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9 de agosto de 2010

Liberdade artística x mercado - a velha discussão...


olta e meia, sou abordado por escritores iniciantes em palestras ou por e-mail, perguntando-me sobre os limites da assim chamada "liberdade literária".
Colocando de outra forma: quanto de liberdade posso usar quando produzindo um texto, e quanto eu preciso me ater a regras? Diálogo precisa começar com travessão? Posso escrever com erros de português, se estiver representando um personagem que fala ou escreve errado? Posso escrever um livro da mesma forma que escrevo em um blog?
A pergunta, obviamente, é capciosa, e a resposta ainda mais.
No meu entendimento, teoricamente você pode fazer o que quiser quando está escrevendo.
"Tudo posso, mas nem tudo me convém" Paulo de Tarso, escritor e apóstolo
Eu digo teoricamente, assim, em itálico, porque há pelo menos dois grupos importantes a considerar:
  • Seus leitores. Se você quer agradá-los, precisa escrever algo que seja adequado ao seu público alvo. Quem compra um livro não espera (por enquanto) encontrar um diálogo do tipo "Vc naum gosta dela? kkkkkk!".

9 de julho de 2010

Microtertúlias

ntes das férias, aproveito para publicar o texto do Fred Loal, escritor e amigo, que achei que tem tudo a ver com o que costumo falar aqui no blog.
Certos escritores escrevem e deixam as costuras à mostra, então podemos enxergar as tessituras da narrativa. Outros, muitos outros, não deixam nada à mostra, assim fica difícil visualizar todas as pregas, colas e encaixes da história que se conta. Exemplos do primeiro caso: sucessos de público, como Jorge Amado, John Grisham. Do segundo caso, James Joyce, Marcel Proust. Em meados do século passado, quem escrevia assim, algo nebuloso, mental, divagoso, era muito considerado. O Nobel William Faulkner escrevia de maneira genial sem deixar translúcida para o leitor as engrenagens da narrativa. Histórias de suspense ou de terror, por seu turno, tais como as de Edgar Allan Poe, em geral deixam tais tessituras ao alcance do tato do leitor. Me parece evidente que escritores de histórias policiais e de suspense não devem apostar em narrativas muito elusivas e elípticas, por assim dizer. Não se está falando que um modelo seja melhor do que outro. Mas é que, para escritores aprendizes, creio que o primeiro grupo faz muito bem; enquanto o segundo... Bem, pode ser fatal como modelo a ser seguido. É muito fácil errar na mão e se perder em viscosa massa de idéias metidas em infinitos discursos indiretos livres num mar de introspecção... Alguém diria: a criação é magia, sô. Ao que eu responderia: mas contar histórias, não; é trabalho, e dos que deixam a gente bastante aperreado! Aliás, gostaria de saber como os poetas montam seus caldos conotativos. Fred

20 de junho de 2010

Criando personagens melhores - e o resultado da promoção!

Amigos Escritores! Vejam, no fim deste post, o resultado do sorteio dos livros e da camiseta (da promoção que rolou em meu blog e twitter). Mas antes vamos ao que interessa – dicas para escritores!

Hoje vou dar mais algumas pinceladas na questão dos personagens, respondendo com mais profundidade algumas questões que me enviaram via twitter, como: “Será que criar uma ficha para cada personagem com todos os seus detalhes me ajudaria a molhar e perfumar meus textos?”, “Existem métodos básicos p/ anotações sobre perfil, histórico e links entre os personagens?” e outras do gênero.
Uma coisa que todo escritor deve ter consciência é que, seja na literatura, no cinema ou nos quadrinhos, personagens superficiais não despertam a empatia do leitor. E quando o leitor não se identifica com o personagem, dificilmente ele se importará com seu destino, fadando o livro, filme ou quadrinho ao insucesso.
Bons personagens têm vida própria. Um testemunho disso é que é todo escritor já passou pela surpresa de, ao escrever uma história mais longa, vê-la fugir do planejado porque os personagens “não agiram conforme o esperado”; ou porque um personagem falou algo que o escritor não esperava, e o autor “não podia mudar a fala, pois isso é exatamente o que ele deveria falar nesta situação”.
Bons personagens deixam o leitor perceber, nas entrelinhas, sua personalidade, pequenas manias, gostos e passatempos. Além disso, estes personagens fogem dos estereótipos e agem como pessoas reais ou, em outras palavras, não são homogêneos, evoluem dentro da trama e, em situações diferentes daquelas de sua rotina, mostram que são mais profundos e são capazes de tomar decisões que vão além do seu perfil básico.
Ao planejar uma história, sempre gaste um tempo na elaboração de seus personagens, escrevendo fichas ou mapas mentais (Dica: use o software gratuito, e bastante completo, FreeMind: http://freemind.sourceforge.net/). Alguns pontos a serem pensados para cada personagem incluem:
  • Características físicas: Como o personagem é, fisicamente falando?
  • Crenças: no que o personagem acredita, como ele lida com pessoas de outras religiões, se suas convicções são profundas, etc.
  • Perfil psicológico: Como é o personagem? O que gosta de fazer nas horas vagas? Tem algum hobby? Possui animais de estimação?
  • Origem: Onde nasceu o personagem? Em que meio social? Qual sua idade? Sua família é grande ou pequena? Onde mora?
  • Formação: Que escolas cursou ou cursa? Que empregos teve e tem? Ele gosta do que faz, ou faz por algum outro motivo?
  • Relacionamentos: O personagem tem amigos, colegas, namorada ou namorado, cônjuge? Como ele se relaciona com outras pessoas?
  • Metas pessoais: O que move o personagem? Onde ele quer chegar?
  • Obstáculos: O que o impede de chegar às suas metas? Inimigos, doenças, dúvidas, etc... Como um exemplo, segue o mapa mental de um dos personagens secundários de “O Nome da Águia” (http://www.onomedaaguia.com/), David O’Connor.
Ok, não dá para ler muito bem, mas acho que vocês pegaram a idéia, não? :)

Agora vamos ao resultado do concurso. Obrigado a todos que participaram - e fiquem antenados para futuros sorteios!
  • Ganhador da Camiseta e do livro: Jean Martins, http://twitter.com/JeanMartins. Jean, por favor me envie seu endereço e diga qual livro e qual camiseta você vai querer!
  • Ganhador do livro “O Nome da Águia” no twitter: Neste momento, o twitter não está retornando todos os RTs (alguma falha interna), assim que o problema estiver resolvido eu divulgo!

26 de março de 2010

Abertas as inscrições para o edital RUMOS LITERATURA 2010-2011 do Itaú Cultural

O programa Rumos Literatura 2010-2011, conta com o apoio da Anpoll - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e em Lingüística (http://www.anpoll.org.br/site/). Inscrições gratuitas: de 3 de março a 31 de julho de 2010. Público alvo: todas as pessoas interessadas nos temas propostos, independente do nível escolar e atividade profissional. Em sua quarta edição, o programa Rumos Literatura é dirigido aos interessados em desenvolver textos reflexivos sobre literatura e crítica literária brasileira contemporânea. A novidade desta edição é a possibilidade de estrangeiros se inscreverem. O programa busca colaborar no desenvolvimento de potencialidades ao estimular a formação do interessado em literatura na ampliação de sua rede de relacionamentos intelectuais e profissionais e, posteriormente, lançar e divulgar uma publicação com sua produção autoral. O programa está dividido em duas categorias: 1. Produção Literária, para projetos de ensaio que tratem de um tema relativo à produção literária brasileira a partir do início dos anos 1980. 2. Crítica Literária, para projetos de ensaio sobre a produção crítica na literatura brasileira realizada a partir do início dos anos 1980. Importante: o interessado não precisa escrever o ensaio final, apenas o projeto que será desenvolvido em 2011, conforme consta no edital. Leia o edital completo, regulamento, prêmios e saiba com se inscrever na página http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2708.. Dentre os prêmios, os selecionados receberão apoio financeiro mensal e remuneração referente ao licenciamento dos direitos autorais do trabalho concluído e aprovado. E-mail tira dúvida: rumosliteratura@itaucultural.org.br Acompanhe as notícias e comentários sobre o programa Rumos no blog http://rumositaucultural.wordpress.com/. Contamos com a sua inscrição e boa sorte!

22 de fevereiro de 2010

Oficinas Literárias, Oficinas de Escrita Criativa, Oficinas de Criação de Texto, Oficinas...

O Brasil viu, nos últimos anos, o crescimento da oferta e do número de pessoas interessadas em participar de oficinas de escrita criativa.Para entender um pouco deste movimento, precisamos estudar as suas origens, no movimento similar que ocorreu nos Estados Unidos e que ganhou força na segunda metade do século passado. Estas oficinas, nos Estados Unidos, desembocaram na criação de diversos cursos universitários com aulas práticas de literatura, e se tomaram tal vulto que Mark McGurl, em “The Program Era”, chega a dizer que é impossível comprender a literatura norte-americana do pós-guerra sem conhecer os programas universitários de escrita criativa.Diversos autores nacionais foram beber desta fonte, como Affonso Romano de SantAnna, Raimundo Carrero e Charles Kiefer, que estudaram na universidade de Iowa e se tornaram destacados escritores e renomados divulgadores da arte da escrita. Raimundo Carrero conduz oficinas de escrita criativa de altíssima qualidade em Pernambuco, e reuniu as experiências de 15 anos de oficinas no livro “Os segredos da Ficção”, publicado em 2005 pela editora Agir. Charles Keifer apresenta oficinas semelhantes há vinte anos no Rio Grande do Sul, e além de uma vasta bibliografia traduziu para o português alguns livros sobre técnias de escrita, como “Como aprendi a escrever” de Máximo Gorki e “Assim se escreve um conto”, de Mempo Giardinelli, e outros. Affonso Romano de SantAnna, já nos anos 70, uniu-se a Silviano Santiago e realizou as primeiras oficinas dentro de universidades brasileiras (no caso, a PUC-RJ), lançando livros como “Por um novo conceito de literatura brasileira" e “O que aprendemos até agora”, relatando suas experiências nos cursos de letras. Depois destes pioneiros, muitos outros escritores abriram caminho e estabeleceram oficinas que já se tornaram referência de qualidade, em diversos estados. É o caso, por exemplo, de Marcelino Freire, que apresenta oficinas (sempre lotadas) na Casa das Rosas e no espaço Barco, em São Paulo; das quase cem oficinas realizadas para a Fábrica de Textos pela escritora Sônia Belloto (autora de “Você já pensou em escrever um livro”, com múltiplas edições); do “Laboratório do Escritor”, que acontece na Realejo Livros, em Santos; das oficinas oferecidas pela Casa do Saber; das oficinas de produção de texto de Luiz Antonio de Assis Brasil e Luís Augusto Fischer no Rio Grande do Sul; das oficinas de Oswaldo Pullen em Brasília (uma delas começando agora em março - inscrições abertas), e muitas outras. Os exemplos das oficinas são muitos – com certeza esqueci de mencionar diversas delas. No entanto, o objetivo destas oficinas é um só: mostrar que escrever não é (apenas) um dom e mais, mostrar que existem técnicas que ajudam a vencer o medo de escrever, organizar seu texto e produzir trabalhos de melhor qualidade. Além disso, a troca de experiências nestas oficinas ajuda a estimular tanto a imaginação quanto o lado crítico dos participantes, dando a eles instrumentos para melhor entender os trabalhos de outros escritores e, com isso, também aprimorarem os seus. Recomendo fortemente a todos os leitores realmente interessados em escrever um romance que participem de oficinas literárias, mais de uma, se possível. A cada oficina aprendemos mais um pouco, e aprendemos que o que faz um bom escritor é tudo que ele aprendeu, e mais, como ele sabe transpor isso para sua obra.

9 de fevereiro de 2010

Clareza e Concisão, dois dos melhores aliados de um escritor

Todo texto literário precisa ser conciso e claro, em especial aquele que pretende estar entre os poucos escolhidos por uma editora para publicação. Os conceitos de clareza e concisão, e a discussão sobre como, quando e porque utilizá-los, dariam para encher um livro, pelo que vamos apresentar aqui apenas uma visão geral sobre estes assuntos. Grosso modo, podemos dizer que clareza é a capacidade de um texto de ser facilmente entendido pelo leitor. Vamos a um contra-exemplo bastante conhecido, dois versos de nosso hino nacional:
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas, de um povo heróico o brado retumbante".
O trecho não chega a ser confuso, mas o uso excessivo da ordem indireta torna a frase bem menos clara para o leitor comum. Colocando na ordem direta, o sentido da frase fica bem claro:
"As margens plácidas do (rio) Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico".
Outro problema comum que gera falta de clareza é o uso excessivo de palavras pouco comuns. Um contra-exemplo excepcional é o divertido texto "Conforme o combinado", conto escrito com o objetivo de ser pouco claro, pelo colega André Luiz de Viana Barcellos: "Urge a necessidade que grassa pelo globo de uma posição ideológica neutra. Todavia, mediante as circunstâncias crônicas em que vive o mundo, torna-se inconcebível tal candura cotidiana. É deveras auferível a assaz impregnação do odor fétido-feérico que colide com tais coisas. É o odor metafórico que exalam os pecadores militantes e juramentados. Estes mambembes recalcitrantes aludem a tal situação... " etc. As palavras da abertura do conto, vistas uma a uma, não tornariam um texto incompreensível, mas quando unidas tornam o trecho difícil de ser apreendido com uma leitura rápida.
Já a concisão refere-se à capacidade do texto de dizer o que apenas precisa ser dito, apenas o que agrega valor à narrativa, e apenas isso. Um bom texto deve ser conciso em diversos níveis, começando por evitar palavras e explicações desnecessárias, e chegando às tramas, onde ações que não contribuem para a evolução da história ou para uma melhor compreensão dos personagens devem ser evitadas. Passemos a um exemplo simples, começando pela versão concisa: "Com o coração pesado, Percival viu o sol se pôr." Agora, uma versão prolixa incluiria adjetivos, apostos e digressões: "Com o coração pesado como uma pedra, sentado em uma cadeira cuja palha gasta por muitos sóis já começava a ceder, Percival, com os ombros doridos pelo esforço descomunal que fizera na construção da barraca viu o sol se por no horizonte, em matizes de dourado e rosa." Apesar de ser um consenso entre escritores que os textos devem sempre buscar a clareza e a concisão, como em tudo na literatura não existe uma regra de ouro que indique qual é o equilíbrio ideal para estas características – afinal, a poesia de um texto pode estar justamente em ferir algumas regras. Cabe a cada autor experimentar, exercitar e descobrir o seu próprio “ponto ideal”.

4 de fevereiro de 2010

Oficina de Escritores em Brasília

Amigos! Segue a chamada para a Oficina de Escritores em Brasília, coordenada pelo premiado escritor Oswaldo Pullen. Da minha parte, posso dizer que conheço o Oswaldo e sei que é extremamente competente no que faz, e sempre dedicado a se melhorar. Talvez eu atue como monitor nesta oficina; estou ainda buscando abrir um espaço na agenda! Em breve, um novo post.
“Eu quero escrever um livro. Só não sei como começar...” “Parece que a folha em branco cresce, e eu fico completamente paralisada!” “Comecei a escrever meu livro, mas logo no início senti que seria uma tarefa impossível, pois não sabia como estruturá-lo ou como dar vida a meus personagens.” “As ideias surgem, mas na hora de colocá-las no papel, se embrulham, se escondem e não sei como agarrá-las” O aficionado pela escrita, nos primeiros passos de seu caminho, sente-se assim mesmo. O sentimento de admiração pelos autores de sucesso se mescla com a angústia de não saber nem por onde começar. No entanto, as técnicas para a criação literária existem, e estão disponíveis, como em outra arte qualquer. A escrita de ficção se baseia em dois eixos, em volta dos quais a estória acontece: a trama e os personagens. Na Oficina, o que fazemos é ir a fundo no exame e na prática destes dois elementos que compõem a narrativa. Sem personagens, não existe a estória. Mas sem a trama, não há nem o eixo, nem o gancho que prenderá o leitor ao seu conto ou romance. Produzir ideias, desenvolver e analisar enredos, personagens, pontos de vista, emoção, conflito. Participar do processo de crítica dos textos gerados , ter seus textos analisados, em grupo e individualmente, É esta a atividade da Oficina para Escritores de Oswaldo Pullen. Quem é o Tutor Oswaldo Pullen é escritor, tendo já publicado “Alípio Doidão”, “22 poemas” e organizado a antologia “No tempo em que cobra tinha asas”. Ministra suas oficinas desde 2006, e participou de diversos workshops sobre criação literária, como o Write in Rio, em novembro de 2009, ministrado por James McSill, coach internacional para autores de língua portuguesa. Em 2009 ganhou os prêmios do XL Concurso Nacional de Contos Abdala Mameri (Araguari – 1º lugar), V Prêmio Maximiano Campos de Literatura (Fliporto – 2º lugar), VII Concurso Francisco Beltrão de Literatura (Paraná, 3º lugar), VII Concurso de Contos Luis Jardim (Recife, 1º Lugar – dividido com os outros dois premiados) e XIX Concurso Nacional de Contos José Cândido de Carvalho (Campos, RJ, 5º lugar). A oficina A Oficina de Escritores tem início previsto para 03 de março de 2010 com uma duração prevista de 12 sessões semanais. O investimento é de três cheques de R$160,00 a serem entregues no ato da inscrição e com vencimentos em 03 de março, de abril e maio. Mais informações Fones (61)3344-2596 e (61)8138-7998 com Oswaldo Pullen