30 de dezembro de 2015

Afinal, o que são e como funcionam as Oficinas de Escrita Criativa? - Parte 3

F
echando o ano e a série de posts sobre oficinas literárias, seguimos com as respostas às perguntas do trabalho de Yan Patrick Brandemburg Siqueira , mestrando do curso de Estudos Literários pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que está produzindo uma tese sobre oficinas literárias de escrita criativa.
Só lembrando do que se trata: Como parte de seu trabalho o Yan Patrick está conduzindo entrevistas com diversos
escritores que promovem oficinas de escrita criativa pelo Brasil, e tive a honra
de ser um dos entrevistados.

Leia aqui o primeiro e o segundo post.
Nunca acredite em um professor que tente lhe ensinar 'a única' ou 'a melhor' forma de escrever. Não existe tal coisa!
Yan Patrick: De modo geral, qual o perfil dos alunos interessados na oficina? É possível traçar algum parâmetro?
Alexandre Lobão, pelo Vida de Escritor: Não há um perfil geral. Há normalmente mais mulheres que homens; mais pessoas a partir de 50 anos; menos pessoas com menos de 20 anos. Geralmente há dois ou três roteiristas por turma. Mas tudo isso varia muito: já tive uma turma com um terço de participantes com 18 anos ou menos. Já tive alunos de 13 anos

17 de dezembro de 2015

Afinal, o que são e como funcionam as Oficinas de Escrita Criativa? - Parte 2

C
ontinuando a série de posts sobre oficinas literárias, seguimos com as respostas às perguntas do trabalho de Yan Patrick Brandemburg Siqueira , mestrando do curso de Estudos Literários pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que está produzindo uma tese sobre oficinas literárias de escrita criativa.
Só lembrando do que se trata: Como parte de seu trabalho o Yan Patrick está conduzindo entrevistas com diversos
escritores que promovem oficinas de escrita criativa pelo Brasil, e tive a honra
de ser um dos entrevistados.
Este é o segundo post de uma série de três, com as questões levantadas na entrevista que, acredito,  podem ajudar a quem quer entender melhor este mundo.
Leia aqui o primeiro post.
Todo autor precisa montar sua 'caixa de ferramentas' particular, adequada ao seu modo de escrever. E para tanto, precisa conhecer as ferramentas disponíveis.

4 de dezembro de 2015

Afinal, o que são e como funcionam as Oficinas de Escrita Criativa? - Parte 1


R
ecentemente fui procurado por Yan Patrick Brandemburg Siqueira , mestrando do curso de Estudos Literários pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que está produzindo uma tese sobre oficinas literárias de escrita criativa.
Antes de mais nada, desejo muito sucesso ao Yan e espero que sua tese se transforme em um livro, que já estou na fila para adquirir!  ;)
Como parte de seu trabalho, Yan Patrick está conduzindo entrevistas com diversos
escritores que promovem oficinas de escrita criativa pelo Brasil, e tive a honra
de ser um dos entrevistados.
Com a devida autorização, inicio com este post uma série com as diversas perguntas e respostas da entrevista, que pode ajudar a todos os que querem entender melhor este mundo.
Uma oficina (seja de carros ou de textos) só é útil se prover ferramentas realmente úteis para o trabalhador. Sem isso, nada se cria, nada se conserta
Yan Patrick: Como entrou em contato com a Escrita Criativa / Oficinas Literárias / Workshop de ficção? Há diferença entre esses conceitos para você?
Alexandre Lobão, pelo Vida de Escritor: Os termos são utilizados indistintamente no Brasil, muitas vezes para descrever eventos bastante distintos. O termo “Oficina de Escrita Criativa” é o mais extensivamente utilizado, e entrei em contato com ele há pouco menos de uma década atrás, através das “oficinas” apresentadas por Sonia Beloto e James McSill. Antes disso, até mesmo a literatura sobre o tema era escassa no Brasil.
Se coubesse a mim definir, eu definiria estes termos como:
• Oficina de Escrita Criativa: Oficina (apresentação e exercícios) com foco em desenvolver a criatividade de escritores e roteiristas.
• Oficinas Literárias: Oficinas com foco no estudo de grandes obras da literatura e na beleza estética de autores consagrados.
• Workshop de Escrita de Ficção: Oficina com foco em apresentar ferramentas de trabalho que ajudam escritores a produzirem obras de ficção.

YP: Na apresentação de sua oficina (disponível em seu site), você cita que utiliza autores como J. K. Rowling e Dan Brown, escritores pouco “abordados” em outras oficinas pelo país, com o propósito de identificar técnicas da “arte de contar histórias”. Gostaria que comentasse mais sobre isso, já que, de fato, outras oficinas parecem mais preocupadas com a “estética” do texto.
AL: Há toda uma linha de estudos de ferramentas de produção de textos que vão muito além da estética do texto. Embora tais ferramentas tenham sido objeto de estudo nos Estados Unidos e Inglaterra desde a década de 50, infelizmente no Brasil elas são pouco conhecidas e divulgadas. O resultado disso é uma grande diferença de “qualidade” (sentida instintivamente pelos leitores) em livros de autores daqueles países, o que resulta em termos, por exemplo, 10 milhões de livros vendidos em um best-seller de Dan Brown no Brasil, contra os 20.000 exemplares vendidos para que a CBL considere um livro como best-seller. Cabe um livro inteiro sobre a tal “qualidade”, entre aspas, e não é o caso de estender o assunto aqui, mas vale dizer que falo aqui apenas do lado técnico da escrita: coesão, coerência, ritmo, desenvolvimento da trama, etc.

YP: Qual seria o objetivo maior de uma Oficina Literária?
AL: Para mim, toda Oficina Literária deveria ensinar ferramentas objetivas que um escritor possa usar em seu trabalho. Se faço uma oficina de pintura, por exemplo, saio efetivamente sabendo pintar um pouco mais, não só conhecendo mais teorias sobre o assunto. Uma oficina que só se discuta literatura não é “oficina”, é um ciclo de debates ou algo semelhante.
Além disso, ele apresenta uma conclusão com os principais aspectos acima que chamaram sua atenção, dando sua opinião sobre o que falta – caso falte algo – ao original para que fique “pronto para ser entregue” a uma editora.
 
Saindo um pouco da entrevista, gostaria de adiantar que estou planejando a sétima edição do Workshop de Escrita de Ficção para depois do Carnaval, quem se interessar pode deixar suas informações de contato e data sugerida como comentário, que entro em contato em particular - e não aprovo o comentário para não expor as informações, é claro!

E você, já participou de alguma oficina de escrita criativa? O que achou? Comente e compartilhe!

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24 de novembro de 2015

Resultado do 26o. Concurso de Contos Paulo Leminski


A
migos,
Estou retornando de férias e tentando me reinventar, sem pausa para respirar. Vida de escritor que ainda tem que trabalhar em outra coisa é assim mesmo: você precisa consertar o motor do carro com o carro andando. A 100 km/h. E você é quem está dirigindo.
Felizmente, você não esquece como a coisa funciona. Como em qualquer trabalho, mesmo sem inspiração (se você já treinou o suficiente), é só sentar e ir em frente. Tão simples quanto andar de bicicleta - você nunca esquece como fazer.
Enquanto termino de me organizar, aproveito para divulgar os resultados do Concurso de Contos Paulo Leminski, um dos mais prestigiados do país. Informe-se e não perca a próxima edição, no ano que vem.

Para quem não sabe, Paulo Leminski foi um escritor, poeta e músico curitibano com uma bibliografia ampla e de qualidade. Morto em 1989, a beleza de sua escrita continua influenciando as novas gerações, especialmente de poetas e músicos.

O concurso de contos, que se iniciou no ano da morte do escritor e mantém a periodicidade anual, é promovido pela Unioeste – Universidade Estadual do Oeste do Paraná/Campus de Toledo – e Prefeitura Municipal de Toledo, através da Secretaria de Educação - Biblioteca Pública Municipal.
 

Ser um escritor é fácil. É como dirigir uma bicicleta. Só que a bicicleta está pegando fogo. Você está pegando fogo. Tudo está pégando fogo. E você está no inferno!
Segundo a comissão organizadora, o Concurso de Contos Paulo Leminski "surgiu com o objetivo de estimular e divulgar a literatura local, mas desde seu início, estendeu-se para outros estados e há muito, extrapolou as fronteiras do nosso Brasil."

"Nesta 26ª edição de 2015 do concurso, inscreveram-se 724 contos, provenientes de vários Estados do País, como São Paulo 226, Rio de Janeiro 105, Paraná 93, Minas Gerais 65 e Rio Grande do Sul 64 e 19 contos do exterior: Argentina, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Portugal e Suiça. Destacamos que no decorrer das 26 edições do concurso recebemos um total de 12.019 contos inscritos."

"Agradecemos a todos os inscritos no 26º Concurso de Contos Paulo Leminski pela participação, demonstrando assim, confiabilidade neste Concurso que já tem raízes muito profundas. A marca dessa premiação é o equilíbrio entre os autores das mais diversas localidades do Brasil. E hoje, o Concurso de Contos Paulo Leminski oferece um painel muito representativo do que se escreve atualmente em nosso país e está entre os maiores concursos literários no gênero “Conto Nacional”. E principalmente aos milhares de escritores que ao longo dessas 26 edições, enviaram seus trabalhos, acreditando que a literatura é possível, tornando-se assim os verdadeiros protagonistas do Concurso."

Os quatro premiados no concurso foram:

1º LUGAR: Sobre a terra seca dos meus olhos
Autor: Rita de Cássia Zuim Lavoyer – Araçatuba/SP

2º LUGAR: Jovelina
Autor: Luiz Rogério Camargo – Curitiba/PR

3º LUGAR: Verde-cidró
Autor: Fátima Jussara Pinto Parodia ¬– Porto Alegre/RS

MELHOR CONTO TOLEDANO: A fuga do maestro
Autor: Valdinei José Arboleya

As menções honrosas e demais informações sobre o concurso podem ser consultado no site da Prefeitura de Toledo, nesta página

Personagens? Diálogos? Ferramentas de revisão? Comente e sugira assuntos para os próximos posts!

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10 de novembro de 2015

Para que serve e o que é avaliado em uma leitura critica?



J
á faz alguns anos que falei sobre este tema, então resolvi trazer minha visão atualizada sobre o assunto.
Avaliar um original, seja um quadro, uma composição musical ou um livro, é sempre uma tarefa subjetiva. Por mais que tentemos objetivar a análise, dividindo a obra e analisando-a sobre diferentes aspectos, ainda assim sempre resta uma grande dose de subjetividade, sendo portanto o resultado, em última instância, uma visão pessoal do avaliador.

O que torna uma leitura crítica valiosa é ter uma posição de um leitor que não dará sua opinião simplesmente para agradar o autor, pelo contrário, ele estará procurando falhas que possam comprometer original.

Leitura crítica não é revisão: O leitor crítico não irá apontar todos erros ortográficos e gramaticais da obra, e muito menos corrigi-los, como é feito em uma revisão de texto.

Leitura crítica não é copidesque / cirurgia de texto: O leitor crítico indica problemas e eventualmente sugere melhorias, mas não irá alterar o texto original nem sugerir todas as alterações necessárias a tornar a obra mais chamativa para o leitor e/ou editoras.
“Quer elogios sobre seu original? Então nunca o mande para um leitor crítico!”
Leitura crítica é apenas isso: uma opinião de um (bom) leitor sobre o que está certo e, principalmente, sobre o que está errado em seu livro.

Obviamente, as opiniões do leitor crítico se baseiam em sua experiência como leitor e, inevitavelmente, podem ser influenciadas por seu gosto pessoal; de forma que sua opinião não é um atestado de qualidade (ou de falta desta); mas sim pontos de partida para que o autor veja sua obra por outros olhos e possa, caso desejado, burilá-la para torná-la mais palatável ao leitor.

Cada leitor crítico faz a sua avaliação de forma única, mas de uma maneira ou de outra ele irá produzir um “Laudo de Leitura Crítica” que tomou como base a análise em diferentes dimensões, podendo este detalhamento variar conforme as necessidades de melhoria do original. Usualmente o leitor crítico avalia pontos como:

27 de outubro de 2015

Não percam, de 28 de outubro a 1 de novembro, a 7a Flipiri - nos vemos lá!


Amigos!

      Não percam, a partir de amanhã, a 7a edição da Flipiri, a Feira Literária de Pirenópolis!

     Estarei lá às 11h00 do sábado com a palestra "A Arte de Escrever Bem", e quem aparecer entre em contato para almoçarmos e conversarmos.

     Além disso, o programa da feira é recheado de estrelas, como a Marina Colasanti e o Afonso Romano de Sant'Anna, apenas para citar os mais conhecidos.

    Esperamos vocês lá!
     

22 de outubro de 2015

A responsabilidade social do escritor


Você é a Voz, tente entender isso. Faça ela soar alto e claro, porque nós não estamos aqui para sentar em silêncio ou viver com medo.

A frase faz parte da música “You’re the voice”, escrita por quatro diferentes compositores e cantada por John Farnham, que ganhou o prêmio de ‘single do ano’ da indústria fonográfica australiana de 1987.
Cada e-mail, cada parecer, cada livro que escrevemos carrega nossa voz... Como queremos que ela seja escutada?
 Certa vez fui abordado por uma escritora que falava que adorava escrever histórias mais adultas, mas que tinha vergonha de mostrar as histórias para seus filhos e sua mãe.
Como lidar com esta responsabilidade?
“Escreva o que o seu coração mandar... Mas não esqueça de equilibrar sua paixão com um pouco de razão!”
Não é só questão de lembrar que tudo o que escrevemos poderá ser lido por familiares. É importante pensar no impacto que a obra terá em todos os leitores, de todas as idades. Afinal, se o livro não é apropriado para ser lido por nossos filhos, será apropriado para ser lido pelos filhos dos outros?

É um ponto controverso. Mário Quintana já dizia que “Livros não mudam o mundo. Livros mudam pessoas, e as pessoas é que mudam o mundo”. E se tudo o que escrevemos pode ser um catalisador de mudanças, então devemos refrear nossa criatividade e só escrever “histórias socialmente responsáveis”?

Esta provavelmente foi a coluna com mais interrogações que já escrevi, e não é à toa: não há uma resposta correta, ou fácil, para esta questão.

A meu ver, todo escritor deve ter liberdade de escrever o que quiser. Só que mesmo obras despretensiosas, com foco apenas em diversão (talvez estas ainda mais que as outras), têm um grande potencial de sugerir comportamentos, de educar ou deseducar leitores. O escritor pode e deve escrever o que quiser, mas não se iludir sobre os efeitos que seu livro tem sobre os leitores.

Afinal, cada pessoa é uma Voz, mas uma voz que é lida por muitos sempre soa mais alto que as outras.

E você, o quanto acha que o escritor precisa se preocupar com os impactos de seu texto? Comente e compartilhe com os colegas escritores!

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7 de outubro de 2015

7 Coisas que Aprendi, com Zé Wellington

S
ete Coisas que aprendi é uma iniciativa conjunta* entre os blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, onde T.K. Pereira e Alexandre Lobão convidam escritores e outros profissionais do mercado livreiro e literário para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje. 
Sempre é bom lembrar que em maio deste ano lançamos um e-book com 61 contribuições de escritores e profissionais do mercado.  E estamos agora juntando contribuições para a próxima edição!  Então, se você é escritor iniciante ou veterano, se escreve poesias, contos, romances ou biografias, se é editor, capista, ilustrador, revisor, agente literário ou mesmo um leitor ávido com algo para compartilhar, não perca tempo e envie sua contribuição para esta série de artigos!
Aqui no Vida de Escritor esta série está um pouco devagar, por conta de motivos de força maior, totalmente além do meu controle. Felizmente, o amigo T.K. não deixa a bola cair, e nos últimos dois meses publicou cinco novas contribuições, confiram lá:
  • Cirilo S. Lemos, autor dos romances O Alienado, E de Extermínio (Ed. Draco) e de um punhado de outras histórias.
  • Luís Fernando Amâncio, autor de Contos de Autoajuda para Pessoas Excessivamente Otimistas, participante do projeto Digestivo Blogs,do Digestivo Cultural.
  • Ana Faria, autora de Um Ano Bom, poetisa, contista e educadora de Ensino Fundamental e Superior.
  • Rodrigo Mesquita é contista e está escrevendo o seu primeiro romance, uma ficção histórica brasileira.
  • Li Mendes, autora de O Amor está no Quarto ao Lado, Alma Gêmea por Acaso, Coração de Pelúcia, A Verdadeira Bela, O Mestre do Amor, além de diversos outros em formato digital, sendo colunista do blog Vida de Autor do Widbook.
E para não deixar a bola cair aqui no Vida de Escritor, trazemos a contribuição de Zé Wellington, escritor e roteirista de quadrinhos com um raro talento de transformar em ouro qualquer  história que escreve.
  1. Ignore todos os manuais e regras. Mas só depois de conhecê-los de cor.
  2. Os melhores feedbacks são os negativos. Mesmo que não concorde, pense a respeito. Quando recebê-los, não justifique: apenas agradeça.
  3. Ser escritor é 25% inspiração, 25% transpiração e 50% networking. Se quiser entender o mercado, precisa sair de casa e participar dele.
  4. A internet é a sua melhor amiga: use em abundância para se divulgar. A internet é a sua maior inimiga: desligue-a para trabalhar.
  5. Publique pelo menos uma vez de forma independente. Publique pelo menos uma vez através de editoras.
  6. Você é o que você come: escolha bem o que você vai consumir, tudo influencia no seu trabalho.
  7.  Se você nunca se deu bem com a língua portuguesa e a redação na escola, vai precisar resolver isso antes de começar a escrever. A história de que um revisor resolve tudo é balela. Nenhuma editora vai ler o seu original se o texto não estiver razoavelmente bem escrito. Nenhuma editora vai ler o seu original se seus e-mails e postagens no Facebook não estiverem razoavelmente bem escritos.
 Sobre o autor: Zé Wellington é escritor e roteirista, tendo participado de diversas coletâneas de contos e e de revistas especializadas em literatura fantástica e quadrinhos, tendo recentemente publicado as graphic novels Quem Matou João Ninguém e Steampunk Ladies, que tiveram excelente receptividade de crítica e de público. É colaborador e podcaster do site Iradex.net.

* Projeto inspirado pela coluna “7 Things I’ve Learned So Far”, da revista Writer’s Digest.

Veja a opinião de outros autores no  Vida de Escritor e no Escriba Encapuzado.
Até a semana que vem - e enquanto isso pensem em SUAS 7 coisas e enviem suas contribuições

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23 de setembro de 2015

Há regras para escrever (boas) obras de ficção?


C
omo passar ideias para o papel sem perder sua vitalidade, originalidade e graça?
Uma resposta simples e direta é dada por William Somerset Maugham, novelista, contista e escritor de peças inglês que foi o mais bem pago escritor na década de 1930: “Existem três regras para saber escrever ficção. Infelizmente ninguém sabe quais são elas.”
William Somerset Maugham
Brincadeiras à parte, é importante nos conscientizarmos de duas coisas: Primeiro, realmente não existem regras para escrever (boa) ficção, até porque várias grandes obras se destacaram justamente por saírem dos padrões usuais dos escritores de sua época.

Em segundo lugar, é importante saber que existem sim regras para melhorar seu texto, desde simples regras gramaticais e ortográficas – que encontramos em qualquer gramática – até regras sobre como estruturar melhor seu texto para torná-lo mais claro, mais fluido, mais divertido para o leitor.

Estas regras existem tanto para textos de ficção quanto para textos técnicos, e o conselho vale para ambos: Antes de começar a escrever, organize suas ideias.

Liste todos os pontos principais do que você vai escrever. Se, por exemplo, trata-se da produção de um parecer quanto a determinada questão, liste os prós, os contras, as contestações para cada ponto, elabore a linha geral que será defendida e qual a conclusão que será apresentada, tudo isto em uma simples lista de tópicos.

Se por outro lado trata-se de uma história, comece registrando o status quo inicial, os “pontos de virada” – os momentos em que a história muda efetivamente de rumo – e a conclusão da busca iniciada pelo personagem no primeiro ponto de virada.

Não é preciso nenhuma avaliação: você mesmo irá perceber que o resultado produzido será bem mais coeso, mais focado e interessante devido ao direcionamento dado por este planejamento!

E você, o que acha que um bom texto precisa ter? Há regras? Como quebrá-las sem estragar seu texto? Comente e compartilhe com os colegas escritores!

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14 de setembro de 2015

Para ver a vida como um escritor


N
ova Iorque, 11 de setembro de 2001.
Às 8:46 da manhã, um Boeing 767 da American Airlines atinge um dos prédios do World Trade Center, o coração e símbolo do poder econômico estadunidense, em Nova Iorque. 17 minutos depois outro avião, de mesmo porte, atinge a segunda das Torres Gêmeas.
Os prédios, em chamas, caíram em algumas horas; não antes de protagonizarem cenas fortíssimas de superação, coragem e desespero. No auge da loucura, mesmo pela TV era possível ver a chuva de corpos daqueles que, entre a morte pelas chamas nos andares mais altos ou pela queda de um dos prédios mais altos do mundo, optavam pelo salto fatal.
Quando finalmente as estruturas cederam ao calor e os prédios vieram abaixo, um grito coletivo pôde ser ouvido nas gravações que correram o mundo.
Ao grito mal contido seguiram-se nuvens pesadas e cinzentas, avançando rapidamente em todas as direções e engolindo pessoas, carros, prédios inteiros.
Depois, do meio daquela massa que lentamente se dissipava, começaram a surgir vultos cambaleantes que buscavam algo para respirar. Lentamente começaram a se divisar os carros, os prédios,  as ruas monocromáticas de um novo e para sempre transformado mundo.
Daquela cena dantesca, um dos pontos ainda mais surpreendentes, para mim, foi o inusitado silêncio.
“Observe, sinta, viva cada momento, e sua escrita será cada vez melhor”
Não um silêncio qualquer, mas um silêncio nascido daquele grito estrangulado na garganta de milhões de pessoas que acompanhavam a cena em todo planeta, e que se condensou em uma cidade que, embora nunca dormisse, naquele momento se paralizava, sem motores, sem buzinas, sem sirenes, sem arrulhares, latidos, risos, choros, xingamentos... Uma cidade sem voz.
Por longos e doloridos minutos, tudo o que se ouvia era o som arrastado dos passos daqueles que ousavam abrir espaço pela poeira cinzenta...

O que isto tem a ver com ver a vida como um escritor?
Tudo!
Quantas pessoas será que realmente se incomodaram com este silêncio, ou ao menos repararam nele?
O escritor, antes de tudo, é um observador e um curioso. Ele quer saber todos os detalhes de tudo, como as coisas funcionam, como as pessoas reagem às situações, quais são as gírias e comidas locais de cada cidade que visita... Apesar de parecer uma simplificação, acho que é bem isso: olhar a vida como um escritor é dedicar uma atenção especial aos detalhes.
A verossimilhança, tão necessária para garantir a imersão do leitor, é baseada justamente nestes detalhes. São estas pequenas coisas que o leitor vai reconhecer e relacionar inconscientemente com seu dia a dia, e automaticamente aceitar a história como “verdadeira” e reforçar a empatia pelos personagens.
Esta atenção aos detalhes, mesmo para quem não é escritor, oferece algumas vantagens.
Primeiro, a vida fica mais leve. Se você, ao caminhar, repara nas folhas que caem, nas formigas que fizeram uma trilha, no barulho do vento e no cheiro de terra molhada após uma chuva, pode ter certeza que sua vida será muito mais colorida.
Segundo, a vida também fica mais saudável. Além dos benefícios a longo prazo (há estudos que comprovam que exercitar a mente “saindo do automático” nas atividades diárias diminui os riscos de desenvolver Alzheimer, por exemplo), viver uma vida mais “colorida” significa também ser mais feliz, mais tranquilo, o que oferece benefícios comprovados para todo o sistema cardíaco e circulatório.
Uma pessoa mais tranquila, saudável e feliz acaba também sendo mais agradável, e tendo uma vida social mais ativa.
Preciso continuar?
Escrevendo ou não, veja a vida como um escritor. Você só tem a ganhar!

E você, como vê a vida? Como isso impacta em sua escrita? Comente e compartilhe com os colegas escritores!

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29 de julho de 2015

O Jogo da Amarelinha, de Júlio Cortázar, e o que direciona estórias


S
em entrar no mérito das numerosas discussões filosóficas sobre o assunto, podemos classificar as estórias pelo elemento que mais fortemente as direciona: os personagens ou a trama.
Estórias plot-driven, direcionadas pela trama, são aquelas onde os personagens não são muito aprofundados e a ação fica em primeiro plano. Geralmente são estórias que seguem à risca a recomendação de Anton Chekhov de remover tudo o que não tem relevância para a trama: tudo que acontece ou aparece precisa ter um objetivo definido.
Em um outro extremo, o elemento preponderante nas estórias character-driven são os personagens. Neste caso, as divagações filosóficas e digressões diversas que fogem da trama principal não apenas são aceitáveis, como bem vindas.
Livros com estórias character-driven são os famosos “livros de cabeceira”, que para serem apreciados precisam ser lidos aos poucos, com o leitor entrando na vida dos personagens e curtindo cada pequeno momento.
“Se no primeiro capítulo você descreve um rifle na parede, ele precisa ser utilizado no máximo até o terceiro. ”
Anton Tchekhov, escritor e dramaturgo russo

Um belo exemplo de livros nesta linha é “O Jogo da Amarelinha”, de Julio Cortázar. A obra apresenta a vida de Horácio Oliveira, argentino que, vivendo em Paris, se reúne com um grupo de amigos intelectuais que se autodenomina “Clube da Serpente”. Enquanto os membros do grupo discutem arte, política, música e filosofia, em interessantes divagações, Lúcia, namorada de Horácio, encara a vida de uma forma muito mais simples, invejando a capacidade dos demais de realizar debates profundos, mas sendo muitas vezes a expressão real de um ideal que eles procuram.
O livro acompanha as idas e vindas de Horácio e da “Maga”, como ele chama Lúcia, que refletem as dúvidas existenciais do protagonista, que o perseguem mesmo depois de ele perder o contato com a Maga e retornar à Argentina, vivendo novas experiências com outros interessantes personagens.
Sendo considerada uma das primeiras obras surrealistas da literatura argentina, um dos grandes atrativos do livro é a forma como foi construído: ele pode ser lido de diversas formas diferentes. Como o título dá a entender, o objetivo do autor é que o leitor tenha a liberdade de saltar capítulos, lê-los fora de ordem e, ainda assim, entender a história. Já no prefácio, Cortázar adverte que o leitor pode ler os primeiros 56 capítulos e dispensar todos os seguintes (são 155 ao todo), ou pode procurar formas de ler o livro como um todo, apresentando algumas sugestões de sequências que podem ser seguidas.
Lendo alguns ou todos os capítulos, a história é a mesma: a busca de Horácio por um sentido para sua existência e uma forma menos restritiva de encarar a vida, representada pela visão que a Maga tem do mundo. O que muda são as divagações, o entendimento dos segredos por trás de cada personagem, que a cada nova leitura se desdobram em novos níveis de profundidade.
Vale a pena!

E você, que tipo de livros gosta de ler, e qual livro o marcou mais? Comente e compartilhe !

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20 de julho de 2015

Escrever histórias é difícil?


E
screver histórias é fácil, muito mais do que parece à primeira vista!
Desde crianças temos a capacidade de contar histórias, o que falta à maioria das pessoas é simplesmente o treino para colocar estas histórias no papel.
É um pouco disso que fazemos aqui no Vida de Escritor, mostrar formas fáceis de enfrentar esta questão, cujas barreiras são muitas vezes mais psicológicas do que técnicas.
Para não dizer que esta ideia é estapafúrdia e tirada de nossa cabeça, citamos uma frase de José Saramago, Nobel de Literatura em 1998:

“Somos todos escritores. Só que uns escrevem, outros não.”


José Saramago

"“O que é escrito sem esforço, geralmente é lido sem prazer”
Samuel Johnson, expoente literário inglês dop século XVIII

Uma outra opinião a respeito, mais bem humorada, é a de Pablo Neruda, poeta chileno que dispensa apresentações:

“Escrever é fácil: Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca ideias.”


Pablo Neruda
No entanto, se escrever é fácil, escrever bem demanda mais do que simplesmente vontade. Como em qualquer profissão, o que diferencia o iniciante do especialista é a o somatório de anos de persistência, de aperfeiçoamento, de busca pelas melhores técnicas de trabalho.
Não tenha receio de começar a escrever, mas se quiser levar a sério este lado, tenha em mente a frase de Samuel Johnson, poeta, ensaísta, novelista, biógrafo e crítico literário inglês que viveu no século 18 e que é descrito pelo Oxford Dictionary of National Biography como “o mais notável homem de letras na história da Inglaterra”.
Com sua visão aguda, Dr. Johnson, como era conhecido, sintetizou em uma frase o que deveria ser a filosofia de vida e de trabalho de todo escritor que se preza:

“O que é escrito sem esforço, geralmente é lido sem prazer”


Samuel Johnson


E você, tem uma "frase de cabeceira" que lhe orienta na profissão de escrever? Compartilhe conosco!

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7 de julho de 2015

Bate-papo com Eduardo Spohr


H
á algum tempo, fiz uma breve entrevista por e-mail com o Eduardo Spohr para o livro sobre técnicas de produção literária que estava escrevendo, e que deve ser lançado no segundo semestre deste ano.
A entrevista, por motivos diversos, acabou não entrando no livro, mas como dicas de autores de sucesso como o Eduardo são sempre bem vindas, vou compartilhar aqui com vocês.
Divirtam-se!
Pergunta: Quais as “7 dicas essenciais” que você daria para outros escritores?
Resposta
: Olá Alexandre e olá aos leitores do blog. Obrigado pela oportunidade da entrevista. Em relação às sete dicas, creio que todas podem ser resumidas em uma: escrever. Parece simples, mas é o que, no geral, as pessoas mais têm dificuldade. É importante estabelecer, antes de pensar em qualquer outras coisa, um processo de concentração que nos obrigue a parar e a pôr a mão na massa, concretizando nossas ideias.
"É importante estabelecer um processo de concentração que nos obrigue a parar e a pôr a mão na massa, concretizando nossas ideias."

Pergunta: Como você começou sua carreira de escritor?

5 de junho de 2015

Workshop de Escrita de Ficção e Dúvidas de Escritores!


E
stamos a apenas uma semana da sexta edição do Workshop de Escrita de Ficção, que vai acontecer nos dias 13 e 14 de junho, em Brasília.

Para quem ainda não sabe, a proposta deste workshop é apresentar ferramentas práticas, bem objetivas, que ajudam a organizar o trabalho de produção de um livro, desde a premissa inicial, que valida se sua ideia é capaz de sustentar uma trama inteira, até a parte final, com técnicas para melhorar tornar seu texto algo que o leitor não consegue largar.  Cada apresentação é seguida de exercícios práticos, onde você não só vai fixar o conhecimento e tirar dúvidas, como também poderá já organizar as ideias de sua próxima obra.

O resultado é tão útil para quem está começando quanto para quem já escreve faz tempo, mas mantém o desejo de aperfeiçoamento contínuo através da troca de experiências com outros escvritores.

Saiba mais detalhes, incluindo a agenda do evento e alguns depoimentos de participantes de edições anteriores, no site do Workshop de Escrita de Ficção.

Neste post retomamos a série Dúvidas de Escritor, respondendo a perguntas sobre registro de ISBN, bloqueio criativo e sobre o medo de enfrentar uma carreira como a de escritor.
Aproveitem, divirtam-se e comentem!

Em uma iniciativa conjunta* entre os blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, T.K. Pereira
e Alexandre Lobão convidam escritores e outros profissionais do mercado livreiro e literário para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje. 
Sempre é bom lembrar que em maio deste ano lançamos um e-book com 61 contribuições de escritores e profissionais do mercado.  E estamos agora juntando contribuições para a próxima edição!  Então, se você é escritor iniciante ou veterano, se escreve poesias, contos, romances ou biografias, se é editor, capista, ilustrador, revisor, agente literário ou mesmo um leitor ávido com algo para compartilhar, não perca tempo e envie sua contribuição para esta série de artigos!
Esta semana,  Escriba Encapuzado publicou a participação de Caio Rodrigues Alves, jovem carioca que atua como empreendedor, empresário e escritor romancista. Conheça mais sobre seu trabalho mais recente, O Segredo das Runas nas páginas do livro no FaceBook e Skoob.
* Projeto inspirado pela coluna “7 Things I’ve Learned So Far”, da revista Writer’s Digest.

Questão: Quanto ao registro no ISBN, é conveniente fazer antes de enviar o original às editoras, como garantia?
Resposta: O registro do ISBN é realizado apenas por editoras, e é único para cada edição do livro. Você provavelmente pensou no registro do livro na Biblioteca Nacional, que este sim, sempre é bom fazer. Custa só R 20,00 e pode ser feito pelo correio (e em breve por um sistema informatizado); confira os detalhes na área de serviços do site da Biblioteca Nacional.
"O segredo do Sucesso é definir metas que dependam apenas de você - e trabalhar dia e noite, sem esmorecer, até atingí-las."

29 de maio de 2015

Workshop de Escrita de Ficção e 7 Coisas que Aprendi com Caio Rodrigues Alves

A
migos!
Semana passada apresentei a palestra "Técnicas avançadas para prender a atenção do leitor" no Congresso Luso-Brasileiro de Escritores e Amigos de James McSill 2015, e gostaria de tecer alguns comentários a respeito.
No entanto, como estamos a apenas duas semanas da sexta edição do Workshop de Escrita de Ficção, estes comentários ficarão para um futuro post. Por hora, quem se interessar pode conferir as fotos do evento aqui.
Se você esteve no congresso e deseja receber os slides da apresentação, me envie um e-mail que eu encaminharei a você.

Sobre o Workshop, vale lembrar que ele vai acontecer nos dias 13 e 14 de junho, em Brasília. A ideia do evento é apresentar (e praticar...) um conjunto de técnicas bem objetivas que ajudam a organizar o trabalho de produção de um livro, desde a premissa inicial, que valida se sua ideia é capaz de sustentar uma trama inteira, até a parte final, com técnicas para melhorar tornar seu texto algo que o leitor não consegue largar.  Portanto, se você leva a sério a ideia de ser um escritor e quer começar, ou aprofundar, sua profissionalização, não perca esta oportunidade, pois muito provavelmente só teremos uma nova edição no ano que vem.

Saiba mais detalhes, incluindo a agenda do evento e alguns depoimentos de participantes de edições anteriores, no site do Workshop de Escrita de Ficção.
Ah, vale destacar que temos escritores vindo de diversos estados, então se você desejar dividir um quarto para cortar despesas, inscreva-se logo para aproveitar esta oportunidade!

Para não deixar os leitores sem mais material, neste post estou divulgando mais um post da série 7 Coisas que Aprendi, com a participação do escritor Caio Rodrigues Alves.

Semana que vem teremos respostas às Dúvidas de Escritores, não percam!

Aproveitem, divirtam-se e comentem!

Em uma iniciativa conjunta* entre os blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, T.K. Pereira
e Alexandre Lobão convidam escritores e outros profissionais do mercado livreiro e literário para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje. 
Sempre é bom lembrar que em maio deste ano lançamos um e-book com 61 contribuições de escritores e profissionais do mercado.  E estamos agora juntando contribuições para a próxima edição!  Então, se você é escritor iniciante ou veterano, se escreve poesias, contos, romances ou biografias, se é editor, capista, ilustrador, revisor, agente literário ou mesmo um leitor ávido com algo para compartilhar, não perca tempo e envie sua contribuição para esta série de artigos!
Esta semana,  Escriba Encapuzado publicou a participação de Caio Rodrigues Alves, jovem carioca que atua como empreendedor, empresário e escritor romancista. Conheça mais sobre seu trabalho mais recente, O Segredo das Runas nas páginas do livro no FaceBook e Skoob.
* Projeto inspirado pela coluna “7 Things I’ve Learned So Far”, da revista Writer’s Digest.

E você, tem alguma dúvida sobre a carreira de escritor mas não tem para quem perguntar? Fale conosco!

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18 de maio de 2015

29. Concurso de Contos Paulo Leminski


C
onhecido nacionalmente, o Concurso de Contos Paulo Leminski, realizado em parceria com a Unioeste/Campus de Toledo e a Prefeitura de Toledo, por meio da Biblioteca Pública, promete mais uma vez atrair a participação de muitos concorrentes. Esta é a 26ª edição do concurso que foi criado em 1989, ano de morte do paranaense escritor, poeta, compositor, jornalista e contista que dá nome ao evento, e que nestes anos conquistou sua posição como um dos maiores concursos literário no gênero conto nacional.

Desde o início, o Concurso de Contos Paulo Leminski teve como objetivo incentivar o estudante e o leitor a desenvolver a habilidade na linguagem escrita por meio da produção literária e, além disso, difundir o gênero literário conto.
O concurso se destina a todas as pessoas interessadas. O tema é livre. A inscrição gratuita. O conto deve ser inédito; não pode ter sido premiado em outro concurso ou já publicado em livros, coletâneas e revistas.
Na última edição, em 2014, inscreveram-se 880 contos, procedentes de quase todos os estados do país, a maior participação foi do estado de São Paulo, seguido do Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul; além de contos enviados de seis outros países.
"Nunca cometo o mesmo erro duas vezes. Já cometo duas três, quatro, cinco, seis até esse erro aprender que só o erro tem vez."
Paulo Leminski, escritor, poeta, compositor, jornalista e contista paranaense
 O conto deve ser entregue seguindo o regulamento do concurso, o qual encontra-se disponível no site da Prefeitura de Toledoo e da Unioeste. Os interessados também podem ligar na Biblioteca Pública. Os participantes de Toledo podem entregar na Biblioteca Pública ou na Unioeste. Já os participantes de outras cidades e estados devem enviar seu trabalho pelo correio.

Os contos premiados e os que recebem menção honrosa são reunidos em uma coletânea publicada a cada cinco anos. Dessa forma, os escritores têm suas obras publicadas em um único volume. A última coletânea, 5ª edição, lançada em 2014, foram publicados trabalhos da 20ª a 24ª edição do concurso. A 6ª edição será lançada no ano de 2019, que constarão os contos premiados da 25ª a 29ª edição do concurso.

2 de maio de 2015

Seis passos para a criação de personagens únicos

O
 que faz um personagem ser inesquecível?
As respostas são muitas, tanto que há livros inteiros sobre criação de personagens, a maioria - infelizmente - em inglês.
Mas, a mesmo tempo, há uma resposta simples, única, que pode ser resumida em uma palavra: Empatia.

O leitor precisa se identificar, precisa ser capaz de se enxergar na pele do personagem ou, no mínimo, aceitar em um nível profundo, subconsciente, que uma pessoa poderia agir exatamente daquela forma - uma pessoa com quem ele se preocupa.  Bons personagens deixam o leitor perceber, nas entrelinhas, sua personalidade, pequenas manias, gostos e passatempos. Além disso, estes personagens fogem dos estereótipos e agem como pessoas reais ou, em outras palavras, não são homogêneos, evoluem dentro da trama e, em situações diferentes daquelas de sua rotina, mostram que são mais profundos e são capazes de tomar decisões que vão além do seu perfil básico.

Mas como conseguir esta "mágica" de criar personagens que importam? O que marca a individualidade destes personagens, de forma que o leitor não vê clichês (mesmo que eles existam...), se angustia quando o personagem está em perigo, se preocupa quando ele inicia uma nova jornada, se emociona quando ele supera obstáculos ou a si mesmo? "Boas histórias acontecem porque seus personagens são bons, e não o oposto. Pense bem nisso!"

Hoje gostaria de trazer a contribuição da escritora Linda Seger, que em seu livro “Creating Unforgettable Characters” (“Criando Personagens Inesquecíveis”, em tradução livre), apresenta uma técnica simples, em seis passos, que considero excepcionalmente feliz em sua amplitude e profundidade ao responder estas questões:

16 de abril de 2015

7 Coisas que aprendi, com Cláudio Portella

7 coisas que aprendi é uma iniciativa conjunta dos blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, onde T. K. Pereira e eu, Alexandre Lobão, convidamos escritores e profissionais do mercado editorial para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje.
A série

Inspirada em uma coluna “7 Things I’ve Learned So Far” da revista americana Writer’s Digest, esta iniciativa surgiu para "saciar os sedentos pelas misteriosas águas da criação literária", segundo o amigo T. K. Pereira, autor da ideia. No decorrer de pouco mais dois anos, o projeto acumulou muitas dezenas de contribuições de escritores - um acervo notável, sem dúvida, enriquecido não só pela sabedoria de profissionais publicados, mas também pela perspicácia de aspirantes desconhecidos.

Esta semana temos a original contribuição do escritor, poeta, crítico literário e jornalista Cláudio Portella que, inclusive, exerceu sua liberdade artística de não se limitar a 7 coisas - ou mesmo numerar suas contribuições!  :)
 
Com vocês, as reflexões de um escritor, por Cláudio Portella:

Um país sem escritores é pobre. Um país onde todos se julgam escritores é mais pobre ainda.

Sou escritor, não animador de Bienal.

Todo poeta é escritor, mas nem todo escritor é poeta.

Prefiro um leitor inteligente à mil superficiais.

Um repórter veio à minha casa, queria conhecer meu ambiente de trabalho. Levei-o à cozinha e mostrei-lhe a cafeteira.

2 de abril de 2015

A angústia da alma criativa e os eventos para escritores


A
s almas criativas, seja qual for a forma que escolheram para extravasar esta criatividade, têm necessidades únicas.
Quem, entre escritores, pintores, atores, cineastas ou militantes de outras artes, não acordou com aquela ansiedade indefinida? Quem já não passou alguns dias angustiado, com algo preso no peito, sem saber bem o que é nem como tirar?
Costumo chamar isso de "angústia de criação", que basicamente é a incômoda sensação de, bem, não estar criando.
Quando se tem um espírito criativo, a repetição diária de café-da-manhã-trânsito-trabalho-almoço-trânsito-janta-jornal-novela-cama é uma morte em vida, e o pior de tudo é que muitas vezes, concentrados em conseguir o pão de cada dia, acabamos nem nos dando conta de que o que nos falta não é dinheiro, mas vida. Vida criativa.
Então, se você não é artista mas já se sentiu assim, quem sabe até chegou a consultar um médico ou psicólogo, mas ainda não descobriu a fonte de sua angústia, comece a considerar a possibilidade de você ser um artista (por enquanto...) frustrado!
E se você já sabe que é artista... Então, comece a exercitar sua criatividade!
"Escrever é uma vida de cão. Mas é a única vida que vale a pena viver"
Gustave Flaubert, expoente do Realismo na literatura francesa
Além da óbvia solução de escrever (no caso dos escritores) para exercitar a criatividade, uma opção interessante entre livros ou antes do primeiro é participar de encontros de escritores ou de clubes de leitura.
Sobre os clubes de leitura, leia este post e descubra como você pode criar o seu, caso não conheça nenhum.
Quanto aos encontros de escritores, há diversas opções. Vou sugerir algumas, e espero ouvir comentários de vocês com outras:
  • Procure associações de escritores em sua cidade. Pode ser uma associação nacional, como a Associação Nacional dos Escritores (ANE), a União Brasileira de Escritores UNE, que têm representações em diversas cidades, ou associações locais.  Quase toda cidade tem uma associação, na dúvida procure a câmara municipal de cultura ou o órgão de governo equivalente, que usualmente eles têm cadastros ou contatos destas associações.
  • Crie sua associação.  Há diversos grupos de autores com mais ou menos história, e todos com muito a acrescentar nas vidas de seus participantes.  Eu mesmo participo do Instituto Casa de Autores, um grupo  que começou com modestas reuniões e hoje é um instituto oficialmente reconhecido, organizador de feiras literárias como a Flipiri e outros eventos.
  • Participe de eventos para leitores. Frequente Bienais, feiras de livros, feiras literárias, lançamentos de livros e outros eventos do tipo. Mas não vá (apenas) como leitor: observe os escritores, assista suas palestras, troque ideias, aprenda, se inscreva para falar. Não tenha receio de sua falta de experiência, se for o caso: Todo escritor que se preza adora conversar, e não vai ficar te julgando para saber se você tem dezenas de livros publicados, ou nenhum.
  • Participe de eventos para escritores. No Brasil ainda temos poucos eventos para escritores, mas aos poucos algumas alternativas começam a aparecer. Nesta linha, uma boa (e gratuita...) opção é o evento promovido pela agência literária de James McSill, nos dias 22 e 23 de maio, em São Paulo. Vários escritores (inclusive eu) estarão apresentando palestras sobre técnicas de escrita e mercado editorial, além de a agência estar aberta para receber propostas de interessados em serem representados.  Veja detalhes no site do evento: http://Congresso2015.McSill.com - e se você for aproveite para conversar comigo ao vivo, basta deixar um comentário neste post para combinarmos.
  • Participe de oficinas de profissionalização para escritores. Enquanto o foco nos eventos para escritores é o networking, nas oficinas o objetivo é o estudo de técnicas que podem ajudar a melhorar a qualidade de seu trabalho. Assim como um pintor precisa estudar perspectiva, luz e sombra, figura humana e outros detalhes para aprimorar sua arte, o escritor precisa saber como criar uma premissa para sua história e validar se ela "merece um livro", precisa saber como definir bons personagens, como estruturar sua trama para tornar a obra mais fluida, como burilar seu trabalho de forma a prender o leitor desde as primeiras páginas.  Nesta linha, o Workshop de Escrita de Ficção, promovido pelo Vida de Escritor, tem sido um sucesso e, devido a grande demanda por vagas na última edição, vamos realizar mais uma edição nos dias 13 e 14 de junho.  Veja mais detalhes no site do evento: http://www.AlexandreLobao.com/Workshop

E você, alguma boa ideia de como exercitar a criatividade entre escritores? Comente e compartilhe suas ideias!

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19 de março de 2015

7 Coisas que Aprendi, com Tarciso Filgueiras e Danielle Ronald de Carvalho

A série 7 coisas que aprendi é o uma iniciativa conjunta dos blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, onde T. K. Pereira e eu, Alexandre Lobão, convidamos escritores e profissionais do mercado editorial para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje.

Inspirada em uma coluna “7 Things I’ve Learned So Far” da revista americana Writer’s Digest, esta iniciativa surgiu para "saciar os sedentos pelas misteriosas águas da criação literária", segundo o amigo T. K. Pereira, autor da ideia. No decorrer de pouco mais dois anos, o projeto acumulou muitas dezenas de contribuições de escritores - um acervo notável, sem dúvida, enriquecido não só pela sabedoria de profissionais publicados, mas também pela perspicácia de aspirantes desconhecidos.

Esta semana temos duas novas publicações da série:

No Escriba Encapuzado temos a participação de Danielle Ronald de Carvalho‏, poeta com uma veia simbolista e existencialista e que está escrevendo o seu primeiro livro. Danielle Estuda Biomedicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de trabalhar como designer e modelo. Blog Oficial: Poética Existencial

Aqui no Vida de Escritor, apresentamos as 7 coisas de Tarciso Filgueiras, escritor que tem aquele raro talento de fazer o leitor se interessar pelos personagens, independente da situação que estejam vivendo. São dicas sintéticas, mas altamente valiosas, para ler com cuidado e meditar!
  1. Respeite o leitor. Ele raciocina e tem acesso a uma gama de informações ao toque de uma tecla.
  2. Escreva sobre coisas que lhe interessam. Somente assim o que você escreve soará verdadeiro.
  3. Estude a língua portuguesa, ela é seu instrumento de trabalho, portanto acerque-se de gramáticas e dicionários. Se você conhecer bem a norma culta, você poderá ajustá-la a seus objetivos, pisando em solo firme.
  4. Sinta o que escreve. Ou seja, não escreva da boca pra fora. O leitor atento percebe a diferença.
  5. Depois do texto "pronto", deixe-o maturar por um tempo razoável.
  6. RReveja seu texto.
  7. Reveja seu texto.
Sobre o autor:
Tarciso Filgueiras é pesquisador em botânica e professor. Autor de "Botânica para quem gosta de plantas", Ed. Livro Pronto, 2a. ed. (divulgação científica); "Ensaio sobre Jesus: Revelando o homem", Ed. Livro Pronto, 2a. ed., (abordagem científica sobre o Jesus histórico, sem afiliação religiosa sectária); "Tempo de Tarumã", Ed. Outrasletras (romance), e  "O roseiral de Henriqueta", Ed. Outrasletras (contos).

Gostou? Quer aprender mais com a experiência de outros 58 escritores? Baixe agora o eBook gratuito da série 7 coisas que aprendi



E você, o que está esperando para compartilhar experiência? Participe desta série no  Vida de Escritor ou no Escriba Encapuzado!

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3 de março de 2015

5 x 7 Coisas que Aprendi! Com Patrícia Castellani, Chris Ritchie, Luís Giffoni, Lucas Barroso e Noemi Jaffe

7 Coisas que aprendiEm uma iniciativa conjunta* entre os blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, T.K. Pereira e Alexandre Lobão convidam escritores e outros profissionais do mercado livreiro e literário para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje. 

Então, você já sabe: Não interessa se você é iniciante ou veterano, se escreve poesias, contos, romances ou biografias, envie sua contribuição para esta série de artigos!

Esta semana vou anunciar CINCO novas participações para a série, publicadas no Escriba Encapuzado durante minhas férias para conclusão do TCC:

  • Patrícia Castellani é jornalista, fotógrafa profissional, compositora, produtora fonográfica e assessora de marketing e comunicação visual.

  • Chris Ritchie é escritora, professora, revisora, tradutora e intérprete, fundadora d a Ritchie&CO. – Comunicação em Inglês e Português.

  • Luís Giffoni reside em Belo Horizonte. Tem 21 livros publicados, que ganharam estudos, traduções e adaptações nos Estados Unidos, Inglaterra, México, Argentina, Portugal, Alemanha e Brasil. Atualmente escreve crônicas regulares para a Revista Veja BH.


  • Noemi Jaffe é escritora, professora de literatura e crítica literária e colabora com os jornais Folha de S. Paulo e Valor Econômico.

Gostou? Quer aprender mais com a experiência de outros 58 escritores? Baixe agora o eBook gratuito da série 7 coisas que aprendi

* Projeto inspirado pela coluna “7 Things I’ve Learned So Far”, da revista Writer’s Digest.

Veja a opinião de outros autores no  Vida de Escritor e no Escriba Encapuzado.

Neste próximo fim de semana estou apresentando a quinta edição do Workshop de Escrita de Ficção - Fiquem ligados, pois volto semana que vem com novidades! 

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23 de fevereiro de 2015

Dúvidas de Escritores: Romances ou contos? E como achar uma editora para seu livro.

F
inalmente, com este post, concluo a sequência de "perguntas acumuladas" em 2014 para a série Dúvidas de Escritores.
De qualquer forma, se apesar disso você não achar a resposta que precisa neste post ou nos posts anteriores da série, já sabe: basta perguntar!

Nesta edição, falo sobre como encontrar uma editora para seu livro e sobre o rumo a se escolher: contos ou romances?
Questão: Meu livro é um romance bem humorado, destinado ao publico juvenil e adulto, narrado na primeira pessoa. Poderia me falar alguns nomes de editoras?"CORTE. Somente quando as palavras não essenciais são cortadas é que se ressalta cada uma das essenciais"
Diana Athill, escritora e editora inglesa
Resposta: Só pelo que você falou não dá para saber.
O processo para procurar uma editora é simples: Visite uma livraria e folheie os livros que são para o mesmo público-alvo que o seu; leia suas apresentações e anote o nome e informações de contato das editoras daqueles que forem mais alinhados com o seu. A partir daí, é só visitar o site de cada editora e descobrir como cada uma avalia originais de novos autores - cada editora tem um processo diferente - e começar a enviar seu livro. Sempre que possível, ligue antes para saber se estão recebendo originais (dependendo da época, a editora pode simplesmente ignorá-los...), e se pode enviar em nome de alguém específico - o que aumenta as chances de ele ser lido.
OU... sempre há a auto-publicação, em papel (paga), impresso por demanda (gratuito, como na editora Per Se, por exemplo) ou totalmente virtual (para publicar na Amazon, por exemplo, também é de graça). Dê uma conferida aqui no Vida de Escritor, que há diversos posts cobrindo estas alternativas.

Questão: Queria muito saber se devo arriscar a escrever um romance, ou ir "praticando" criando contos com o mesmo estilo.
Resposta: Como quase tudo na literatura (e na vida...), não há uma resposta definitiva para sua questão. :) Eu, por exemplo, comecei escrevendo contos e depois fui migrando para romances; no entanto há escritores que já começam com romances (por exemplo, o André Vianco), e outros que ficam a vida inteira escrevendo apenas contos; não há uma lógica de começar com um para depois passar para o outro.

Dito isto, escrever contos pode ser mais fácil porque não é necessário desenvolver muitos detalhes sobre a trama ou os personagens, há menos personagens, e por conta disso o esforço para organizar o trabalho é menor. Por outro lado, o conto, sendo uma “narrativa mínima de impacto máximo”, traz outros desafios como por exemplo conseguir condensar o que há de mais importante em uma história em poucas linhas, sem “perder a mão” – sob a pena de não conquistar o leitor.

Sugiro que você tente organizar a trama, anotando os pontos principais pelos quais a história vai passar, registre os detalhes dos personagens e, então, faça uma “sinopse” de sua futura história em no máximo 5 páginas, como se estivesse escrevendo o resumo de um livro que você leu. Feito isso, você terá uma ideia bem melhor do que é sua história e de seu potencial em se tornar um livro ou um conto.
Depois, tome sua decisão!

E você, depois desta maratona de posts com dúvidas, ainda tem alguma? Sem stress,  entre em contato pergunte!

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