ferramentas necessárias para atingi-las"
"Nunca imaginei que havia uma técnica tão bem definida para escrever um livro."
"É como o ovo de Colombo: depois que aprendemos tudo faz tanto sentido, que é difícil entender como podemos escrever de qualquer outra forma"
Algumas oficinas de escrita criativa focam sua atuação em análise de livros de autores conhecidos, outras em aspectos mais motivacionais ("Você pode escrever um livro! Confie em você!") aliados a exercícios práticos para "desbloqueio", para tornar a escrita mais natural.
No nosso caso, resolvemos concentrar esforços em apresentar o método de trabalho utilizado por grandes autores do mercado americano e anglo-saxão que,
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2 de setembro de 2011
24 de maio de 2011
Escreva como um profissional - Workshop de Imersão para Escritores de Ficção -
que diferencia um artista plástico de um artesão, ou um "prestador de serviço" de um "profissional" em qualquer profissão, é o estudo de história e técnicas para melhorar sua arte. O mesmo vale para os escritores. Para quem não sabe, um artesão é alguém que cria arte de maneira instintiva, sem ter uma formação específica na área; a maioria das vezes aprendendo no próprio trabalho com outros artesãos, sem realizar estudos mais aprofundados sobre quais seriam as técnicas já utilizadas por outros no passado e como utilizá-las para melhorar seu trabalho. O artista plástico é aquele que tem uma formação (seja acadêmica, seja técnica) e, além dos instintos, utiliza também o conhecimento de todos que foram artistas e artesãos antes dele para melhorar sua arte. É aquele que estuda a figura humana, luz e sombra, perspectiva, texturas... e cada trabalho reflete este estudo profundo. Não vamos entrar no mérito de "qualidade" aqui, até porque a palavra tem tantas conotações que a discussão caberia mais em duas horas de conversa no bar do que em alguns parágrafos. Basta dizer que é tudo questão de escolha. A maioria de nós começou a escrever redações na escola como um artesão. Quem teve alguma sorte, teve uma professora que ensinou a estrutura básica de uma redação (apresentação, desenvolvimento, conclusão), e é só isso que normalmente trazemos de "bagagem" da escola para a vida adulta, no que tange à arte da escrita. | |
Cenário diferente acontece na Inglaterra e, em alguma medida, nos Estados Unidos. Lá, os princípios básicos da estrutura de um texto começaram a ser aprofundados logo após a Segunda Grande Guerra, e hoje são apresentados nas escolas e aprofundados nas Universidades. Obviamente, poucos se tornam escritores, mas conceitos como cena, estrutura narrativa, ponto de vista e criação de personagens são lugar comum no mundo anglo-saxão, conforme me foi dito por mais de uma pessoa envolvida com aquele mercado. | "Tudo é questão de escolha. Você quer escrever um livro como Rembrandt ou Picasso pintavam seus quadros? Ou prefere fazer Arte Naif? As duas abordagens são válidas" |
É por isso que, conversando sobre determinado livro com um agente literário, eu ouvi uma frase que para mim foi muito esclarecedora: "Ora, se até uma criança sabe que não se deve mudar o ponto de vista desta forma, como este autor espera publicar um livro com este erro?". É por isso o autor brasileiro acha tão difícil entrar naquele mercado: |
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