28 de novembro de 2011

Dicas para escrever de Stephen King - Parte 2


amos agora à parte que achei mais interessante das dicas do livro "On Writing" de Stephen King.
Pois bem, como todo leitor assíduo do blog já sabe, volta e meia venho "martelando" a ideia da estrutura: "organize-se antes de escrever"; "se você não sabe onde a história vai, e quais os principais pontos onde ela vai passar, nem comece a escrever", e etc.
Mas uma coisa sempre me incomodou nesta abordagem, como se ela fosse UMA verdade, mas não A verdade.  Afinal, se organizar suas ideias em uma estrutura antes de escrever é tão bom assim, porque nem todo mundo faz isso?  Porque Fernando Pessoa, Stephen King, André Vianco e muitos outros seguem a outra linha - a abordagem de "passos na neve" que já mencionei em outros momentos?
Eu mesmo já escrevi um romance usando o método estruturalista ("O Nome da Águia") e outro usando o método de "pegadas na areia" ("As Incríveis Memórias de Samael Duncan", ainda sendo avaliado pela editora), e considero cada um uma obra de arte, o melhor que eu poderia fazer em cada momento - desculpem a falta de modéstia!  Vejam que eu não disse que são obras de arte, mas que eu os considero assim!.
Pois Stephen King defende tão lindamente a abordagem não-estruturalista que decidi experimentar (de novo) na prática para ver como funciona, mas agora com o objetivo explícito de comparar as duas técnicas, em dois livros de certa forma semelhantes.  No momento, estou escrevendo dois livros, cada um com uma técnica, para poder depois lhes falar de primeira mão sobre minhas impressões."Quanto ao "plot", à estrutura da trama... isso é babela! Histórias crescem por si mesmas, e o plot apenas amarra seu andamento, tirando a naturalidade e a organicidade da história."
Stephen King, escritor e rei
Mas vamos aos comentários do Rei, e espero comentários de vocês com suas impressões sobre o assunto!

21 de novembro de 2011

Dicas para escrever de Stephen King - Parte 1


uanto mais eu estudo sobre técnicas de escrita, mais percebo o quanto há para aprender. 

Antes de continuar, um recado muito sério: cuidado para não se tornar mais um "escravo da arte", perdendo tempo com mil estudos técnicos e nunca tendo tempo para escrever.  A menos, é claro, que ao invés de escritor você queira fazer uma carreira como pesquisador, crítico literário, editor ou agente literário.

Ressalvas feitas, vamos à minha mais recente "descoberta", o livro "On Writing" de Stephen King.
Não vou entrar profundamente no conteúdo do livro, mas apenas dar algumas pinceladas a partir das anotações que fiz dos pontos que julguei mais interessantes.  Neste post, vou falar sobre algumas ideias gerais, que completam o que sempre tenho falado aqui, talvez de uma forma mais "solta".  No próximo post abordarei a diferença mais polêmica entre a forma de trabalho do Rei e a dos estruturalistas, que usualmente defendo aqui.Cuidado para não ser mais uma "vítima da arte"!
Estudar sobre técnicas de escrita é importante, mas h
á apenas um verdadeiro jeito de aprender a escrever: escrevendo!
Em seu livro, Stephen King sugere que o escritor organize ferramentas de forma a estar sempre ciente de que elas existem, e possa sacá-las nos momentos necessários. 
Precisamos entender estes elementos da escrita, e quais só melhoramos nosso domínio sobre eles exercitando - ou seja, escrevendo:
  • Ortografia e Gramática: São as ferramentas mais básicas de qualquer escritor.  O escritor precisa conhecer profundamente sua língua, não no sentido de saber o nome de cada termo da frase em suas análises sintática e semântica, mas sim no sentido se saber usar sua língua sem cometer erros.  Obviamente revisores existem para corrigir deslizes, mas a qualidade do texto precisa se sustentar por si só, antes da revisão.
  • Narração:  É a simples habilidade de contar como a trama evolui do ponto "A" para o ponto "B", e do "B" até o "C", seguindo até o "Z", no fim do livro, sem perder o encadeamento.
  • Descrição: É a habilidade de dar "senso de realidade" à história, a capacidade de incluir pequenos detalhes aqui e ali, sem exagerar nem deixar faltar.
  • Diálogos: escrever diálogos é uma arte difícil de dominar, e que só se aprende observando como as pessoas falam, escrevendo, revisando e escrevendo de novo. Parecer natural é o maior desafio.
Outra dica importante: Use sua experiência pessoal no livro, isto enriquece muito o resultado final.  Os livros de John Grisham ("A Firma", "O Cliente", etc) são interessantes não só porque ele escreve bem, mas porque ele escreve sobre o que conhece (ele é um advogado), e por incrível que pareça pessoas gostam de ler sobre o trabalho de outras pessoas.  Assim, e você é um encanador, mas gosta de escrever Ficção Científica, que tal escrever uma história de um encanador que atua em naves espaciais?  Parece absurdo, mas este mix de realidade com ficção pode ser justamente o que sua história precisa para decolar.
E não esqueça que sua "experiência" não se limita à sua profissão:  inclua aqui suas viagens, leituras, estudos, filmes, e tudo o que compõe a sua bagagem pessoal!

Lembre-se também que o escritor é um "curioso profissional". Tudo pode ser aprendido por observação: diálogos, hábitos, detalhes de locais e pessoas.  Preste atenção em seus sentidos!  Que cheiro tem seu trabalho ou sua escola?  Que barulhos você ouve de sua janela, à noite?  Qual o gosto da comida do bandejão da universidade? E o gosto da vitória? Como é a carícia das folhas de grama em seus pés descalços, depois de uma chuva?

Última e importantíssima dica deste post: Estabeleça uma rotina de trabalho!  Stephen King sugere que iniciantes devem reservar um espaço para escrever, onde possam se concentrar sem serem perturbados, e ali se sentem até que escrevam 1.000 palavras, todo dia.  Ele completa dizendo: "como estou me sentindo bonzinho, pode tirar um dia por semana para descansar; mas NUNCA levante antes terminar as 1000 palavras."

No próximo post, daqui a poucos dias, a segunda parte, com as dicas mais "bombásticas"!

Gostou?  este post!

15 de novembro de 2011

Finalmente, Fotos! E apresentação na Feira do Livro de Brasília...


nquanto termino de preparar o post sobre dicas de escrita de Stephen King, baseadas em seu livro "On Writing", segue um post rápido informando sobre as atualizações que (finalmente!) fiz em meus álbuns do Picasa; com fotos de alguns eventos dos últimos 10 anos que estavam paradas em meu computador.  Se você esteve em algum destes eventos, e estava apenas esperando que eu publicasse as fotos... bem, sua espera acabou!

E não esqueçam: dia 19, 20:00h, estarei na Feira do Livro de Brasília, no stand do Bar do Escritor, fazendo uma apresentação de "escrita ao vivo" (é surpresa, mas adianto que envolve roupas antigas e uma máquina de escrever...) e autografando meus livros.  Apareçam!

Os novos álbuns de fotos criados na minha área no Picasa foram:
2002.06 - Lançamento Coletânea Escritores de Brasília
2004.10 - Prêmio Sesc Monteiro Lobato
2008.05 - Lançamento do livro O Nome da Águia - DF
2008.05 - Palestra Livraria Leitura
2008.06 - Palestra FNAC
2008.08 - Lançamento do livro O Nome da Águia - BIENAL SP

10 de novembro de 2011

Agenda na Feira do Livro de Brasília

migos leitores!
    Estarei na Feira de Brasília em três ou quatro momentos diferentes; e gostaria muito de aproveitar a oportunidade para conhecer alguns de vocês.
    No estande do "Bar do Escritor", estarei autografando meus livros junto com os escritores Roberto Klotz e Oswaldo Pullen nos dias 11 (sexta-feira) e 19 (sábado), às 20h00.  Obviamente, até pelo espírito do "Bar", a ideia é bater um papo descontraído entre autores, leitores e curiosos.  :)
No Café Literário, estarei no dia 13, domingo, das 18h00 às 19h30, batendo um papo com os escritores
Andre Giusti, Nicolas Behr, João Bosco e Frederico Lucena. 
Este bate-papo talvez se repita no dia 20, no mesmo horário, mas isso ainda não foi confirmado.
Apareçam, divulguem, participem!

8 de novembro de 2011

Todo artista tem que ir aonde o povo está - 30a Feira do Livro de Brasília


odo artista tem que ir aonde o povo está.
Já falei isto antes, e torno a reforçar: o trabalho do escritor não termina quando ele completa a última frase de seu livro, nem quando ele termina a última revisão, nem quando ele consegue uma editora para publicar seu trabalho, e nem mesmo quando seu livro está lançado e distribuído para as livrarias.
O escritor, como todo artista, "tem que ir aonde o povo está".  Veja que "aonde" pressupõe que o povo é uma entidade móvel, e portanto o artista precisa estar sempre se movendo, indo atrás deste imponderável "povo".
É difícil.  Mais difícil, para alguns, do que escrever.  Mas é necessário.
Mês passado estive na Escola Parque da 303 Norte, na Escola Classe da 415 Sul e na Escola Classe 1 do Cruzeiro.  Hoje, estive no CEF 113 do Recanto das Emas, e volto à escola do Cruzeiro ainda nesta semana.  É difícil, você se expõe, às vezes vai tudo bem, outras nem tanto.  Mas a alegria de passar um pouco de ânimo às crianças e professores, de passar a mensagem de que, se você acreditar e persistir, você consegue realizar seus sonhos, compensa largamente os apuros passados."Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão
Todo artista tem de ir aonde o povo está
"
Milton Nascimento, compositor-poeta e cantor
Dentro desta linha, convoco escritores e leitores a se encontrarem na 30ª Feira do Livro de Brasília, que começa nesta sexta.  Participarei de dois bate-papos com os escritores André Giusti, Nicolas Behr, João Bosco Bezerra Bonfim e Frederico Lucena sobre o tema (adivinhem?) "Vida de escritor".  Os bate-papos irão ocorrer nos dias 13 e 20, das 18h00 às 20h00, no Café Literário da Feira.  Fiquem de olho aqui e, principalmente, no Twitter, onde passo mais detalhes.
Segue a divulgação oficial da Feira do Livro de Brasília - copiem, colem e enviem para suas listas de discussão, e nos vemos lá!

Com realização da Câmara do Livro do Distrito Federal, apoio das Secretarias de Turismo e da Cultura do GDF e patrocínio da Petrobras, chega ao Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, sob a curadoria de Iris Borges, de 11 a 20 de novembro a

30ª Feira do Livro de Brasília
Sustentabilidade - a leitura no desenvolvimento humano e social

Democratização do acesso e valorização da leitura, fomento à leitura e à formação de mediadores e incremento do mercado livreiro - em concordância com os quatro eixos do PNLL (Plano Nacional do Livro e da Leitura).

            Consolidada com um dos mais importantes eventos culturais e, certamente, o mais expressivo encontro entre os apaixonados por literatura da Capital, a Feira do Livro de Brasília, a segunda mais antiga do Brasil, chega a sua 30ª Edição com uma programação extensa e diversificada distribuída em 10 dias com mais de 120 horas de oficinas, bate-papos, palestras, eventos culturais, convidativos espaços para troca de experiência, livros e de convivência, além de exposições. Esta 30º Ed. da Feira tem como patrona a escritora Dad Squarisi, por sua trajetória e rica contribuição e dedicação à literatura em nosso país.

Para as Palestras e Bate-Papos, a curadora, Íris Borges, convidou renomados e consagrados autores brasileiros como Marina Colasanti (vencedora do Prêmio Jabuti/2011 na categoria juvenil com Antes de Virar Gigante e Outras Histórias (Ed. Ática)), Bartolomeu Campos de Queirós, Carlos Maltz, Laura Muller, Lucília Garcez, Nicolas Behr, Margarida Patriota, Ilan Brenman, Tino Freitas além de importantes nomes da literatura internacional como Boniface Ofogo, da República dos Camarões, Yoram Meltzer, de Israel, Kangni Alem e Philippe Davaine, da França, Álamo Oliveira e Cristina Taquelim de Portugal, Joe Hayes, dos EUA, Wellington Cucurto e Cristian de Nápoli da Argentina e Elias Serra Martínez e Ofélia Bolivar da Espanha. Estes encontros reservam descontraídos bate-papos na busca de revelar e descobrir diferentes processos criativos além de discutir políticas públicas de fomento a produção literária e a leitura.

            As oficinas são criativos e instigantes convites a todos, bem como a estudantes e professores, que buscam a apreciação de processos de construção literária além de construir maior intimidade com a arte da literatura. Os temas das oficinas são variados e trazem contação de histórias, enfrentamento do Bullying, jogos teatrais, criação de ilustrações para livros infantis e gastronomia, com chefes de cozinha e autores de livros de gastronomia. As oficinas são todas gratuitas com vagas para até 50 pessoas, cada, e serão preenchidas por ordem de chegada.

            Leitura na Maturidade, espaço especialmente criado e coordenado pela Biblioteca Demonstrativa de Brasília para atender um público bastante especial apresentando atividades que estimulam a leitura na melhor idade, em ambientes que promovem a socialização, o aprendizado e troca de experiências.

Teatro, música, dança, manifestações culturais e divertidas contações de histórias estarão presentes na Arena Cultural. Um espaço livre para seduzir e convidar ao rico universo da literatura o público infanto-juvenil, com mais de 50 horas de programação.

Exposições apresentando a versatilidade e riqueza, atual e histórica, dos livros e da literatura brasileira estarão lá para que todos possam conhecer e passear pela história. Fotos dos objetos achados dentro dos livros doados sob a curadoria do Instituto Casa do Saber; Livretos com material reciclável da Escola INDI - Instituto Nacional Desenvolvimento infantil; Capas dos diários oficiais da Imprensa Nacional; e Cordel montada pela Biblioteca Demostrativa.

            A literatura de Brasília estará bem representada com a presença de autores da Casa de Autores e da Academia Taguatinguense, com suas obras e participações em palestras, oficinas, espetáculo e bate-papos. Instituições como o Sindicato dos Escritores e a Academia de Letras do Brasil também participarão de diversas atividades.

Sustentabilidade é o tema e o carro chefe desta Edição da Feira, que terá palestras e oficinas com este enfoque. Destaque para a participação dos escritores do Instituto Eloisa Cartonera, da Argentina, que trabalha com catadores de materiais recicláveis. O Instituto argentino vai ministrar oficinas e realizar um sarau poético. Eles também publicarão um livro com poemas de autores de Brasília e da Argentina, que será lançado na Feira.

A 30ª Feira do Livro de Brasília acontece de 11 a 20 de novembro no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade sempre das 10h às 22h.
Entrada franca e livre para todos os públicos.
Mais informações e programação completa: http://www.feiradolivrodebrasilia.com.br/

3 de novembro de 2011

Premiação - Concurso de contos FC do B


aros amigos!
É com prazer que anuncio que fui selecionado como um dos vencedores do concurso de contos FC do B.
Esta é a terceira edição desde concurso bienal (também fui premiado nas duas anteriores), sendo que a quantidade e a qualidade das histórias tem aumentado a cada edição. Como comentei durante o curso, atualmente este é o único concurso de que estou participando, pois apesar de eu estar focando minhas energias na produção de livros, este concurso me estimula a escrever algo diferente, e estímulo é tudo nesta profissão.
Fiquei bastante feliz com a história deste biênio, “Asas”, pois consegui juntar uma imagem que me perseguia a muito tempo em um mashup bastante bem acabado (a meu ver...) de ficção científica e história policial.

Escrever contos é uma arte totalmente diferente de escrever romances, foco deste blog.
Para um observador desavisado, escrever um conto pode parecer mais fácil, devido ao tamanho, mas um bom conto precisa ter todos os atributos de um bom romance (capacidade de envolver o leitor, aprofundar personagens, desenvolver a trama), e ainda por cima ser condensado - o que não é um desafio pequeno.
Este assunto vai longe, e podemos voltar a ele caso alguém se interesse. Segue a divulgação oficial da organização do concurso.
"Um conto é uma narrativa mínima de impacto máximo"

A Comissão Organizadora do Concurso FC do B - Ficção Científica Brasileira, gostaria de agradecer pela sua participação, em mais uma edição do concurso que já se tornou referência em FC no Brasil.

De outubro de 2010 até julho de 2011, foram inscritos 323 contos e 38 ilustrações de praticamente todos os estados, além daqueles vindos de brasileiros residentes em outros países, como Argentina, Estados Unidos, Japão, Portugal e Suiça.

Após 3 meses de deliberações, a Comissão Julgadora escolheu os 21 vencedores.