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24 de maio de 2011

Escreva como um profissional - Workshop de Imersão para Escritores de Ficção -


  que diferencia um artista plástico de um artesão, ou um "prestador de serviço" de um "profissional" em qualquer profissão, é o estudo de história e técnicas para melhorar sua arte. O mesmo vale para os escritores.
Para quem não sabe, um artesão é alguém que cria arte de maneira instintiva, sem ter uma formação específica na área; a maioria das vezes aprendendo no próprio trabalho com outros artesãos, sem realizar estudos mais aprofundados sobre quais seriam as técnicas já utilizadas por outros no passado e como utilizá-las para melhorar seu trabalho. 
O artista plástico é aquele que tem uma formação (seja acadêmica, seja técnica) e, além dos instintos, utiliza também o conhecimento de todos que foram artistas e artesãos antes dele para melhorar sua arte. É aquele que estuda a figura humana, luz e sombra, perspectiva, texturas... e cada trabalho reflete este estudo profundo.
Não vamos entrar no mérito de "qualidade" aqui, até porque a palavra tem tantas conotações que a discussão caberia mais em duas horas de conversa no bar do que em alguns parágrafos. 
Basta dizer que é tudo questão de escolha. 
A maioria de nós começou a escrever redações na escola como um artesão.  Quem teve alguma sorte, teve uma professora que ensinou a estrutura básica de uma redação (apresentação, desenvolvimento, conclusão), e é só isso que normalmente trazemos de "bagagem" da escola para a vida adulta, no que tange à arte da escrita.
Cenário diferente acontece na Inglaterra e, em alguma medida, nos Estados Unidos.  Lá, os princípios básicos da estrutura de um texto começaram a ser aprofundados logo após a Segunda Grande Guerra, e hoje são apresentados nas escolas e aprofundados nas Universidades. Obviamente, poucos se tornam escritores, mas conceitos como cena, estrutura narrativa, ponto de vista e criação de personagens são lugar comum no mundo anglo-saxão, conforme me foi dito por mais de uma pessoa envolvida com aquele mercado.  "Tudo é questão de escolha.  Você quer escrever um livro como Rembrandt ou Picasso pintavam seus quadros? Ou prefere fazer Arte Naif? As duas abordagens são válidas"
É por isso que, conversando sobre determinado livro com um agente literário, eu ouvi uma frase que para mim foi muito esclarecedora: "Ora, se até uma criança sabe que não se deve mudar o ponto de vista desta forma, como este autor espera publicar um livro com este erro?". 
É por isso o autor brasileiro acha tão difícil entrar naquele mercado: