olta e meia, sou abordado por escritores iniciantes em palestras ou por e-mail, perguntando-me sobre os limites da assim chamada "liberdade literária". Colocando de outra forma: quanto de liberdade posso usar quando produzindo um texto, e quanto eu preciso me ater a regras? Diálogo precisa começar com travessão? Posso escrever com erros de português, se estiver representando um personagem que fala ou escreve errado? Posso escrever um livro da mesma forma que escrevo em um blog? | |
A pergunta, obviamente, é capciosa, e a resposta ainda mais. No meu entendimento, teoricamente você pode fazer o que quiser quando está escrevendo. | "Tudo posso, mas nem tudo me convém" Paulo de Tarso, escritor e apóstolo |
Eu digo teoricamente, assim, em itálico, porque há pelo menos dois grupos importantes a considerar:
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9 de agosto de 2010
Liberdade artística x mercado - a velha discussão...
11 de junho de 2010
WRITE IN BRASÍLIA - Aproveite esta oportunidade!
Apenas um lembrete: O concurso para sorteio da camiseta e do livro continua! Leia o post anterior para detalhes!
O WRITE IN BRASÍLIA será um "retiro de imersão literária" com James McSill em Brasília para reduzido grupo de autores - apenas 16 vagas!. Saiba mais em http://www.writeinbrasilia.com/ ou pelos e-mails: oswaldopullen@gmail.com ou james@mcsill.com. RESERVE JÁ SUA VAGA PELO SITE! O que é: Retiro de imersão literária para escritores de ficção, conduzido por James McSill, especialista em modelagem de textos e 'coach' internacional para autores de língua portuguesa. Com o Write in Brasília, vamos ter James MacSill disponível novamente para os autores brasileiros, durante os dias de 25 a 29 de outubro, quando será possível obter as técnicas usadas pelos autores americanos e europeus de sucesso, mas ainda desconhecidas no Brasil. O programa será composto de: Cinco dias de sessões instrucionais em que não só o autor terá a oportunidade de descobrir as "manhas" e segredos da produção de textos apreciados por agentes e editoras internacionais, bem como estruturar um romance comercial na prática. Serão mostradas técnicas de desmontagem e montagem de texto e os fatores que tornam um romance num sucesso de venda. Leve um de seus manuscritos ou um livro que tenha sido um best-seller mundial. Programa básico: Seminários com tópicos sobre a construção de um romance: enredo, estrutura, personagens, pontos de vista, emoção, conflito, descrição / narração, sequenciamento, mostrar versus contar, simetrias de cenas e de capítulos e técnicas práticas para turbinar um romance já pronto. Exercícios práticos de criação, incluindo o uso de programas de computador que ajudarão os participantes a dar voz a seus personagens, e ritmo a seu texto. Sessões de feedback em que os autores testarão a sua produção junto ao grupo. Além disso, haverá sessões individuais para o exame de material levado pelos participantes, e de suas necessidades particulares, onde serão discutidas obras já prontas, ou traçar planos que levem o autor a seus objetivos.A metodologia utilizada cria um ambiente descontraido para que os autores, num espaço de amizade e apoio mútuos, descubram ou desenvolvam a sua própria voz.
O WRITE IN BRASÍLIA será um "retiro de imersão literária" com James McSill em Brasília para reduzido grupo de autores - apenas 16 vagas!. Saiba mais em http://www.writeinbrasilia.com/ ou pelos e-mails: oswaldopullen@gmail.com ou james@mcsill.com. RESERVE JÁ SUA VAGA PELO SITE! O que é: Retiro de imersão literária para escritores de ficção, conduzido por James McSill, especialista em modelagem de textos e 'coach' internacional para autores de língua portuguesa. Com o Write in Brasília, vamos ter James MacSill disponível novamente para os autores brasileiros, durante os dias de 25 a 29 de outubro, quando será possível obter as técnicas usadas pelos autores americanos e europeus de sucesso, mas ainda desconhecidas no Brasil. O programa será composto de: Cinco dias de sessões instrucionais em que não só o autor terá a oportunidade de descobrir as "manhas" e segredos da produção de textos apreciados por agentes e editoras internacionais, bem como estruturar um romance comercial na prática. Serão mostradas técnicas de desmontagem e montagem de texto e os fatores que tornam um romance num sucesso de venda. Leve um de seus manuscritos ou um livro que tenha sido um best-seller mundial. Programa básico: Seminários com tópicos sobre a construção de um romance: enredo, estrutura, personagens, pontos de vista, emoção, conflito, descrição / narração, sequenciamento, mostrar versus contar, simetrias de cenas e de capítulos e técnicas práticas para turbinar um romance já pronto. Exercícios práticos de criação, incluindo o uso de programas de computador que ajudarão os participantes a dar voz a seus personagens, e ritmo a seu texto. Sessões de feedback em que os autores testarão a sua produção junto ao grupo. Além disso, haverá sessões individuais para o exame de material levado pelos participantes, e de suas necessidades particulares, onde serão discutidas obras já prontas, ou traçar planos que levem o autor a seus objetivos.A metodologia utilizada cria um ambiente descontraido para que os autores, num espaço de amizade e apoio mútuos, descubram ou desenvolvam a sua própria voz.
22 de fevereiro de 2010
Oficinas Literárias, Oficinas de Escrita Criativa, Oficinas de Criação de Texto, Oficinas...
O Brasil viu, nos últimos anos, o crescimento da oferta e do número de pessoas interessadas em participar de oficinas de escrita criativa.Para entender um pouco deste movimento, precisamos estudar as suas origens, no movimento similar que ocorreu nos Estados Unidos e que ganhou força na segunda metade do século passado.
Estas oficinas, nos Estados Unidos, desembocaram na criação de diversos cursos universitários com aulas práticas de literatura, e se tomaram tal vulto que Mark McGurl, em “The Program Era”, chega a dizer que é impossível comprender a literatura norte-americana do pós-guerra sem conhecer os programas universitários de escrita criativa.Diversos autores nacionais foram beber desta fonte, como Affonso Romano de SantAnna, Raimundo Carrero e Charles Kiefer, que estudaram na universidade de Iowa e se tornaram destacados escritores e renomados divulgadores da arte da escrita.
Raimundo Carrero conduz oficinas de escrita criativa de altíssima qualidade em Pernambuco, e reuniu as experiências de 15 anos de oficinas no livro “Os segredos da Ficção”, publicado em 2005 pela editora Agir.
Charles Keifer apresenta oficinas semelhantes há vinte anos no Rio Grande do Sul, e além de uma vasta bibliografia traduziu para o português alguns livros sobre técnias de escrita, como “Como aprendi a escrever” de Máximo Gorki e “Assim se escreve um conto”, de Mempo Giardinelli, e outros.
Affonso Romano de SantAnna, já nos anos 70, uniu-se a Silviano Santiago e realizou as primeiras oficinas dentro de universidades brasileiras (no caso, a PUC-RJ), lançando livros como “Por um novo conceito de literatura brasileira" e “O que aprendemos até agora”, relatando suas experiências nos cursos de letras.
Depois destes pioneiros, muitos outros escritores abriram caminho e estabeleceram oficinas que já se tornaram referência de qualidade, em diversos estados.
É o caso, por exemplo, de Marcelino Freire, que apresenta oficinas (sempre lotadas) na Casa das Rosas e no espaço Barco, em São Paulo; das quase cem oficinas realizadas para a Fábrica de Textos pela escritora Sônia Belloto (autora de “Você já pensou em escrever um livro”, com múltiplas edições); do “Laboratório do Escritor”, que acontece na Realejo Livros, em Santos; das oficinas oferecidas pela Casa do Saber; das oficinas de produção de texto de Luiz Antonio de Assis Brasil e Luís Augusto Fischer no Rio Grande do Sul; das oficinas de Oswaldo Pullen em Brasília (uma delas começando agora em março - inscrições abertas), e muitas outras.
Os exemplos das oficinas são muitos – com certeza esqueci de mencionar diversas delas.
No entanto, o objetivo destas oficinas é um só: mostrar que escrever não é (apenas) um dom e mais, mostrar que existem técnicas que ajudam a vencer o medo de escrever, organizar seu texto e produzir trabalhos de melhor qualidade. Além disso, a troca de experiências nestas oficinas ajuda a estimular tanto a imaginação quanto o lado crítico dos participantes, dando a eles instrumentos para melhor entender os trabalhos de outros escritores e, com isso, também aprimorarem os seus.
Recomendo fortemente a todos os leitores realmente interessados em escrever um romance que participem de oficinas literárias, mais de uma, se possível. A cada oficina aprendemos mais um pouco, e aprendemos que o que faz um bom escritor é tudo que ele aprendeu, e mais, como ele sabe transpor isso para sua obra.
9 de fevereiro de 2010
Clareza e Concisão, dois dos melhores aliados de um escritor
Todo texto literário precisa ser conciso e claro, em especial aquele que pretende estar entre os poucos escolhidos por uma editora para publicação. Os conceitos de clareza e concisão, e a discussão sobre como, quando e porque utilizá-los, dariam para encher um livro, pelo que vamos apresentar aqui apenas uma visão geral sobre estes assuntos.
Grosso modo, podemos dizer que clareza é a capacidade de um texto de ser facilmente entendido pelo leitor.
Vamos a um contra-exemplo bastante conhecido, dois versos de nosso hino nacional:
Já a concisão refere-se à capacidade do texto de dizer o que apenas precisa ser dito, apenas o que agrega valor à narrativa, e apenas isso. Um bom texto deve ser conciso em diversos níveis, começando por evitar palavras e explicações desnecessárias, e chegando às tramas, onde ações que não contribuem para a evolução da história ou para uma melhor compreensão dos personagens devem ser evitadas. Passemos a um exemplo simples, começando pela versão concisa: "Com o coração pesado, Percival viu o sol se pôr." Agora, uma versão prolixa incluiria adjetivos, apostos e digressões: "Com o coração pesado como uma pedra, sentado em uma cadeira cuja palha gasta por muitos sóis já começava a ceder, Percival, com os ombros doridos pelo esforço descomunal que fizera na construção da barraca viu o sol se por no horizonte, em matizes de dourado e rosa." Apesar de ser um consenso entre escritores que os textos devem sempre buscar a clareza e a concisão, como em tudo na literatura não existe uma regra de ouro que indique qual é o equilíbrio ideal para estas características – afinal, a poesia de um texto pode estar justamente em ferir algumas regras. Cabe a cada autor experimentar, exercitar e descobrir o seu próprio “ponto ideal”.
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas, de um povo heróico o brado retumbante".
O trecho não chega a ser confuso, mas o uso excessivo da ordem indireta torna a frase bem menos clara para o leitor comum. Colocando na ordem direta, o sentido da frase fica bem claro:
"As margens plácidas do (rio) Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico".
Outro problema comum que gera falta de clareza é o uso excessivo de palavras pouco comuns. Um contra-exemplo excepcional é o divertido texto "Conforme o combinado", conto escrito com o objetivo de ser pouco claro, pelo colega André Luiz de Viana Barcellos:
"Urge a necessidade que grassa pelo globo de uma posição ideológica neutra. Todavia, mediante as circunstâncias crônicas em que vive o mundo, torna-se inconcebível tal candura cotidiana. É deveras auferível a assaz impregnação do odor fétido-feérico que colide com tais coisas. É o odor metafórico que exalam os pecadores militantes e juramentados. Estes mambembes recalcitrantes aludem a tal situação... " etc.
As palavras da abertura do conto, vistas uma a uma, não tornariam um texto incompreensível, mas quando unidas tornam o trecho difícil de ser apreendido com uma leitura rápida.
Já a concisão refere-se à capacidade do texto de dizer o que apenas precisa ser dito, apenas o que agrega valor à narrativa, e apenas isso. Um bom texto deve ser conciso em diversos níveis, começando por evitar palavras e explicações desnecessárias, e chegando às tramas, onde ações que não contribuem para a evolução da história ou para uma melhor compreensão dos personagens devem ser evitadas. Passemos a um exemplo simples, começando pela versão concisa: "Com o coração pesado, Percival viu o sol se pôr." Agora, uma versão prolixa incluiria adjetivos, apostos e digressões: "Com o coração pesado como uma pedra, sentado em uma cadeira cuja palha gasta por muitos sóis já começava a ceder, Percival, com os ombros doridos pelo esforço descomunal que fizera na construção da barraca viu o sol se por no horizonte, em matizes de dourado e rosa." Apesar de ser um consenso entre escritores que os textos devem sempre buscar a clareza e a concisão, como em tudo na literatura não existe uma regra de ouro que indique qual é o equilíbrio ideal para estas características – afinal, a poesia de um texto pode estar justamente em ferir algumas regras. Cabe a cada autor experimentar, exercitar e descobrir o seu próprio “ponto ideal”.
6 de janeiro de 2010
Divulgação - palestras do James McSill
Amigos!
Seguem os convites para novas palestras do James McSill. Quem não o conhece, dê uma conferida em seu site, http://www.mcsill.net/. Vale à pena, especialmente para quem precisa de um "chá de realidade" sobre o mercado livreiro.
Caro autor, Está pensando em vender aquele manuscrito há muito descansando na gaveta? Inscreva-se para a série de três palestras patrocinadas pela Steps2. James McSill falando com autores que querem ser publicados: * Palestra 1: A estrutura básica (6 de Janeiro de 2010 - 10h00 Lisboa / 08h00 Rio de Janeiro) * Palestra 2: A estratégia (23 de Janeiro de 2010 - 21h00 Lisboa / 19h00 Rio de Janeiro) * Palestra 3: Preparação, planejamento e produção (6 de Fevereiro de 2010 - 21h00 Lisboa / 19h00 Rio de Janeiro) Para obter informações, clique no link abaixo. http://www.steps2.net/ Abraços, Jamie
Caro autor, Está pensando em vender aquele manuscrito há muito descansando na gaveta? Inscreva-se para a série de três palestras patrocinadas pela Steps2. James McSill falando com autores que querem ser publicados: * Palestra 1: A estrutura básica (6 de Janeiro de 2010 - 10h00 Lisboa / 08h00 Rio de Janeiro) * Palestra 2: A estratégia (23 de Janeiro de 2010 - 21h00 Lisboa / 19h00 Rio de Janeiro) * Palestra 3: Preparação, planejamento e produção (6 de Fevereiro de 2010 - 21h00 Lisboa / 19h00 Rio de Janeiro) Para obter informações, clique no link abaixo. http://www.steps2.net/ Abraços, Jamie
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4 de janeiro de 2010
O Sucesso ainda é uma questão de escrever boas histórias...
ntes de mais nada, Feliz Ano Novo para todos! Já escreveram suas metas para este ano?
As minhas incluem divulgar melhor meus livros, inclusive um sobre criação de jogos de computador (que sai no final de janeiro), escrever artigos para revistas literárias e culturais (como a Bravo!, Piauí, Nós, Discutindo Literatura, o jornal Rascunho, Entre Livros, Língua Portuguesa e outras), manter e divulgar mais este blog (é claro), com postagens a cada 15 dias; e terminar e conseguir editoras para os dois livros que comecei a escrever ano passado, além de participar de algumas feiras literárias de que tradicionalmente participo.
Para atingir estas metas, estou preparando uma agenda com as metas a realizar a cada mês, para poder focar as energias em objetivos de curto prazo, sem perder de vista os objetivos de longo prazo. Sugiro que vocês façam o mesmo. Lembrem-se que a persistência é tudo (uma página por dia leva a 365 páginas ao fim do ano); e que para escrever bem é necessário, antes de tudo, treinar! Então, o que estão esperando? Eu estou em dia com minhas páginas!
Mas não é sobre isso que eu queria falar. Comentei em postagens anteriores que o mercado livreiro é justamente isto: um mercado. Em outras palavras, o escritor precisa se preparar para encarar sua obra de arte como um produto, que só será atrativo para as editoras se tiver um potencial real de venda ou, em outras palavras, um público-alvo bem definido e de tamanho significativo.
Para poder enfrentar com sucesso o desafio de conseguir uma editora e, mais que isso, chegar aos leitores, o escritor precisa muitas vezes se desdobrar para conhecer o mercado, o esquema de distribuição, as livrarias, e muito mais.
E se o mercado nacional é assim, imaginem como é o mercado americano, que é ainda mais competitivo, mais voltado para números; um mercado onde um pequeno escorregão pode colocar uma carreira ascendente por terra. Qual não foi minha surpresa, então, ao ler um texto (dentre os materiais de estudo que comprei quando fui a Los Angeles) de um dos maiores agentes literários dos Estados Unidos, onde por diversas páginas ele disse e reforçou que o sucesso para qualquer escritor “ainda é uma questão de escrever boas histórias”.
Falando com propriedade, ele reconheceu os desafios e dificuldades de novos autores, e as barreiras que o próprio mercado erige por conta do excesso de profissionalização e enrijecimento dos processos de trabalho em editoras e agentes.
Mas ele reconhece, neste texto, que o editor e o agente literário, com raras exceções, são pessoas que entraram para o mercado livreiro justamente por causa de sua paixão por livros; e que estas pessoas, ao se depararem com um bom texto, farão de tudo para conseguirem publicá-lo.
Corroborando estas declarações, li diversos depoimentos de outros agentes literários que dizem se sentir como crianças à procura de tesouros escondidos quando iniciam a leitura de cada original, e que este sentimento de busca pelos textos de qualidade é o que os motiva a continuarem na profissão.
A meu ver, o autor precisa, sim, saber mais do que “só” escrever boas histórias para conseguir um espaço ao sol. Mas estes conhecimentos a mais são adquiridos com a experiência, com o passar dos anos e o contato com outros profissionais da área.
Então, agora sim, segue minha sugestão para o ano que inicia: Continuem escrevendo, não desanimem, e procure sempre que possível o contato com outros profissionais do mercado do livro!
“Podem me chamar de sonhador, mas eu não sou o único” (John Lennon): Se você tem boas idéias, não está fechado para aprender, e tem persistência para continuar em frente, o sucesso é apenas uma questão de tempo.
As minhas incluem divulgar melhor meus livros, inclusive um sobre criação de jogos de computador (que sai no final de janeiro), escrever artigos para revistas literárias e culturais (como a Bravo!, Piauí, Nós, Discutindo Literatura, o jornal Rascunho, Entre Livros, Língua Portuguesa e outras), manter e divulgar mais este blog (é claro), com postagens a cada 15 dias; e terminar e conseguir editoras para os dois livros que comecei a escrever ano passado, além de participar de algumas feiras literárias de que tradicionalmente participo.
Para atingir estas metas, estou preparando uma agenda com as metas a realizar a cada mês, para poder focar as energias em objetivos de curto prazo, sem perder de vista os objetivos de longo prazo. Sugiro que vocês façam o mesmo. Lembrem-se que a persistência é tudo (uma página por dia leva a 365 páginas ao fim do ano); e que para escrever bem é necessário, antes de tudo, treinar! Então, o que estão esperando? Eu estou em dia com minhas páginas!
Mas não é sobre isso que eu queria falar. Comentei em postagens anteriores que o mercado livreiro é justamente isto: um mercado. Em outras palavras, o escritor precisa se preparar para encarar sua obra de arte como um produto, que só será atrativo para as editoras se tiver um potencial real de venda ou, em outras palavras, um público-alvo bem definido e de tamanho significativo.
Para poder enfrentar com sucesso o desafio de conseguir uma editora e, mais que isso, chegar aos leitores, o escritor precisa muitas vezes se desdobrar para conhecer o mercado, o esquema de distribuição, as livrarias, e muito mais.
E se o mercado nacional é assim, imaginem como é o mercado americano, que é ainda mais competitivo, mais voltado para números; um mercado onde um pequeno escorregão pode colocar uma carreira ascendente por terra. Qual não foi minha surpresa, então, ao ler um texto (dentre os materiais de estudo que comprei quando fui a Los Angeles) de um dos maiores agentes literários dos Estados Unidos, onde por diversas páginas ele disse e reforçou que o sucesso para qualquer escritor “ainda é uma questão de escrever boas histórias”.
Falando com propriedade, ele reconheceu os desafios e dificuldades de novos autores, e as barreiras que o próprio mercado erige por conta do excesso de profissionalização e enrijecimento dos processos de trabalho em editoras e agentes.
Mas ele reconhece, neste texto, que o editor e o agente literário, com raras exceções, são pessoas que entraram para o mercado livreiro justamente por causa de sua paixão por livros; e que estas pessoas, ao se depararem com um bom texto, farão de tudo para conseguirem publicá-lo.
Corroborando estas declarações, li diversos depoimentos de outros agentes literários que dizem se sentir como crianças à procura de tesouros escondidos quando iniciam a leitura de cada original, e que este sentimento de busca pelos textos de qualidade é o que os motiva a continuarem na profissão.
A meu ver, o autor precisa, sim, saber mais do que “só” escrever boas histórias para conseguir um espaço ao sol. Mas estes conhecimentos a mais são adquiridos com a experiência, com o passar dos anos e o contato com outros profissionais da área.
Então, agora sim, segue minha sugestão para o ano que inicia: Continuem escrevendo, não desanimem, e procure sempre que possível o contato com outros profissionais do mercado do livro!
“Podem me chamar de sonhador, mas eu não sou o único” (John Lennon): Se você tem boas idéias, não está fechado para aprender, e tem persistência para continuar em frente, o sucesso é apenas uma questão de tempo.
26 de outubro de 2009
"Choque de realidade" para escritores
expressão não é minha, é de James McSill. (Se você é escritor brasileiro ou português, e ainda não ouviu falar dele, com certeza ouvirá nos próximos meses. O James (junto com Mardeene, sua associada) está entrando forte no mercado para coaching de autores de língua portuguesa para o mercado internacional. Saiba mais sobre ele em http://www.mcsill.com/).
Independente da autoria da expressão, vale o choque. Posso não fazer isso tão bem quanto o James, mas acho que conseguirei colocar uma ou outra minhoca na cabeça de vocês. Vamos aos fatos (apenas alguns que me vêm à cabeça no momento):
1) Publicação: Se você acha que conseguir uma editora para publicar seu trabalho é difícil, pense de novo. Com um trabalho de qualidade, e uma pesquisa nas livrarias para conseguir achar as editoras que podem se interessar por seu trabalho, você já consegue muita coisa. Se você pesquisar nos sites das editoras e verificar quais as condições para envio de originais, e ainda em que linhas cada editora está pensando em investir, você já chega mais perto. Conversando com gente do ramo (editores, livreiros, jornalistas, etc), ficando a par de dicas e novidades, e especialmente conseguindo uma indicação dentro da editora, sua publicação está quase garantida. Difícil? Você não viu nada...
2) Distribuição: Se você não conseguiu esperar por uma editora de maior porte, e decidiu publicar naquela pequena editora de sua cidade, ótimo! É bem mais fácil, você começa a "mostrar serviço" e abrir caminho para a sua carreira de escritor decolar! Pena que eles não distribuem no resto do Brasil! Assim, este passo é interessante e recomendável (comecei assim!), mas é bom ficar ciente que seu trabalho ficará restrito à sua cidade, e com distribuição provavelmente pequena, então cuidado com ilusões de grandeza neste ponto! E mais importante ainda: se você vai pagar pela edição, verifique antes se *haverá* alguma distribuição - há muitas "editoras" que na verdade são apenas gráficas disfarçadas; e se você não tomar cuidado pode acabar com mil livros em suas mãos, e nenhum nas livrarias!
3) Divulgação: A maioria dos editores nacionais, infelizmente, é conhecida pela sua notória capacidade de não incluir no projeto de seus livros um custo para marketing. Desta forma, mesmo após conseguir publicação e distribuição nacional, por uma boa editora, seu livro pode acabar empoeirando nas livrarias, sem destaque e sem divulgação. Soluções? Driblar o esquema: buscar escrever artigos para jornais e revistas, para despertar interesse por seu nome, produzir blogs, sites, participar de listas de discussão sobre livros, dar palestras em quantas livrarias puder, apresentar seu trabalho para vendedores de livros (de livrarias, ou mesmo destes de porta-em-porta, que incrivelmente são responsáveis por um alto volume de vendas em determinadas regiões do Brasil), etc, etc. Se você consegue abrir espaços e precisa de uma verba (para banners, por exemplo), fica mais fácil negociar com seu editor!
4) Vendas: Excelente! Você conseguiu publicar seu livro por uma grande editora, vê-lo distribuído em escala nacional, e até conseguiu abrir algum espaço na barreira da mída para divulgá-lo! Agora, é só sentar e colher os louros (ou os royalties), certo? Infelizmente, não. Digamos que você faça um contrato com a editora "X", que publica uma edição de 10.000 exemplares de seus livros. Você faz uma forte campanha pessoal e consegue vender, digamos, mil livros em um ano. Se no segundo ano a editora vender apenas trezentos livros, você acha que ela irá comprar um outro livro seu? Pior: você acredita que OUTRA grande editora irá comprar um livro seu, sabendo do "fracasso" do primeiro? Seu livro precisa se encaixa r em um dos dois moldes: Ou ele é um bestseller, que vende muito em pouco tempo, ou ele faz parte da backlist da editora, vendendo pouco, mas de forma constante ao longo do tempo. E adivinha quem é o responsável por mantê-lo sempre visível, para garantir que será, pelo menos, um livro da backlist?
Leia com calma os pontos acima e pense em todas as suas implicações.
Se após isso você ainda quiser continuar escrevendo, Parabéns! Você já tem tudo o que é necessário para ser um escritor: inspiração, persistência em, principalmente, um grande ego.
Se você desanimou, me desculpe. Neste caso, recomendo que você publique um livro - para mim, isto sempre funciona para fazer o ego crescer! :)
Independente da autoria da expressão, vale o choque. Posso não fazer isso tão bem quanto o James, mas acho que conseguirei colocar uma ou outra minhoca na cabeça de vocês. Vamos aos fatos (apenas alguns que me vêm à cabeça no momento):
1) Publicação: Se você acha que conseguir uma editora para publicar seu trabalho é difícil, pense de novo. Com um trabalho de qualidade, e uma pesquisa nas livrarias para conseguir achar as editoras que podem se interessar por seu trabalho, você já consegue muita coisa. Se você pesquisar nos sites das editoras e verificar quais as condições para envio de originais, e ainda em que linhas cada editora está pensando em investir, você já chega mais perto. Conversando com gente do ramo (editores, livreiros, jornalistas, etc), ficando a par de dicas e novidades, e especialmente conseguindo uma indicação dentro da editora, sua publicação está quase garantida. Difícil? Você não viu nada...
2) Distribuição: Se você não conseguiu esperar por uma editora de maior porte, e decidiu publicar naquela pequena editora de sua cidade, ótimo! É bem mais fácil, você começa a "mostrar serviço" e abrir caminho para a sua carreira de escritor decolar! Pena que eles não distribuem no resto do Brasil! Assim, este passo é interessante e recomendável (comecei assim!), mas é bom ficar ciente que seu trabalho ficará restrito à sua cidade, e com distribuição provavelmente pequena, então cuidado com ilusões de grandeza neste ponto! E mais importante ainda: se você vai pagar pela edição, verifique antes se *haverá* alguma distribuição - há muitas "editoras" que na verdade são apenas gráficas disfarçadas; e se você não tomar cuidado pode acabar com mil livros em suas mãos, e nenhum nas livrarias!
3) Divulgação: A maioria dos editores nacionais, infelizmente, é conhecida pela sua notória capacidade de não incluir no projeto de seus livros um custo para marketing. Desta forma, mesmo após conseguir publicação e distribuição nacional, por uma boa editora, seu livro pode acabar empoeirando nas livrarias, sem destaque e sem divulgação. Soluções? Driblar o esquema: buscar escrever artigos para jornais e revistas, para despertar interesse por seu nome, produzir blogs, sites, participar de listas de discussão sobre livros, dar palestras em quantas livrarias puder, apresentar seu trabalho para vendedores de livros (de livrarias, ou mesmo destes de porta-em-porta, que incrivelmente são responsáveis por um alto volume de vendas em determinadas regiões do Brasil), etc, etc. Se você consegue abrir espaços e precisa de uma verba (para banners, por exemplo), fica mais fácil negociar com seu editor!
4) Vendas: Excelente! Você conseguiu publicar seu livro por uma grande editora, vê-lo distribuído em escala nacional, e até conseguiu abrir algum espaço na barreira da mída para divulgá-lo! Agora, é só sentar e colher os louros (ou os royalties), certo? Infelizmente, não. Digamos que você faça um contrato com a editora "X", que publica uma edição de 10.000 exemplares de seus livros. Você faz uma forte campanha pessoal e consegue vender, digamos, mil livros em um ano. Se no segundo ano a editora vender apenas trezentos livros, você acha que ela irá comprar um outro livro seu? Pior: você acredita que OUTRA grande editora irá comprar um livro seu, sabendo do "fracasso" do primeiro? Seu livro precisa se encaixa r em um dos dois moldes: Ou ele é um bestseller, que vende muito em pouco tempo, ou ele faz parte da backlist da editora, vendendo pouco, mas de forma constante ao longo do tempo. E adivinha quem é o responsável por mantê-lo sempre visível, para garantir que será, pelo menos, um livro da backlist?
Leia com calma os pontos acima e pense em todas as suas implicações.
Se após isso você ainda quiser continuar escrevendo, Parabéns! Você já tem tudo o que é necessário para ser um escritor: inspiração, persistência em, principalmente, um grande ego.
Se você desanimou, me desculpe. Neste caso, recomendo que você publique um livro - para mim, isto sempre funciona para fazer o ego crescer! :)
6 de outubro de 2009
Para quem deseja publicar no exterior
Caros amigos:
Divulgo abaixo um chat com James McSill e Mardeene Mitchell, que fazem coaching de autores da língua portuguesa para os mercados americano, inglês e outros. O chat é gratuito, e uma excelente oportunidade para aqueles que têm como meta publicar algum dia no exterior!
Imperdível! Publicar no exterior: chat com Mardeene Mitchell and James McSill Mardeene Mitchell vai estar outra vez conversando com autores e agentes brasileiros, portugueses e espanhóis. Venha participar conosco. “Se você quer publicar no exterior você precisará de contatos no exterior: como podemos ajudar você a quebrar as barreiras e se publicado no mercado americano (em em qualquer outro grande mercado mundial).” Traga para o chat as suas perguntas sobre agentes, agências, editoras e sobre técnicas e estilos que poderão alavancar a venda de seu livro no exterior, se já publicado. CHAT GRATUITO! Para se inscrever, vá a pagina http://www.mcsill.net/chat.php , salve o link em seu browser , crie um “apelido” e envie-o juntamente com seu nome para james@mcsill.com pedindo que lhe reserve um lugar na sala de bate-papo. Ao confirmarmos a sua participação, enviaremos mais detalhes. Data do chat: 16 de outubro Hora do chat: 9 da manhã, hora do Brasil; 13:00, hora de Portugal; 14:00, Espanha. Abraços, James & Mardeene http://www.mcsill.com/
Imperdível! Publicar no exterior: chat com Mardeene Mitchell and James McSill Mardeene Mitchell vai estar outra vez conversando com autores e agentes brasileiros, portugueses e espanhóis. Venha participar conosco. “Se você quer publicar no exterior você precisará de contatos no exterior: como podemos ajudar você a quebrar as barreiras e se publicado no mercado americano (em em qualquer outro grande mercado mundial).” Traga para o chat as suas perguntas sobre agentes, agências, editoras e sobre técnicas e estilos que poderão alavancar a venda de seu livro no exterior, se já publicado. CHAT GRATUITO! Para se inscrever, vá a pagina http://www.mcsill.net/chat.php , salve o link em seu browser , crie um “apelido” e envie-o juntamente com seu nome para james@mcsill.com pedindo que lhe reserve um lugar na sala de bate-papo. Ao confirmarmos a sua participação, enviaremos mais detalhes. Data do chat: 16 de outubro Hora do chat: 9 da manhã, hora do Brasil; 13:00, hora de Portugal; 14:00, Espanha. Abraços, James & Mardeene http://www.mcsill.com/
5 de outubro de 2009
"Para ler como um Escritor" - ou - Sobre a profissionalização do escritor
Amigos!
Descoberto o mistério - por engano, publiquei este post em outro blog, da Casa de Autores (visitem!), grupo de escritores do qual faço parte.
Segue o post, como deveria ter sido publicado na sexta passada. Até o fim da semana tem mais!
Como já falei aqui, estou lançando um livro ("Uhuru") depois de amanhã, neste sábado. Quem já passou por isso sabe como é: uma correria louca nos últimos dias, para deixar todos os detalhes certos, convidar a todos que devam ser convidados e muito mais; tudo isso regado a muito stress no estilo "pré-dentista", aquela agonia de ficar esperando pelo inevitável, que todos conhecem bem. Em suma: eu tinha tudo para adiar as postagens no blog, mas não resisti: Eu simplesmente PRECISO falar com todos que puder do livro que estou lendo, "Para ler como um escritor - um guia para quem gosta de livros e para quem quer escrevê-los", de Francine Prose, da editora Zahar. O livro é denso, por vezes até um pouco difícil de ler, no sentido que você quer reler o que acabou de ler para ter certeza de que entendeu bem, que apreendeu tudo o que podia. Mas é um dos livros mais gratificantes que li nos últimos anos! Vejam bem: Se você quer ser artista plástico, você ingressa em uma graduação de Artes Plásticas. Idem se você quer ser músico. No entanto, se você deseja ser um escritor, não há cursos superiores para isso. Ou melhor: Não havia cursos superiores para isso no Brasil. Não "havia", porque agora temos cursos na PUC-Rio e na Unisinos, no Rio Grande do Sul. E "no Brasil" porque, em outros países, cursos como estes são tão tradicionais quanto cursos de graduação para artes plásticas e música. E Francine Prose foi mestra nestes cursos em universidades como Harvard, Columbia e Iowa por mais de duas décadas, além de ser escritora. "Para ler como um escritor" é um curso para escritores desde a primeira página; e meu coração salta excitado cada vez que leio Francine formalizando aspectos da leitura e da escrita que sempre segui, de maneira intuitiva! Se você realmente deseja ser um escritor, a regra geral sempre foi ler muito, o tempo todo, e aprender com os erros e os acertos de outros escritores, ilustres ou nem tanto. Mas de todas as leituras que você pode realizar, acredito o livro de Francine provavelmente é a mais importante de todas!
Como já falei aqui, estou lançando um livro ("Uhuru") depois de amanhã, neste sábado. Quem já passou por isso sabe como é: uma correria louca nos últimos dias, para deixar todos os detalhes certos, convidar a todos que devam ser convidados e muito mais; tudo isso regado a muito stress no estilo "pré-dentista", aquela agonia de ficar esperando pelo inevitável, que todos conhecem bem. Em suma: eu tinha tudo para adiar as postagens no blog, mas não resisti: Eu simplesmente PRECISO falar com todos que puder do livro que estou lendo, "Para ler como um escritor - um guia para quem gosta de livros e para quem quer escrevê-los", de Francine Prose, da editora Zahar. O livro é denso, por vezes até um pouco difícil de ler, no sentido que você quer reler o que acabou de ler para ter certeza de que entendeu bem, que apreendeu tudo o que podia. Mas é um dos livros mais gratificantes que li nos últimos anos! Vejam bem: Se você quer ser artista plástico, você ingressa em uma graduação de Artes Plásticas. Idem se você quer ser músico. No entanto, se você deseja ser um escritor, não há cursos superiores para isso. Ou melhor: Não havia cursos superiores para isso no Brasil. Não "havia", porque agora temos cursos na PUC-Rio e na Unisinos, no Rio Grande do Sul. E "no Brasil" porque, em outros países, cursos como estes são tão tradicionais quanto cursos de graduação para artes plásticas e música. E Francine Prose foi mestra nestes cursos em universidades como Harvard, Columbia e Iowa por mais de duas décadas, além de ser escritora. "Para ler como um escritor" é um curso para escritores desde a primeira página; e meu coração salta excitado cada vez que leio Francine formalizando aspectos da leitura e da escrita que sempre segui, de maneira intuitiva! Se você realmente deseja ser um escritor, a regra geral sempre foi ler muito, o tempo todo, e aprender com os erros e os acertos de outros escritores, ilustres ou nem tanto. Mas de todas as leituras que você pode realizar, acredito o livro de Francine provavelmente é a mais importante de todas!
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