omeçarei este post com parte do comentário de Sueli Gehlen Frosi, escritora de Passo Fundo (RS), que pediu que eu falasse "a respeito do freio moral a que somos submetidos sempre que escrevemos. Sofro muito com isso, pois imagino meus filhos lendo meus devaneios e meus desejos inconfessados. As mulheres que são mães, são eternamente virgens no imaginário dos filhos, concordas?" | |
Acredito que todo escritor (ou quase todo) já se perguntou: o quanto sou responsável pelo que escrevo? Ou ainda: Para que escrevo? Começando pelo segundo ponto: A meu ver, todo aquele que escreve para alguma coisa corre o grande risco de criar textos que soam falsos, rígidos ou panfletários. Se este é o objetivo, ótimo, mas se o objetivo é criar algo que os leitores gostem de ler, precisamos ter cuidado com isso. Vou reunir minha experiência como pai, realizador de oficinas para crianças e jurado de concursos de contos infantis para um exemplo prático, sobre textos infantis. | "Uns escrevem para salvar a humanidade ou incitar lutas de classes, outros para se perpetuar nos manuais de literatura ou conquistar posições e honrarias. Os melhores são os que escrevem pelo prazer de escrever."Lêdo Ivo, jornalista, poeta, romancista, contista, cronista, ensaísta e, como se não bastasse, Imortal. |
Um texto infantil nunca deve soar como se o autor estivesse querendo ensinar algo, este "didatismo" não só deixa o texto forçado como aumenta o risco da criança não "pegar gosto" pela leitura. Livros infantis precisam, apenas, ser divertidos, pois o grande objetivo é, simplesmente, fazer a criança gostar de ler. Deixando claro: acredito que não devemos escrever para alguma coisa, mas sim por alguma coisa. Eu escrevo pois me é impossível não fazê-lo, escrevo por prazer, por querer tirar do peito pelo menos um pouco das histórias que me oprimem por não contá-las. Agora, vamos à questão da responsabilidade... |
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28 de agosto de 2010
Sobre a responsabilidade do escritor com seu público
24 de agosto de 2010
Dicas a um jovem escritor - Você não gosta de mostrar seus textos?
screver é como falar. Você escreve listas de compras, e-mails, comentários em blogs, receitas etc. Por que seria diferente escrever histórias? Desde que aprendemos a falar, a maioria de nós não pára: são as brincadeiras na escola, as aventuras com os amigos, os comentários dos filmes que vimos. Os temas evoluem com a idade, mas estamos sempre contando histórias. Por que, então, para muitos é tão difícil escrever? Minha opinião é que, em algum momento de nossa vida escolar, entregamos uma redação que achamos maravilhosa e o professor a devolveu cheia de riscos vermelhos, destacando nossa incompetência ao invés de ressaltar nossas qualidades. Para mim, só algum episódio deste tipo, esquecido nas gavetas empoeiradas da memória, pode explicar esta dificuldade. Com certeza vem daí também o medo que alguns (quase todo mundo) têm de mostrar o que escreveram. É muito comum eu ser convidado a ler um blog ou texto que "não foi mostrado a ninguém porque não sei se tem valor". Bem, já está na hora de deixarmos de lado estes medos arraigados desde nossa infância e começarmos a fazer algo a respeito para mudar. | |
Qual é a sua desculpa para ser um escritor, e não escrever? Erros de português são resolvidos com um corretor ortográfico e um bom revisor, e com a prática estes erros vão ficando cada vez menos numerosos - mais um motivo para escrever, cada vez mais! | "Somos todos escritores. Só que uns escrevem, outros não."José Saramago, Nobel e escritor dos que Escrevem. |
Outra desculpa muito comum é |
20 de agosto de 2010
Como estruturar suas histórias - e duas oportunidades para escritores em Brasília
uas oportunidades únicas para escritores de Brasília! Apesar de parecer anacrônico, é verdade: No fim de setembro, Sonia Belloto, da Fábrica de Textos, vem à cidade apresentar seu curso de formação de escritores (que já teve 70 edições em São Paulo). Qualquer elogio que eu fizer será pouco para fazer jus ao curso da Sonia, que com certeza é um dos mais completos e estruturados do país. Veja mais informações neste post, e inscrições direto no site da Fábrica de Textos. Ao fim de outubro, James McSill, escritor e coach literário, virá a Brasília para um retiro com escritores onde, além de dicas essenciais para escrita de romances, conheceremos mais sobre como ingressar no mercado literário anglo-saxão. Detalhe: Tudo em português - saiba mais neste post e no site do evento, http://www.writeinbrasilia.com/. oltando às dicas... Afinal, existem realmente regras para escrever? Não, a se acreditar em W. Somerset Maugham, escritor inglês nascido no século XIX, "Existem três regras para escrever ficção. Infelizmente ninguém sabe quais são elas.". Entendendo "regra" como um processo inflexível a ser seguido, um conjunto de passos que garante um resultado - neste caso, uma história bem escrita - acredito que Maugham estava certo. Como o escritor mais bem pago de sua era, ele com certeza sabia o que estava falando. | |
Mas se entendermos "regras" como um conjunto de boas práticas, que ajudam o escritor a orientar seu trabalho e tirar o máximo de sua capacidade criativa, fazendo quem sabe a diferença entre uma obra boa e uma obra excepcional... Aí, sim, existem muitas "regras" (sempre entre aspas, não esqueçam) para uma boa escrita. | "Existem três regras para escrever ficção. Infelizmente ninguém sabe quais são elas." W. Somerset Maugham, autor mais bem pago dos anos 30 |
Nesta linha de "boas práticas", estruturar seu texto para melhor organizar as idéias é essencial para qualquer trabalho de mais fôlego. Vamos comentar algumas das formas de se conduzir esta organização: |
16 de agosto de 2010
A Arte de escrever X A Arte de contar boas histórias
á faz algum tempo que falar mal do Paulo Coelho virou esporte entre os membros da intelligentzia nacional. Bem, aqueles que o fazem sem pensar podem começar a falar mal de mim, também, pois eu penso diferente. Vamos aos "fatos"! Podem me chamar de ingênuo, mas eu acredito que uma pessoa que escreve histórias que foram traduzidas em 67 idiomas e que são vendidas em mais de 150 países (conforme informação de seu site, http://www.paulocoelho.com.br/) não pode estar tão errada como querem fazer acreditar seus detratores. Isso, sem contar com as dezenas de premiações que ele já recebeu (veja algumas em http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Coelho). | |
As "explicações" para este fenômeno normalmente não passam pela qualidade de suas histórias, o que é (no mínimo) uma abordagem ingênua: "são os tradutores que fazem o dele texto ficar bom", "é o marketing é que faz o autor vender", "virou moda comprar livros do Paulo Coelho" etc. | "A arte de saber escrever bem é diferente da arte de saber contar boas histórias" Ziraldo, escritor por fora e menino maluquinho por dentro |
Eu li três dos livros do Paulo Coelho e, como leitor, digo que não são bem o estilo de livros que gosto de ler - mas é coisa de gosto pessoal, mesmo. Como revisor, posso dizer que uma coisa que me incomodou nestes livros é que eu esperava uma revisão mais cuidadosa do texto. Particularmente, acredito que foi por isso que nasceu esta moda de falar mal do autor. De qualquer forma, o estupendo sucesso de vendas do Paulo Coelho foi um mistério para mim por muito tempo, até que, um dia, |
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