minha não é uma cabeça de muitas certezas. As perdi quando, em passos vacilantes, pela primeira vez larguei a mão de minha mãe e saí tropeçando pelo mundo. Em busca de descobrir-me, pedi ao mundo todo o seu tempo. Ele me algemou a um relógio de pulso. E assim perambulei, perdido de e preso em mim, procurando-me em outros. | |
Minha cabeça não é de muitas certezas. Mas algumas as tenho, como não ter? Quebrei o relógio e hoje tenho quantas horas desejo, em um segredo escondido do mundo. De tanto me procurar em outros, me achei em um espelho. | "A minha não é uma cabeça de muitas certezas..." |
E assim, liberto e descoberto, saí pelo mundo, pernas firmes pela primeira vez. Ou assim me iludi. Pois se o mundo me ensinou prosa, e a aperfeiçoei no suor e nos livros, ele me negou a poesia, esta arte misteriosa. E naquele restaurante, quando meu olhar pousou pela primeira vez sobre os olhos verde-azulados da poesia, com tremores nas pernas eu soube. Soube que a minha não é, nem poderia ser, uma cabeça de muitas certezas. As poucas que tenho, as resgatei da dor e do silêncio. Mas se alguma certeza tenho, tão inabalável quanto única, é esta. A certeza de que meu desejo repousa em apenas um sorriso, e que, se velho ficar, só serei pleno com este sorriso em meus beijos. Este sorriso de olhos esverdeados e ferrugem no nariz, de pinceladas destras e opinião forte. Minha cabeça é vazia de certezas. Mas há uma que me sustenta e me orienta. Sem poesia, pois como eu disse o mundo ma negou. A certeza que tenho é que TE AMO, e quero ficar com você até ficarmos velhinhos, e nada mais nos restar a não ser esta certeza. |
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Um comentário:
Parabéns!
Tenho certeza que ela adorou...
Vc está certo...
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