- Dentre os que me seguirem no twitter e RT ("retwitarem") a mensagem abaixo, vou sortear um exemplar de "O Nome da Águia" (http://www.onomedaaguia.com)./
- Dentre os que assistirem ao trailer de 60 segundos do livro "O Nome da Águia" em http://www.onomedaaguia.com/, e comentarem este post com a resposta à pergunta; "Como são chamados os inimigos dos Khedoshim?", será sorteado um de meus livros e uma camiseta, à escolha do vencedor. Livros: "XNA 3.0 game programming", "O Nome da Águia" ou "A Caixa de Pandora"; Camisetas: branca, com capa alternativa de "O Nome da Águia", branca com capa de "A Caixa de Pandora" ou verde com a capa de "O Nome da Águia". Obviamente, não aprovarei os comentários com as respostas para não "entregar o jogo"!
Voltando agora, finalmente, às dicas para escritores, vou postar aqui o excelente comentário do colega escritor Gleison / Kractus, em resposta ao meu post sobre diálogos, inserindo comentários meus em itálico. Obrigado, Kractus! Nunca é demais destacar que a resposta para todas as perguntas colocadas abaixo é simples: Você decide! Não existe exatamente “certo” e “errado” em relação a como escrever diálogos, mas de qualquer forma vamos tecer algumas considerações...
Alexandre, existem também diferentes formatações ou sintaxes?
R: Sim, com certeza. Selecione 10 livros quaisquer em uma biblioteca, e provavelmente você verá pelo menos 5 formas diferentes de representar um diálogo.
Quando cada um deles se aplica? Qual escolher afinal? Você acha que, neste caso, o público alvo determinaria?
R: A escolha por qual estilo utilizar vai muito do autor e o impacto que ele deseja dar no livro. Em "A Caixa de Pandora" e "O Nome da Águia", por exemplo, escrevi muitos diálogos com travessões iniciando o parágrafo; já em "Samael Duncan", o livro que estou trabalhando agora, não há diálogos, no máximo menções a frases que foram ditas, sempre entre aspas. Acredito, sim, que pensar no público alvo pode ajudar o escritor a escolher o formato dos diálogos (e não apenas os conteúdos...); por exemplo, em um livro para crianças normalmente eu usaria mais simples, talvez similar ao exemplo do "Pequeno Príncipe" abaixo; para adultos você já pode ser mais ousado. Lembro que destacar os diálogos com travessão e parágrafos separados dá mais dinamismo, sempre, pois facilita a leitura, mas nem mesmo isso é obrigatório... Por exemplo, veja um diálogo de Saramago em "Intermitências da morte": "Não entendo nada, falar consigo é o mesmo que ter caído num labirinto sem portas, Ora aí está uma excelente definição da vida, Você não é a vida, Sou muito menos complicada que ela" É estranho, mas é exatamente isso... Caramba, tantas perguntas! R: Concordo! :)
O formato dos diálogos no livro Pequeno Principe está ultrapassado ou ele foi apenas modernizado? (...) E foi então que apareceu a raposa: - Boa dia, disse a raposa. - Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada. - Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira... - Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita... - Sou uma raposa, disse a raposa.(...)
R: Eu particularmente não gosto deste "disse um", "disse o outro" o tempo todo. O ideal é usar algo deste tipo apenas quando houver risco de o leitor não saber quem está falando. Não sei se este formato está "ultrapassado" (de repente, aparece alguém fazendo algo genial usando este formato!), mas digamos apenas que faz algum tempo que não leio algo exatamente assim.
Já neste blog, vejo o diálogo também em parágrafos mas sem aquele ",disse fulano" ou ",responde ciclano".Neste exemplo que achei na net, o bate-bola é mais dinâmico, conforme você mesmo explicou. Nele, fica bem claro quem é quem no texto. (blog contosdaclaraepedro)(...) -Marilene, você comprou tudo o que te pedi? -Comprei, dona Clara. Tá tudo na geladeira. O que eu não sabia o que era pedi ao moço do supermercado ler no papel e pegar pra mim. -Ai,ai, ai... o que foi que você não entendeu? -Foi um troço meio marrom, meio estranho lá. "sita","chique"... -Shiitake! -É esse troço aí. Até já lavei e coloquei numa vasilha na geladeira. -NÃO!!! Você lavou o Shiitake!! O Pedro vai me matar! -Dona Clara! O negócio estava todo sujo! Não me diga que se come isso cheio de terra... -Marilene, esquece! Eu compro outro. Esquece! (...)
R: Acredito que este é o formato mais dinâmico possível para um diálogo. Compare a velocidade de leitura deste trecho com o anterior. O autor poderia escrever algo do tipo: -NÃO!!! Você lavou o Shiitake!! O Pedro vai me matar! - disse Clara, esbaforida. Mas seria excesso, não agregaria nenhuma informação que o leitor já não tenha depreendido do texto e pontuação. E todo excesso, por definição, deve ser cortado em textos literários! Confie no leitor, se você colocou o coração ali, o leitor o ouvirá bater.
E tem tambem este estilo, largamente usado nos livros do Harry Potter e que é bem parecido com o do Pequeno Principe mas neste, vemos as falas entre aspas. Seria este uma evolução?(...) - "Acabou?", perguntou Harry irritado. "Ou você gostaria de esperar para ver se ele dá alguns saltos mortais?". - "Parece tudo certo", disse Hermione, ainda observando o livro com suspeitas. - "Quero dizer, ele realmente parece .... somente um livro-texto". - "Bom. Então eu quero ele de volta", disse Harry, tirando-o da mesa, mas ele caiu da sua mão e ficou aberto no chão. Ninguém mais estava olhando. Harry se curvou para pegar o livro de volta, mas quando o fez, viu algo escrito perto da parte de baixo da capa de trás do livro, na mesma pequena, apertada letra que as instruções que o fizeram ganhar a garrafa de Felix Felicis, agora seguramente guardada dentro deum par de meias em sua mala no quarto. (...)
R: Eu diria que a evolução neste caso seria só evitar de repetir simplesmente "Disse Harry", "Disse Hermione", etc, e tentar colocar algo mais junto ao diálogo, como as emoções e ações dos personagens. E quando não há o que colocar (a terceira fala, por exemplo), não se coloca nada.
Os três exemplos estão corretos sob proteção da licença poética ou gramatialmente, também está tudo certo?Quem sabe eu pirei, e no exemplo de Harry Potter, há apenas ações dos personagens sendo expostas durante as falas e no fim, todos os exemplos são iguais
R: A meu ver todos exemplos estão corretos, pela 'licença poética'. Fica, realmente, à escolha do escritor, embora algumas gramáticas (lembro que a do Segalla de meus tempos de estudante falava algo a respeito) devam ter regras para diálogos em redações escolares. Em livros, a licença poética é bem maior, e ninguém vai estranhar nenhum dos formatos a seguir: - "Parece tudo certo", disse Hermione. "Parece tudo certo", disse Hermione. - Parece tudo certo - disse Hermione. Parece tudo certo, disse Hermione. ou outras variações possíveis.
Podemos aplicar diferentes estilos de diálogo em um mesmo livro, buscando a melhor adaptação, para o que ocorre na trama naquele momento expecífico ou em um determinado núcleo e personagens?
R: Eu diria que o ideal, a princípio, é colocar os diálogos sempre no mesmo formato, para não complicar a cabeça do leitor. Caso as tramas "peçam" que os diálogos sejam apresentados de forma diferente (por exemplo, uma trama no presente e outra no passado, ou coisa assim), sugiro que as variações não sejam muito grandes. Misturar os estilos de Saramago e Saint-Exupéry não deve dar muito certo... :) De qualquer forma, a regra anterior ainda vale: todos os diálogos na mesma trama, ou no mesmo núcleo de personagens, devem seguir o mesmo padrão, sob a pena de criar uma trama confusa.
Dia 18 voltamos, com o resultado dos sorteios e dicas sobre criação de personagens!
2 comentários:
Muito bom este post sobre diálogos. Tem gente que faz uma mistura tão grande que acaba fazendo o texto perder o interesse.
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