10 de dezembro de 2018

A crise do mercado editorial e o escritor diletante profissional

menos que você esteja chegando agora de um longo retiro espiritual, provavelmente já sabe que as maiores redes de livrarias no Brasil passam por uma profunda crise.
E que, pelo modelo de negócios do mercado livreiro no Brasil, baseado na consignação, a crise se alastra por editoras de todos os portes.
Muitos já apresentaram visões muito claras sobre o problema, como Daniel Lameira, em seu artigo para o PublishNews.
Outros, como o próprio Daniel no artigo acima e Luiz Schwarcz, CEO da Companhia das Letras, apresentaram soluções e iniciaram campanhas para que os leitores declarem seu amor aos livros em cartas, tweets e posts, e que visitem as livrarias, dando livros como presentes no Natal.
Pouco resta a falar sobre o assunto, e muito a fazer.
Façamos!

Mas, e nesta brincadeira, como fica o escritor?

Conseguir uma editora interessada em publicar seu livro, algo que já merecia comemoração há alguns meses, agora passou a ser uma verdadeira Jornada do Herói.

Ou será que não?...
Ou, ainda mais... Conseguir uma editora importa?

Já escrevi diversos posts sobre a escolha de autopublicar ou publicar por uma editora, sobre como conseguir uma editora, como enviar seu original, e vários etc.
Então, hoje quero falar sobre o outro lado do escritor - do teclado para dentro.
“Uns escrevem para salvar a humanidade ou incitar lutas de classes, outros para se perpetuar nos manuais de literatura ou conquistar posições e honrarias.  
Os melhores são os que escrevem pelo prazer de escrever.”Lêdo Ivo, escritor e jornalista, imortal da ABL
O sábio chinês Confúcio já dizia que "Aquele que encontra um trabalho que ama, nunca mais trabalha na vida".
"Diletantismo", segundo a minha percepção pessoal, sempre foi por aí: exercer uma profissão porque se sente atraído por ela, porque aquele trabalho a(o) inspira. Até porque, afinal, de que vale trabalhar 8 ou mais horas por dia infeliz , só para ganhar dinheiro?