9 de fevereiro de 2009

Técnicas para organizar sua escrita

Já conversei com diversos autores sobre como eles escrevem seus romances. Vou mencionar alguns aqui "de memória", pedindo desde já aos autores desculpas por alguma eventual incorreção . Jean Angelles, por exemplo, autor da série Jack Farrel entre outros livros, disse-me certa vez que passa um longo tempo pesquisando, organizando as idéias mentalmente e em anotações, e que, tendo a trama mais ou menos ordenada na cabeça, começa a escrever os capítulos, sequencialmente (sem trema...). O famoso André Vianco segue uma linha parecida, sabendo onde a história vai chegar, mas deixando o rumo dela variar conforme o ritmo da história pede. Por conta disso, inclusive, é que "O Vampiro Rei" acabou saindo em dois volumes, pois a história acabou se estendendo tanto que não coube em um só livro... Já o processo de Lya Luft, segundo ouvi em uma de suas palestras, é a "vagabundagem literária" (palavras dela...): "A cabeça está sempre trabalhando, até que o personagem se destaca, seus problemas aparecem, as relações com sua família e a origem destes problemas...", "e em algum momento, eu percebo que a história está madura para ser escrita.". A autora não anota nada, segundo ela, "se a idéia for boa, ela voltará depois". Eu, particularmente, quando escrevendo romances gosto da abordagem que chamo de "top-down": defino a idéia e, após um período de pesquisa e amadurecimento, escrevo um parágrafo, dois, uma página no máximo com as idéias de cada capítulo. No caso d' "O Nome da da Águia", por exemplo, os 84 capítulos "couberam" em cerca de 15 páginas. Depois, com estes resumos escritos, é hora de revisar e reorganizar a ordem dos capítulos, verificando se tudo está no lugar ou pode ser melhorado. Por fim, é possível escrever cada capítulo já sabendo onde ele se encaixa na trama, incluindo referências cruzadas para trechos que virão (em outras postagens falaremos mais sobre estas tais "referências cruzadas...) e que já passaram com mais facilidade. Curiosamente, neste livro, eu detalhei primeiramente os capítulos da "trama histórica" (com tempo passado), e depois os das duas tramas que acontecem no presente; o que foi uma experiência curiosa para meu lado escritor. Mas creio que estou me adiantando, ao falar da técnica, porque na verdade tudo começa pela escolha de uma (boa) idéia... Como saber se uma idéia é boa? Semana que vem a gente fala disso! :)

5 comentários:

Flávio Antunes Soares disse...

Gostei muito desse blog. Sua iniciativa de passar dicas de escrita é ótima.

Fanuel Ferreira disse...

alexandre... cara estou adorando seu blog! ótimo mesmo ^^

tudo bom com vc? adoraria manter contato, se puder ler meus textos vou adorar...

abraços

Carlos Felipe disse...

Eu particularmente prefiro rascunhar a trama, que nada mais é do que a idéia inicial da história e neste processo defino em linhas gerais o começo o meio e o fim de tudo.
Na hora de escrever o que preciso fazer é unir os pontos. As vezes surgem mais desenrolares e estes pontos se alteram.
No caso de contos a trama, por não ser muito abrangente, se resume a basicamente um ponto que é expandido na narrativa.
Pelo menos é assim que raciocino.
Confira meu romance "Tupiniquins" no meu blog.
Acho legal essa troca de experiências de escrita.
Abs,

Alexandre Lobão disse...

Obrigado pelo feedback, Carlos Felipe!
Devo voltar a este assunto no meu próximo post!
[]s!

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom