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Neste post, com a palavra, uma pessoa muito especial: eu mesmo. ;)
Sim, eu sei que já participei da série, mas após um período de isolamento precisei repensar o que e importante para mim como escritor, e achei que valia a pena dividir estes pensamentos com vocês.
- Tenha um ego pequeno.Ninguém, incluindo editores e leitores, gosta de quem se acha um iluminado, um gênio incompreendido. Você precisa ser humilde para entender que sua estratégia para atingir os leitores (e editores) pode estar errada, e buscar formas de melhorá-la.
- Tenha um grande ego.
Seu ego precisa ser grande o suficiente para você aguentar as desilusões e dificuldades da carreira de escritor sem desistir. Continue sempre em frente, que um dia você chega lá! - Aceite críticas.
Aceite: seu trabalho SEMPRE pode ser melhorado. Estude sempre, e escute atentamente as críticas e avalie sempre alternativas para aplicar as ideias apresentadas em seu trabalho, nem que seja para chegar à (bem embasada, não por orgulho...) conclusão de que a crítica não procede. - Não aceite críticas.
Saiba discernir críticas que são construtivas das críticas que querem descaracterizar seu trabalho. Melhorar sempre, sim, mas sem abrir mão do que você julga essencial, de sua personalidade! Não há uma "fórmula mágica" para isso, mas de maneira geral no início de carreira quase todas as críticas são construtivas. - Esqueça o passado.
O que diferencia um artista ou um ourives de um artesão é que os dois primeiros são profissionais que estudam sua arte, e portanto geram trabalhos de maior delicadeza e valor. Não se apegue a coisas que você acha que são "a sua arte" ou "a sua liberdade de expressão". Aprenda com tudo e com todos que puder, aí sim você terá mais liberdade para escolher a melhor forma de se expressar. - Não esqueça o passado.
Se você gosta de escrever de um jeito específico, não deixe ninguém dizer que este é "o jeito errado". Não existe isso! Conheça novas formas de escrever, novas maneiras de instigar o leitor e organizar seu processo de escrita, mas sempre retorne às origens e busque o que há de único em você - afinal, o que destaca um escritor não é aquilo que ele faz ligeiramente melhor a todos os outros, mas sim aquilo que somente ele faz. - Se nada mais der certo, escreva.
A única forma de melhorar sua escrita é escrevendo. Se o livro chegou a um ponto que não dá mais para avançar, escreva assim mesmo. Se você não está inspirado, escreva assim mesmo. Se você não tem tempo, escreva assim mesmo. Escreva nem que seja por 15 minutos, todos os dias. Desenvolva em sua rotina a necessidade de ter um tempinho para escrever. Você vai perceber que as histórias por vezes se escrevem sozinhas, mesmo quando você acha que não há como avançar, que não está inspirado ou não tem tempo. Este é o único conselho que realmente importa, todos os seis anteriores são apenas preâmbulos. Escreva, mesmo sabendo que vai jogar fora depois pois não ficou bom; escreva mesmo sabendo que pode não achar nenhuma editora para seu trabalho, escreva mesmo sem ideias, escreva mesmo deprimido ou desanimado. Aos poucos, você perceberá que não precisa de 7 conselhos, apenas um.
Alexandre Lobão, nascido no Rio de Janeiro, é um dos escritores da Casa de Autores (www.CasaDeAutores.org), instituto criado para estimular a leitura no Brasil. Com uma produção eclética, publicou livros para diferentes faixas etárias, além de ter trabalhos publicados e premiados nas áreas de jogos de computador, quadrinhos e cinema. Seus trabalhos podem ser conferidos em http://www.alexandrelobao.com, em seu blog com dicas para escritores, em http://dicasdoalexandrelobao.blogspot.com, ou ainda via Facebook (http://www.Facebook.com/AlexandreLobao.Oficial) ou Twitter (@AlexandreLobao).
* Projeto inspirado pela coluna “7 Things I’ve Learned So Far”, da revista Writer’s Digest.
Veja a opinião de outros autores no Vida de Escritor e no Escriba Encapuzado.
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