16 de novembro de 2012

7 Coisas que aprendi - Edson Gomes

7 coisas que aprendi
Em uma iniciativa conjunta* entre os blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, T.K. Pereira e Alexandre Lobão convidam escritores para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje. 

Não interessa se você é iniciante ou veterano, se escreve poesias, contos, romances ou biografias, envie sua contribuição para esta série de artigos!

Neste post, com a palavra, Edson Gomes, escritor e jornalista carioca.
  1. Decida o que vai escrever. Qual é o assunto? É um conto, crônica, romance ou poesia? Um escritor com dúvidas é a pior coisa que existe. Sem elas já são complicados fazê-los. Veja qual é o assunto, que mais gosta e se informe sobre ele com uma pesquisa.
  2. Leia bastante. Se for para escrever ficção, procure alguns livros que possam te da uma luz neste gênero. Eu aprendi muito com os livros de Syd Field (Roteiro), Doc Comparato (Da Criação ao Roteiro), Christopher Vogler (A Jornada do Escritor) e muitos outros. Apesar dos dois primeiros serem para cinema e tevê, eles têm a base da criação de histórias. Nicholas Spark já disse em seu blog, que Syd Field foi uma das leituras que o ajudou a compor os enredos de seus livros. Se em sua cidade tiver cursos de criação literária, não hesite, mergulhe e se especialize. Conseguir entrar em uma editora é igual prova para concurso público, se não estudar, não entra.
  3. Conheça o final de sua história. Eu fui um dos alunos de Doc Comparato (autor de vários seriados da Globo nos anos 80, como Malu Mulher) na CAL no Rio de Janeiro, ele disse que eu precisava saber o final de minha história, para que eu tivesse uma meta e não me desviar. Disse também, que se eu conseguisse escrever o inicio, o meio e o fim de minha história em 6 linhas, eu poderia escrever qualquer enredo de várias páginas. Tenho usado este método e tem dado certo até hoje.
  4. Arranje um tempo e escreva direto. Tire um tempo para fazer sua obra. Comece com uma hora por dia. Depois aumente mais uma hora e escreva. Não se preocupe com vírgulas, ou verbos que não encaixaram legal. Escreva até terminar. Depois retorne e corrija tudo com calma.
  5. Faça os diálogos conforme o tipo de personagem que criou. Eu fiz muitos cursos de roteiro e uma coisa que aprendi com Tiago Santiago (autor de Amor e Revloução no SBT e muitas outras novelas): Para se escrever um bom diálogo... Abra os ouvidos e vai para a rua escutar as pessoas falando. Como elas dão entonação a cada assunto dito. Como elas falam ao telefone. Quais são as pausas e sotaques e assim por diante. Seu personagem será muito mais verdadeiro e te poupará fazer longas descrições sobre como é a personalidade do mesmo.
  6.  Escreva com emoção, com paixão. Tente fazer uma história, que emocione o seu leitor. Faça-o rir, chorar e torcer pelo seu personagem. Um dia uma pessoa, que leu um dos meus livros me disse que perdeu o ponto de ônibus, onde tinha que descer. Teve que andar três quarteirões por causa de meu livro. Fiquei muito feliz com isso.
  7. Reescreva seu texto. Faça isso, quantas vezes forem necessárias até chegar ao ponto de muito bom. Reestruture cenas, complemente diálogos e corte aquilo que não tem nada a ver com o seu enredo, sem dó e sem piedade. Não acredite que seu texto fique bom de prima. Eu escrevi este meu último romance em 8 meses e o "lapidei" em 11 meses. O que eu ganhei com isso? Em 15 dias recebi a confirmação da editora e o elogio do editor. Seja exigente consigo mesmo. Desafie a si mesmo a fazer o melhor sempre!
Sobre o autor:
Edson é carioca, jornalista e nasceu no dia 25 de março 1966 no bairro Imperial de São Cristóvão. Sua infância foi toda na zona norte da cidade.
Ele começou a escrever aos 11 anos, influenciado por dois livros: A Ilha Perdida de Maria José Dupré e A Volta ao Mundo em 80 Dias de Julio Verne. Se tornou um escritor profissional em 1995 com o conto Papo 750, uma conversa de duas mulheres no coletivo lotado. Edson publicou em várias antologias e anuários literários nos anos seguintes.
Em 1999 ele lançou o seu primeiro livro solo, na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, intitulado Yin & Yang - A Batalha do Opostos. Deu um tempo estratégico para se formar em jornalismo e retornou com outro romance chamado O Último Lampejo do Crepúsculo - Uma Viajem ao Subconsciente em 2009. Em 2012 está sendo lançando Psíquico - Muito Além da Justiça dos Homens pela Editora Dracaena, seu terceiro romance.
Ele gosta muito de música, que inclui MPB, rock nacional e internacional. Sobre os livros, ele gosta de suspense, sobrenatural, políciais e os de técnicas de escrita ficcional. Os livros que mais marcaram a trajetória dele na literatura foram O Chacal de Frederick Forsyth, O Poderoso Chefão de Mário Puzo, O Grande Gatsby de Francis Scott Fitzerald e o Reverso da Medalha de Sidney Sheldon. Este último autor, Edson leu quase todas as obras..

* Projeto inspirado pela coluna “7 Things I’ve Learned So Far”, da revista Writer’s Digest.
Veja a opinião de outros autores no  Vida de Escritor e no Escriba Encapuzado.

Ah, e não esqueçam: até o dia 20 de novembro, as inscrições no III Workshop de Escrita de Ficção, organizado pelo Vida de Escritor e pelo Escrita Criativa, tem desconto de 10%!  Aproveitem!

Gostou?  este post!

4 comentários:

Edson Gomes disse...

Obrigado por este espaço Lobão.

Espero ter contribuído de alguma maneira aos novos e futuros amigos literários.

Um grande abraço em todos.
Edson Gomes
http://edprod.wix.com/psquico

Simone Vale disse...

As dicas foram ótimas. Sou suspeita para falar, pois como estou engatinhando nessa área toda dica é bem vinda. Porém adoro ler a respeito de como escrever e achei interessante você dizer: "Eu escrevi este meu último romance em 8 meses e o "lapidei" em 11 meses."
Eu cheguei a achar que estava demorando demais, mas agora sei que sou, ou melhor, que isso é normal, além de bom.
Obrigada Edson suas dicas com certeza me ajudaram e ajudarão. Abs

Alexandre Lobão disse...

Edson, Obrigado de novo pela sua contribuição, com certeza, como você pode ver, nossas experiências sempre são úteis para outros que estão trilhando o mesmo caminho!
[]s!

Alexandre Lobão disse...

Oi Simone!

Obrigado pelo retorno. E nunca ache que está "demorando demais", um livro demora quanto precisa demorar. Meu "O Nome da Águia" foi fruto de 3 anos de pesquisa e 2 anos de escrita; quando amamos o que fazemos o tempo nunca é desperdiçado, e a qualidade do resultado é sentida pelos leitores