expressão não é minha, é de James McSill. (Se você é escritor brasileiro ou português, e ainda não ouviu falar dele, com certeza ouvirá nos próximos meses. O James (junto com Mardeene, sua associada) está entrando forte no mercado para coaching de autores de língua portuguesa para o mercado internacional. Saiba mais sobre ele em http://www.mcsill.com/).
Independente da autoria da expressão, vale o choque. Posso não fazer isso tão bem quanto o James, mas acho que conseguirei colocar uma ou outra minhoca na cabeça de vocês. Vamos aos fatos (apenas alguns que me vêm à cabeça no momento):
1) Publicação: Se você acha que conseguir uma editora para publicar seu trabalho é difícil, pense de novo. Com um trabalho de qualidade, e uma pesquisa nas livrarias para conseguir achar as editoras que podem se interessar por seu trabalho, você já consegue muita coisa. Se você pesquisar nos sites das editoras e verificar quais as condições para envio de originais, e ainda em que linhas cada editora está pensando em investir, você já chega mais perto. Conversando com gente do ramo (editores, livreiros, jornalistas, etc), ficando a par de dicas e novidades, e especialmente conseguindo uma indicação dentro da editora, sua publicação está quase garantida. Difícil? Você não viu nada...
2) Distribuição: Se você não conseguiu esperar por uma editora de maior porte, e decidiu publicar naquela pequena editora de sua cidade, ótimo! É bem mais fácil, você começa a "mostrar serviço" e abrir caminho para a sua carreira de escritor decolar! Pena que eles não distribuem no resto do Brasil! Assim, este passo é interessante e recomendável (comecei assim!), mas é bom ficar ciente que seu trabalho ficará restrito à sua cidade, e com distribuição provavelmente pequena, então cuidado com ilusões de grandeza neste ponto! E mais importante ainda: se você vai pagar pela edição, verifique antes se *haverá* alguma distribuição - há muitas "editoras" que na verdade são apenas gráficas disfarçadas; e se você não tomar cuidado pode acabar com mil livros em suas mãos, e nenhum nas livrarias!
3) Divulgação: A maioria dos editores nacionais, infelizmente, é conhecida pela sua notória capacidade de não incluir no projeto de seus livros um custo para marketing. Desta forma, mesmo após conseguir publicação e distribuição nacional, por uma boa editora, seu livro pode acabar empoeirando nas livrarias, sem destaque e sem divulgação. Soluções? Driblar o esquema: buscar escrever artigos para jornais e revistas, para despertar interesse por seu nome, produzir blogs, sites, participar de listas de discussão sobre livros, dar palestras em quantas livrarias puder, apresentar seu trabalho para vendedores de livros (de livrarias, ou mesmo destes de porta-em-porta, que incrivelmente são responsáveis por um alto volume de vendas em determinadas regiões do Brasil), etc, etc. Se você consegue abrir espaços e precisa de uma verba (para banners, por exemplo), fica mais fácil negociar com seu editor!
4) Vendas: Excelente! Você conseguiu publicar seu livro por uma grande editora, vê-lo distribuído em escala nacional, e até conseguiu abrir algum espaço na barreira da mída para divulgá-lo! Agora, é só sentar e colher os louros (ou os royalties), certo? Infelizmente, não. Digamos que você faça um contrato com a editora "X", que publica uma edição de 10.000 exemplares de seus livros. Você faz uma forte campanha pessoal e consegue vender, digamos, mil livros em um ano. Se no segundo ano a editora vender apenas trezentos livros, você acha que ela irá comprar um outro livro seu? Pior: você acredita que OUTRA grande editora irá comprar um livro seu, sabendo do "fracasso" do primeiro? Seu livro precisa se encaixa r em um dos dois moldes: Ou ele é um bestseller, que vende muito em pouco tempo, ou ele faz parte da backlist da editora, vendendo pouco, mas de forma constante ao longo do tempo. E adivinha quem é o responsável por mantê-lo sempre visível, para garantir que será, pelo menos, um livro da backlist?
Leia com calma os pontos acima e pense em todas as suas implicações.
Se após isso você ainda quiser continuar escrevendo, Parabéns! Você já tem tudo o que é necessário para ser um escritor: inspiração, persistência em, principalmente, um grande ego.
Se você desanimou, me desculpe. Neste caso, recomendo que você publique um livro - para mim, isto sempre funciona para fazer o ego crescer! :)
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26 de outubro de 2009
16 de outubro de 2009
Auto-Publicação - vale a pena?
O colega Hernani, em um comentário sobre meu post sobre a produção de diálogos, levantou a questão: Vale a pena pagar para publicar seu livro?
A primeira questão é o orçamento para a publicação, que irá variar largamente dependendo do número de páginas, número e cores das ilustrações, região do país, tipo do papel, e muitos etc. Mas prepare-se para gastar algo entre 3 e 10 mil reais, para livros entre 100 e 300 páginas.
O segundo ponto a levar em conta é a procura da "casa" ideal para sua obra, pois há uma série de coisas que uma editora irá fazer que uma gráfica não faz. Cuidado com isso: Existem editoras com programas de "novos autores", que arriscam seu nome em trabalhos específicos, pagos por novos autores mas avaliados antes por profissionais da casa; existem gráficas que se dizem editoras, e existem gráficas. Busque sempre as primeiras, e verifique os trabalhos anteriores da empresa para ter certeza de estar entregando sua obra a uma editora que irá garantir a qualidade que você espera e merece.
Publicar seu livro desta forma é razoavelmente fácil; mas este é o menor dos problemas. Muitos escritores iniciantes acham que após a publicação o livro irá "se vender sozinho", e que eles podem partir para escrever o próximo. Ledo engano: uma das maiores dificuldades para novos autores é a distribuição. Como fazer para que seu livro chegue às livrarias? Ele será distribuído nacionalmente? Levante estas perguntas junto à editora que irá publicar seu trabalho, e se a editora for pequena, busque verificar a veracidade das respostas.
Estes são apenas dois dos vários problemas da auto-publicação - podemos comentar outro futuramente... Mas e quanto à pergunta do Hernani: Vale a pena?
Sim, vale a pena. Meu primeiro livro foi auto-publicado, na editora Thesaurus, de Brasília. André Vianco, hoje autor consagrado pelo público, disse-me certa vez que publicou três ou quatro livros por conta própria, até conseguir emplacar o "Sete" na Novo Século.
Além da óbvia vantagem de ser visto - como alguém quer "ser descoberto" por uma grande editora sem ter nada no currículo? - ter um livro seu nas mãos dispara algo mágico: você se descobre escritor, fica motivado a publicar mais, percebe que seu sonho é possível!
E depois de publicar o livro, e conseguir que ele seja distribuído nas livrarias, sua carreira de escritor já decolou, e nada pode derrubá-la, certo?
Sinto dizer que não é bem assim - ainda resta muito trabalho a fazer, mesmo (ou especialmente...) se você conseguir ser publicado por uma grande editora! Mais sobre isso em um futuro post...
9 de outubro de 2009
Sobre o livro "Marketing para escritores", de Julis Orácio Felipe
Um post breve:
Li o livro completo em menos de vinte minutos; além de poucas páginas ele abusa do tamanho das letras, espaçamentos e etc.
Isso não seria um problema se o conteúdo fosse de grande relevância, mas muitas páginas são simples citações da Wikipedia sobre o que é o marketing e eventuais comentários do autor.
Acredito que como uma apostila introdutória ao assunto, se custasse metade do preço, valeria à pena.
Normalmente, não "desrecomendo" nada, só comento sobre o que gostei. Mas neste caso, como me senti meio "traído" porque achei que o livro não entregava o que prometeu, resolvi abrir o verbo.
* * *
Sim, eu sei que estou devendo um post que me pediram sobre o que acho da "auto-publicação", o autor custear seus próprios livros. Tenho excelentes exemplos sobre como isso pode ser bom (e ruim), creio que semana que vem conseguirei falar sobre isso!
6 de outubro de 2009
Para quem deseja publicar no exterior
Caros amigos:
Divulgo abaixo um chat com James McSill e Mardeene Mitchell, que fazem coaching de autores da língua portuguesa para os mercados americano, inglês e outros. O chat é gratuito, e uma excelente oportunidade para aqueles que têm como meta publicar algum dia no exterior!
Imperdível! Publicar no exterior: chat com Mardeene Mitchell and James McSill Mardeene Mitchell vai estar outra vez conversando com autores e agentes brasileiros, portugueses e espanhóis. Venha participar conosco. “Se você quer publicar no exterior você precisará de contatos no exterior: como podemos ajudar você a quebrar as barreiras e se publicado no mercado americano (em em qualquer outro grande mercado mundial).” Traga para o chat as suas perguntas sobre agentes, agências, editoras e sobre técnicas e estilos que poderão alavancar a venda de seu livro no exterior, se já publicado. CHAT GRATUITO! Para se inscrever, vá a pagina http://www.mcsill.net/chat.php , salve o link em seu browser , crie um “apelido” e envie-o juntamente com seu nome para james@mcsill.com pedindo que lhe reserve um lugar na sala de bate-papo. Ao confirmarmos a sua participação, enviaremos mais detalhes. Data do chat: 16 de outubro Hora do chat: 9 da manhã, hora do Brasil; 13:00, hora de Portugal; 14:00, Espanha. Abraços, James & Mardeene http://www.mcsill.com/
Imperdível! Publicar no exterior: chat com Mardeene Mitchell and James McSill Mardeene Mitchell vai estar outra vez conversando com autores e agentes brasileiros, portugueses e espanhóis. Venha participar conosco. “Se você quer publicar no exterior você precisará de contatos no exterior: como podemos ajudar você a quebrar as barreiras e se publicado no mercado americano (em em qualquer outro grande mercado mundial).” Traga para o chat as suas perguntas sobre agentes, agências, editoras e sobre técnicas e estilos que poderão alavancar a venda de seu livro no exterior, se já publicado. CHAT GRATUITO! Para se inscrever, vá a pagina http://www.mcsill.net/chat.php , salve o link em seu browser , crie um “apelido” e envie-o juntamente com seu nome para james@mcsill.com pedindo que lhe reserve um lugar na sala de bate-papo. Ao confirmarmos a sua participação, enviaremos mais detalhes. Data do chat: 16 de outubro Hora do chat: 9 da manhã, hora do Brasil; 13:00, hora de Portugal; 14:00, Espanha. Abraços, James & Mardeene http://www.mcsill.com/
5 de outubro de 2009
"Para ler como um Escritor" - ou - Sobre a profissionalização do escritor
Amigos!
Descoberto o mistério - por engano, publiquei este post em outro blog, da Casa de Autores (visitem!), grupo de escritores do qual faço parte.
Segue o post, como deveria ter sido publicado na sexta passada. Até o fim da semana tem mais!
Como já falei aqui, estou lançando um livro ("Uhuru") depois de amanhã, neste sábado. Quem já passou por isso sabe como é: uma correria louca nos últimos dias, para deixar todos os detalhes certos, convidar a todos que devam ser convidados e muito mais; tudo isso regado a muito stress no estilo "pré-dentista", aquela agonia de ficar esperando pelo inevitável, que todos conhecem bem. Em suma: eu tinha tudo para adiar as postagens no blog, mas não resisti: Eu simplesmente PRECISO falar com todos que puder do livro que estou lendo, "Para ler como um escritor - um guia para quem gosta de livros e para quem quer escrevê-los", de Francine Prose, da editora Zahar. O livro é denso, por vezes até um pouco difícil de ler, no sentido que você quer reler o que acabou de ler para ter certeza de que entendeu bem, que apreendeu tudo o que podia. Mas é um dos livros mais gratificantes que li nos últimos anos! Vejam bem: Se você quer ser artista plástico, você ingressa em uma graduação de Artes Plásticas. Idem se você quer ser músico. No entanto, se você deseja ser um escritor, não há cursos superiores para isso. Ou melhor: Não havia cursos superiores para isso no Brasil. Não "havia", porque agora temos cursos na PUC-Rio e na Unisinos, no Rio Grande do Sul. E "no Brasil" porque, em outros países, cursos como estes são tão tradicionais quanto cursos de graduação para artes plásticas e música. E Francine Prose foi mestra nestes cursos em universidades como Harvard, Columbia e Iowa por mais de duas décadas, além de ser escritora. "Para ler como um escritor" é um curso para escritores desde a primeira página; e meu coração salta excitado cada vez que leio Francine formalizando aspectos da leitura e da escrita que sempre segui, de maneira intuitiva! Se você realmente deseja ser um escritor, a regra geral sempre foi ler muito, o tempo todo, e aprender com os erros e os acertos de outros escritores, ilustres ou nem tanto. Mas de todas as leituras que você pode realizar, acredito o livro de Francine provavelmente é a mais importante de todas!
Como já falei aqui, estou lançando um livro ("Uhuru") depois de amanhã, neste sábado. Quem já passou por isso sabe como é: uma correria louca nos últimos dias, para deixar todos os detalhes certos, convidar a todos que devam ser convidados e muito mais; tudo isso regado a muito stress no estilo "pré-dentista", aquela agonia de ficar esperando pelo inevitável, que todos conhecem bem. Em suma: eu tinha tudo para adiar as postagens no blog, mas não resisti: Eu simplesmente PRECISO falar com todos que puder do livro que estou lendo, "Para ler como um escritor - um guia para quem gosta de livros e para quem quer escrevê-los", de Francine Prose, da editora Zahar. O livro é denso, por vezes até um pouco difícil de ler, no sentido que você quer reler o que acabou de ler para ter certeza de que entendeu bem, que apreendeu tudo o que podia. Mas é um dos livros mais gratificantes que li nos últimos anos! Vejam bem: Se você quer ser artista plástico, você ingressa em uma graduação de Artes Plásticas. Idem se você quer ser músico. No entanto, se você deseja ser um escritor, não há cursos superiores para isso. Ou melhor: Não havia cursos superiores para isso no Brasil. Não "havia", porque agora temos cursos na PUC-Rio e na Unisinos, no Rio Grande do Sul. E "no Brasil" porque, em outros países, cursos como estes são tão tradicionais quanto cursos de graduação para artes plásticas e música. E Francine Prose foi mestra nestes cursos em universidades como Harvard, Columbia e Iowa por mais de duas décadas, além de ser escritora. "Para ler como um escritor" é um curso para escritores desde a primeira página; e meu coração salta excitado cada vez que leio Francine formalizando aspectos da leitura e da escrita que sempre segui, de maneira intuitiva! Se você realmente deseja ser um escritor, a regra geral sempre foi ler muito, o tempo todo, e aprender com os erros e os acertos de outros escritores, ilustres ou nem tanto. Mas de todas as leituras que você pode realizar, acredito o livro de Francine provavelmente é a mais importante de todas!
4 de outubro de 2009
Falha no blog?
Estranho... Publiquei um novo post na sexta, e agora sumiu... Errei, ou erraram?
Bom, esperem esta semana novos posts!
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