Estou saindo de férias, e para não deixá-los na mão seguem trechos de uma curta entrevista que dei a respeito de meu artigo que saiu na revista Conhecimento Prático - Literatura número 42.
A revista ainda está nas bancas, aproveitem!
O artigo de Alexandre Lobão foi publicado na edição 42 da Revista Conhecimento Prático - Literatura. Intitulado "Técnica X Arte na Escrita dos Romances", o textoaborda o mito que existe na América Latina de que o escritor tem um dom e só escreve quando é inspirado por uma musa. "O verdadeiro escritor se assemelha muito mais a um ourives, que precisa sim de imaginação e inspiração, mas que trabalha sempre que necessário, e cujo trabalho tem tanto de técnica quanto de arte", defende o escritor.
Para Lobão, a maioria dos escritores nacionais são artesãos. "O que
diferencia o 'artista' do 'artesão' é a sua formação acadêmica ou
sistemática", diz. Ele explica que um artista plástico, por exemplo, pode
investir anos estudando a figura humana, luz, sombra, perspectiva e outras técnicas.
"Tendo técnicas e instintos à sua disposição, o artista simplesmente tem
mais instrumentos para expressar sua arte, afirma.
Na percepção do autor, muitos escritores acreditam que aprender técnicas de
escrita pode de alguma forma travar sua arte, tirando a espontaneidade.
Mas é justamente o contrário: a técnica aperfeiçoa a capacidade do
escritor de expressar sua arte, avalia.
Lobão destaca ainda que as poucas iniciativas recentes no Rio Grande do Sul,
Rio de Janeiro e São Paulo para criação de cursos de graduação focados na
formação de escritores ainda não conseguiram se firmar, nem ganhar
reconhecimento do mercado. Esses cursos existem nos Estados Unidos e na
Inglaterra desde a década de 50.
"No Brasil, se você quer ser músico, pode frequentar curso superior de
música. Da mesma forma, se deseja ser pintor ou ator, pode cursar graduação de
artes plásticas ou de artes cênicas. Todos esses cursos ensinam técnicas para
melhor capacitar o profissional dentro daquela arte. No entanto, não há
tradição de procurar um ensino profissionalizante quando se quer ser escritor,
resume Alexandre Lobão.
Sobre o
autor
Natural do Rio de Janeiro, Alexandre Lobão ingressou oficialmente na área
literária em 1990, ao participar da primeira coletânea de contos do Sindicado
dos Escritores do Distrito Federal. De lá para cá, tem produzido romances,
livros infantis, infanto-juvenis e livros
técnicos, e participado de diversas coletâneas. Seus contos foram
premiados no concurso "Monteiro Lobato", em 2004; no concurso
"Machado de Assis" de 2006; e no concurso "FC do B", de
contos de Ficção Científica nos anos de 2007, 2009 e 2011. Além de literatura,
Alexandre produz roteiros para quadrinhos,
desenhados por artistas de diversas partes do país, bem como roteiros para cinema e
animação. O escritor faz parte do Instituto
Casa de Autores, ONG composta por autores de Brasília que objetiva
incentivar a leitura e a melhoria da qualidade da literatura.
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2 comentários:
Alexandre, no meu caso então, um principiante, acredito que mais artesão ainda. Mas vamos lá, passo a passo, feliz por ter me iniciado neste vasto e surpreendente campo.
Oi Bhering,
Todo artista começa como artesão, mesmo! Só não pode ter - como muitos - "medo" de aprender!
Forte Abraço!
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