odo início de ano
publico um post sobre metas para o ano, falando não das minhas
metas (ok, talvez um pouco disso também...), sempre com o intuito de ajudar
aos colegas escritores. Este ano, como vocês devem ter reparado, demorei um pouco para isso. O motivo é o mesmo que me fez diminuir o ritmo das publicações aqui no Vida de Escritor: Estou passando por uma completa reavaliação de tudo em minha vida. | ||
Às vezes a realidade nos bate com tanta força que passamos por um período
de stress pós-traumático que leva meses, possivelmente anos. Tudo isso, infelizmente, é matéria prima para o escritor: afinal, só conseguimos escrever com convicção sobre aquelas coisas que conhecemos profundamente. Até por isso, em se falando de metas, a primeira dica deve ser sempre essa: Escreva sobre o que você conhece. Não sobre o que está na moda, não sobre o que você acha que vai fazer sucesso, mas sobre aquilo que você gosta e que você realmente tenha vivenciado - ainda que na imaginação. | "Considero minhas obras como cartas que escrevi à posteridade, sem
esperar resposta" Heitor Villa-Lobos, músico modernista que dispensa apresentações | |
Um outro ponto essencial para definir suas metas na carreira de escritor
é descobrir porque você escreve. Já listei, em diversos posts, frases de efeito de diversos escritores sobre este assunto. No entanto, o que quero é pedir que você realmente se questione sobre isso. Coloque-se do lado de fora de sua mente, olhe para si mesmo e se pergunte, sem medo da resposta: Por que, afinal, você escreve? Quer deixar algo seu para a posteridade? Quer colocar para fora uma história que não te deixa pensar? Quer registrar a história de alguém que é ou foi importante para você? Quer ganhar dinheiro, fama? Quer melhorar seu currículo? Disseminar uma ideia? Pode parecer simples chegar a uma resposta verdadeira, mas não é. E isso é essencial, em especial nestes tempos de crise. Explico: em 2015 o Governo, responsável por 70% das compras de livros do mercado, não comprou nada, ou quase isso. Faça as contas e perceba que grande parte das editoras se viu em uma situação ainda mais complicada que a média dos brasileiros. Ora, se em 2014 era difícil conseguir uma editora para seu livro, em 2015 esta tarefa ficou quase impossível. Apenas para vocês terem uma ideia, estou com contratos para publicação de três livros que deveriam ter sido publicados em fins de 2014, e que até hoje não saíram por conta deste problema. Obviamente há muitas editoras que não foram afetadas, em especial aquelas que não dependiam destas vendas para o Governo, então a situação pode ser ruim, mas não é desesperadora. Neste cenário, o autor precisa gastar muito mais esforço para estudar o mercado, descobrir quais editoras estão publicando autores nacionais, fazer contatos, divulgar seu trabalho quando for publicado... Ser escritor, cada vez mais, é uma profissão de tempo integral. Depois deste "chá de realidade", este banho de água fria, pergunto de novo: você escreve por quê? Se você escreve por prazer, se você escreve porque escrever é maravilhoso, se você escreve, como dizia Flaubert, porque escrever é uma vida de cão, mas é a única vida possível, então continue escrevendo. Não se abata porque recebeu um "não" de uma, duas ou dez editoras. Meu primeiro livro, "A Caixa de Pandora e outras histórias", recebeu 39 negativas antes de ser aceito para publicação pela Thesaurus, e em 2016 está recebendo uma nova edição pela Editora Franco. Meu romance "As Incríveis Memórias de Samael Duncan", uma das obras que me deu mais prazer para produzir, ficou na gaveta por cinco anos, cinco anos de busca, negociação, pesquisas de mercado, e finalmente será editado este ano. Então, se você escreve pelos motivos certos, continue escrevendo. Como Lya Luft falou em uma palestra no CCBB de Brasília, há alguns anos, "Há muito mais porcarias publicadas que gênios incompreendidos nunca descobertos". Não se iluda, mas não desista. E se não conseguir uma editora, simplesmente continue escrevendo, e continue procurando. Este ano, se tudo der certo, lançarei seis livros, entre originais e republicações - e isso só foi possível porque nos últimos anos eu não desanimei e continuei produzindo, mesmo quando nada do que eu escrevia era escolhido para publicação. Acredito firmemente que só há dois tipos de escritores: aqueles que se dedicam firmemente e atingem suas metas (quaisquer que sejam), e aqueles que desistem antes. Decida em que grupo você quer estar, e faça algo a respeito. Como forma de ajudar a quem quer atingir suas metas, seguem algumas dicas de início de ano:
E o que isso tem a ver com escrever livros? Tudo! Afinal, o escritor mais verdadeiro é aquele que consegue tocar o coração das pessoas com suas palavras. E isso é algo que só se aprende sendo um ser humano completo. |
E você, quais são suas metas para 2016? Tem alguma dica para ajudar os colegas escritores a definirem - e realizarem - suas metas?
Comente e compartilhe!
Gostou? Tweet este post!
Nenhum comentário:
Postar um comentário